46º Capítulo

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[17/07/18 — Terça-feira — 07h17]

Luke descia as escadas do 61° andar já vestido com um terno preto exuberante. Em sua mão, estava um copo de cappuccino fervente. Na outra, seu celular, pois mantinha uma conversa com a outra pessoa na linha.

— Apenas resolva o problema, meu bem. — Requisitou Rita. — Quanto antes, melhor, certo? Assim eles não irão encher a porra do saco, como você costuma dizer.

Luke riu alto da comparação e o tom que fora usado, na tentativa de lhe imitar.

— Quem dera não fossem mais. — Luke caminhou até a cozinha e inseriu o copo vazio dentro da pia, após beber todo o cappuccino. — São como vampiros. Se não sugarem toda a nossa energia, nunca estarão satisfeitos. — Limpou sua boca com um guardanapo.

— Eu estarei lá. Caso sirva de consolo.

— Seremos nós contra eles, então.

— Não queremos iniciar uma guerra com o nosso próprio pessoal, Luke. — Rita o repreendeu. — Isso já se prolongou demais. Estaria tudo resolvido se você tivesse comparecido às reuniões meses atrás...

Luke tirou seu celular do ouvido e expressara tédio. Recusava-se em ouvir o resto do sermão de sua mãe. Ele se retirava da cozinha, e ia a caminho do hall daquele andar enquanto uma de suas mãos estava dentro do bolso. Ouvia, em certos ruídos, a voz de sua mãe ecoando do celular. Detestava ouvir esses sermões, e se desse corda, ela jamais iria parar.

Mas, ele arriscou em levar o celular de volta ao ouvido após alguns segundos.

— ... entendeu? — Rita pareceu findar uma suposta frase.

— Tudinho. — Debochou, pressionando o botão para convocar o elevador.

— Muito engraçado, querido. — Disse ela. — Só não faça piadinhas e comentários desnecessários, por favor. Se puder, ao menos fique em silêncio, você não precisa falar nada.

— Então pra quê exatamente eu preciso ir, mãe? — Dizia, entediado. — Vou ficar só de decoração olhando pra àquele monte de velho falando mal de mim?

Ela riu.

— Bom pelo menos você pode amenizar as coisas só com a sua beleza, meu bem. — Disse ela.

Foi a vez de Luke rir.

— Tá bom, vou fingir que é isso mesmo. — Inseriu uma mão no bolso da calça.

— Mas é, meu anjo. Eu sempre te disse que você é o mais bonito dos seus irmãos. — Ela continuou. — Sempre será.

— Deixa só o Emile saber disso.

— Ah, ele sabe sim. Sempre deixei isso óbvio. — Ambos riram. — Mas é sério, meu querido, tente não provocá-los. Todos do Conselho estão estressados depois de vários adiantamentos, e sinceramente eu também estou. Não vamos piorar as coisas.

Luke suspirou longamente e adentrou o elevador quando ele abriu as portas no hall.

— Serei um bom garoto. — Pressionou o botão do 46° andar.

— Eu sei que será, meu bem, te espero lá.

Luke encerrou a ligação. Encostou-se na parede do elevador e cruzou suas pernas, enquanto conferia as tarefas que separou para serem cumpridas naquela dia. Mas desistiu fácil de vê-las, pois nem sequer cogitava em pensar nelas agora. Sabia que iriam lhe estressar.

Estava prestes a bloquear o celular quando viu o aplicativo que criou, e decidiu abri-lo. Viu que, entre as funções, uma delas havia uma notificação devido a captação de movimento no quarto onde Carlos estava dormindo. Havia uma câmera oculta lá — assim como vários outros cantos da residência secreta —, e Luke observou atentamente.

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