60° Capítulo

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[01/09/18 — Sábado — 10h40]

O sol era protagonista no céu isento de nuvens. Sua luz e soberania era sentida por vários locais, mas era na maior mansão daquele condomínio elitista onde tudo ficava melhor. O vasto quintal absorvia a mesma proporção de calor solar, capaz de aquecer a grama sensível e macia onde, Luke, com todo seu profissionalismo e técnica, concluía seu Ioga. O exercício que praticava todas as manhãs de fim de semana, não poderia ser melhor com a ajuda do sol e a brisa fresca que abraçava seu corpo branco, com apenas um short como peça de roupa.

E então, depois da última postura, Luke abriu seus olhos, deixando com que suas pupilas envoltas pelas írises azul e verde admirassem a área artística e bem construída de seu quintal. A manhã — e provavelmente o resto dia — não podia estar mais perfeita para suas atividades.

Pudera ouvir o simulador de cachoeira liberar sutilmente a água, levando-a até a grande piscina brilhantemente azul. Um mergulho agora com certeza complementaria os minutos que passou praticando Ioga. Mas tudo o que fez foi beber um pouco da água na garrafa, e apanhar a toalha da grama.

Seu destino foi subir até seu quarto no 3° andar, porque era lá onde suas roupas e cosméticos estavam. Nunca imaginou a possibilidade de algum dia dormir nos outros quartos, então sequer pensou em levar alguns de seus pertences pra lá.

Depois de abrir a porta silenciosamente, ele viu que Carlos ainda estava dormindo perante a luz fraca que passava pela janela e cortinas. O rosto dele estava imerso no edredom cinza e no travesseiro, mas ainda era possível de ver um pouco, além dos cabelos bagunçados. O garoto ainda dormia profundamente. Seguiu para a suíte e tomou uma ducha rápida ali, após pegar uma regata e bermuda. Depois se retirou silenciosamente do quarto após ter passado um desodorante e perfume.

Luke. — SHIP o chamou, enquanto Luke preparava um sanduíche na cozinha. — Uma mulher, de nome Elena, está à sua procura na portaria do condomínio.

— Elena? — Luke indagou, ainda focado em posicionar os ingredientes sob o pão. — Eu não a conheço. Quem é?

Se identificou na guarita com esse nome. — Informou. — Devo tomar alguma providência?

Ela ainda está lá?

Sim.

Mostre as imagens da câmera. — Luke pediu, mordendo um pedaço do sanduíche enquanto olhava para a TV embutida na parede da cozinha.

As imagens mostravam a guarita, onde Elena estava parada ali, possivelmente aguardando alguma coisa após o guarda ter retornado à cabine. Não encontrou nenhum traço familiar que o faria identificar a pessoa. E o ângulo da câmera também não facilitava esse processo.

— Eu realmente não conheço. — Comentou. — Ela disse o que queria?

Falar com você, apenas. — Disse. — E deixou claro que não sairá de lá até ter sua presença.

Luke suspirou, entediado.

— Era só o que me faltava. — Reclamou.

Devo chamar as autoridades?

— Não, não precisa. — Colocou seu prato dentro da pia. — Eu mesmo expulso.

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