[16/07/18 — Segunda-feira — 12h48]
Dias atuais.
Carlos preparava os ajustes finais em seu visual para poder ir até a empresa e cumprir seu expediente. Ajeitava a gola de sua camisa polo preta, que combinava com seus tênis da mesma cor. A exceção era a calça de sarja que contava com um marrom mais escuro.
Apanhou sua mochila do puff e a alçou num dos ombros enquanto descia as escadas rapidamente. Não demorou muito para já se encontrar fora do prédio e posicionar seu headphone nos ouvidos. Caminhava até o ponto de ônibus dessa maneira. Apreciando sua música eletrônica, enquanto sentia a brisa refrescante do frio que fazia naquela tarde. Gostava desse clima.
Entretanto, sua atenção exclusiva na música lhe isentava do que acontecia ao redor. Por conta disso, Carlos não pudera ouvir um carro buzinando ao seu lado, e aparentemente mantinha a mesma velocidade em que ele conduzia seus passos.
Foi aí que Luke percebeu que não haveria outra alternativa de chamar a atenção dele e acelerou o veículo, conduzindo-o até a calçada e bloqueando o caminho de Carlos.
O garoto se assustou e recuou para não ser pego pelo veículo. Imediatamente removera seu headphone no mesmo instante em que Luke se retirava da Bugatti. Expressava um pouco de fúria.
— Honestamente, quando você irá aprender o perigo que é andar por aí sem escutar nada com essa porra de fone?! — Ele reclamava, raivoso.
Carlos também se enraiveceu.
— E você? — Dizia. — Quando irá aprender a ser um motorista decente? Podia ter me machucado, sabia?
— Que sirva de lição pra você ser mais atento.
Carlos sorriu incrédulo.
— Como você é ridículo, Luke. Me atropelar resolveria?
— A ideia era essa. — Sorriu cinicamente, e inseriu as mãos na calça social. — Sabe quantas pessoas morrem nas ruas por não prestar a devida atenção no trânsito? Pedestres e motoristas?
— Não sei, e não me importo. — Respondeu rapidamente, segurando nas alças da mochila. — Só sei que eu seria mais uma estatística, né?
Luke abriu um pouco mais o sorriso, e se aproximou dele. Carlos estranhou essa investida pois Luke estava tão próximo que precisou erguer levemente a cabeça para vê-lo.
— Eu não diria isso, Barone. — Dizia calmo, enquanto ajeitava o colarinho da camisa polo de Carlos. O garoto sentiu um leve arrepio por conta disso. — Acontece que pessoas como você, que estão o tempo todo ouvindo música alta nesses fones enquanto andam, estão mais propícias a serem alvos de múltiplos ataques. Assaltos, sequestros, atropelamentos... — Relatava, dessa vez atento nos cabelos de Carlos e ajeitando-os para o lado. Atos que aumentavam os batimentos do garoto. — Então, Barone, tome um pouco mais de cuidado no trânsito, tá? Seria péssimo que você fosse... como é mesmo? — Pausou, fingindo se lembrar.
— Uma estatística? — Relembrou à ele, fingindo tédio.
— Isso. — Estalou o dedo, e sorriu. — Uma estatística.
Carlos suspirou, e cruzou seus braços.
— Já acabou? Preciso pegar o ônibus agora.
— Que ônibus o quê. — Protestou, indo em direção à Bugatti cruzada na calçada. — Você vem comigo.
— Não. — Rebateu rapidamente, descruzando os braços.
— Isso não é um pedido, Barone.
— Não tô nem aí, Luke. — Disse, olhando para o loiro que estava levemente encostado na porta aberta do motorista. — Legal o que você disse e tudo mais, mas é bem irônico alguém que quase me atropelou dizer essas coisas. Então não, obrigado, mas prefiro ir de ônibus.
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IMPÉRIO [✓]
AdventureCarlos achou que entrar numa multinacional cobiçada pelo ramo da tecnologia, seria a base para encontrar sua vocação que tanto almeja no auge dos seus 18 anos. O garoto, que esbanja uma inteligência impecável, ainda não descobriu o que quer ser da v...