38º Capítulo

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[05/07/18 — Quinta-feira — 14h02]

Os dias se passaram um pouco mais rápido, por conta das tarefas que vinham sem cessar para Carlos. Se encontrava ocupado demais durante tais dias, pois muitos arquivos precisavam ser integrados no banco de dados da empresa a partir do tablet que recebeu de Luke.

Devido um modo inteligente que ele encontrou de repassar os arquivos com mais agilidade, Carlos tampouco sentia os efeitos da sobrecarga, mesmo estando ocupado durante todo o expediente. Quase que não conseguia fazer suas pausas rotineiras por conta disso, mas Pedro sempre o convidava para descer. Não importando se estavam muito ocupados ou não.

— Esquece isso e vamos descer antes que as coxinhas acabem. — Pedro ordenava, sempre que Carlos dizia sobre estar ocupado naquele instante.

Carlos gostava de sempre descer com ele e conversar sobre seus interesses. Ao menos gostava, depois que Júlia também passou a descer e ficar com eles durante essas pausas. Não só isso, como também ela decidiu descer até o departamento financeiro e conversar com eles quando parecia não ter mais o quê fazer na TI. Era sufocante.

Carlos odiava o jeito dengoso e atrevido dela falar e agir, além da voz que ela forçava para ser sensual. Ele chegou a pensar que ela fazia isso de propósito, apenas para irritá-lo. E, como se não bastasse, ela fazia questão de incluí-lo nas conversas — muitas delas com teor sexual —, ao qual Carlos dava respostas muito curtas e evasivas, pois não queria fazer um escândalo só para colocar Júlia em seu devido lugar. Tais atitudes trouxeram um pouco de lentidão na realização de suas tarefas. Mas ele as compensava quando levava o tablet afim de terminá-las em casa.

Ainda assim, durante aqueles dias, Carlos não havia visto Luke. Estranhou pois, segundo boatos, ele ainda vagava no prédio, então não poderia estar fora do país.

Carlos havia ido no 61° andar involuntariamente, para avisar Luke sobre Júlia. No caso tanto para avisá-lo sobre a índole de sua funcionária — e no risco que ela supostamente parecia oferecer à ele —, quanto de fato "ajudá-la" com o que ela queria. Mas, qualquer que fosse a situação a se encontrar com Luke, Carlos estranhou por ele não estar no 61° andar e nem em seu setor de TI.

Porém, nesse dia em que acabara de chegar na empresa, Carlos resolveu tentar novamente procurar por ele, e resolver logo o assunto de Júlia que não parava de martelar sua cabeça todo o santo dia quando descia para o 37° andar, perguntando se ele havia conseguido.

Em um elevador específico, Carlos inseriu sua mão no painel oculto e prontamente o elevador subiu para o 61° andar. Sentiu um frio na barriga quando as portas se abriram, revelando o hall luxuoso com uma linda fonte no centro. Estava receoso daquela ser mais uma tentativa falha.

Carlos saiu do elevador e foi caminhando até a sala de estar. Tudo parecia quieto, a princípio. Mas tivera sorte quando, segundos depois, ouviu uma voz um pouco longe que aumentava seu tom a medida em que ele se aproximava da sala. Tal voz que imediatamente lhe foi reconhecida.

Adentrando a sala de estar, Carlos o vira em um traje social de maioria preta, com exceção dos sapatos que eram marrom escuro, e da camisa branca dobrada até os cotovelos. Mas tudo parecia se complementar através do colete social preto que ele usava. Estava deslumbrante, e Carlos dera um suspiro involuntário porém breve, pois aquele colete o deixava mais belo ainda.

Luke parecia estar falando com alguém, mas não possuía pessoas por perto. Também não estava com um celular em mãos para que pudesse supor uma ligação telefônica. Foi então que Carlos notou em um fone executivo na orelha direita dele, quando se aproximou o suficiente para vê-lo

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