[22/10/18 — Segunda-feira — 17h33]
— Como estão as coisas? — Heather estava com fones de ouvido e caminhava pela calçada movimentada sem receio algum. Era facilmente confundida como mais uma pessoa que acabou de sair do expediente de algum daqueles prédios imensos. — Espero que esteja tudo sobre controle.
— Nosso hacker disse que ele já está dentro da casa do Eric. O Bruno está lá e vai cuidar dele. — Nicolas respondeu. Estava em seu carro, dirigindo. — Enquanto isso o Henrique vai agir na mansão do Luke. Ele está com alguém que sabe como comprometer o sistema de vigilância, e parece que juntos vão tentar encontrar qualquer coisa que dê um acesso mais rápido à IA.
— E o menino? — Heather abriu a porta de seu Sedan estacionado ao lado da calçada, e entrou.
— Por enquanto ninguém sabe onde ele está. Um pessoal foi até o apartamento dele, mas não encontrou ninguém. — Respondeu. — Pode deixar que essa parte fica comigo.
— Luke com certeza deve estar escondendo ele em algum canto. Mas me mantenha informada.
— E você? Onde está indo?
Heather girou as chaves, e logo adentrou as faixas da avenida.
— Acabei de falar com o Lúcio. Ele está tentando invadir os sistemas do Luke, e pegar a IA dele de alguma forma. — Disse. — Mas vou pessoalmente até ele.
— Tem certeza? — Se preocupou. — As ordens do chefe foram bem específicas em só usar o menino como ameaça pro Luke ceder a IA.
— Eu não sigo mais as ordens dele. Eu quero aquele software. — Ela rebateu no mesmo instante, irritada. — Continua procurando o garoto. Tenho certeza que seu pessoal não vai conseguir neutralizar o Luke lá, então eu faço isso pessoalmente.
Nicolas suspirou demoradamente.
— Isso não está certo. — Murmurou. — Mas ok. Só toma cuidado.
Heather também suspirou.
— Você também. — E acelerou mais.
[...]
Quanto mais força Luke tentava fazer para tirar aquela corda de seu pescoço, mais firme ela parecia ficar. A dor não era nem de longe a pior coisa que estava sentindo, mas sabia o preço a ser cobrado caso não pensasse numa solução até os próximos 10 segundos. Mesmo que fosse difícil de se concentrar em qualquer coisa além de se manter vivo.
Mas, ainda assim, Luke usou uma das mãos para vasculhar qualquer objeto que encontrasse no chão, enquanto a outra inutilmente tentava ao menos amenizar a pressão em seu pescoço. Porém seus dedos conseguiram tocar no que se aprecia ser uma esfera de porcelana. Provavelmente deve ter caído da escrivaninha no momento em que o agressor lhe puxou para o chão. Assim que Luke conseguiu apanhá-la totalmente, não pensou duas vezes em calibrar seu próximo movimentos para que fosse veloz e mortal o suficiente afim de atingir o rosto do cara em cheio.
O gemido de dor dele, os estilhaços da porcelana caindo no carpete e a perda total de pressão em seu pescoço, foi o resultado de seu êxito. Luke não forneceu nem um mísero segundo de recuperação ao agressor após se libertar, e partiu para cima dele num ato recheado de agilidade. Pôde ver com clareza o rosto do cara, mas sequer sabia quem era. Sua pele branca e cabelos parcialmente castanhos não trouxeram nenhuma relação a seus conhecidos. Talvez foi por isso que Luke não parou de emitir vários socos no rosto dele até que perdesse totalmente a consciência. Pesados, não muito sincronizados, porém rápidos o bastante.
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IMPÉRIO [✓]
AdventureCarlos achou que entrar numa multinacional cobiçada pelo ramo da tecnologia, seria a base para encontrar sua vocação que tanto almeja no auge dos seus 18 anos. O garoto, que esbanja uma inteligência impecável, ainda não descobriu o que quer ser da v...