63° Capítulo

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[08/09/18 — Sábado — 14h18]

Comparecer no show de uma banda de renome mundial, era uma das coisas que Carlos jamais imaginou presenciar na vida. Ainda mais sendo uma de suas preferidas, pois estava satisfeito apenas ouvindo a música deles através dos fones de ouvido. Mas acontece que o convite veio de Leonardo, um grande — senão o maior — fã da banda.

Carlos estava pronto pra dormir na noite de sexta-feira quando seu celular vibrou sobre o criado mudo. A foto que Léo lhe mandou era clara e objetiva: dois ingressos dourados com alguns detalhes em preto, para o show do Imagine Dragons que aconteceria naquele sábado. Embora os ingressos escondiam a boca de Leonardo, Carlos tinha certeza que ele estava sorrindo, pois as feições do rosto não enganavam. E, acima de tudo, Léo tinha escrito na legenda da foto "Topa?".

Carlos não se arrependeu de ter aceitado. Leonardo descobriu que ele andava chateado desde quinta-feira, pois Carlos não sabia muito bem como disfarçar seu baixo-astral. Mesmo através de mensagens. Então, depois de alguns caracteres e áudios com direito ao apelido "nerd", Carlos cedeu. Porque, também, não queria fazer uma desfeita tremenda, já que Leonardo teve muito trabalho em conseguir mais um ingresso tão em cima da hora. Apenas para que fossem juntos.

E agora ele estava lá naquele vasto campo preparado minuciosamente para receber a banda num palco profissionalmente bem montado. Da posição em que estavam, dava para ver perfeitamente cada um dos membros do Imagine Dragons. E Leonardo não poderia estar mais feliz com isso.

Carlos também conhecia bem as músicas, mas não tanto quanto Leonardo ao seu lado, que cantava sem errar uma única letra. Conhecia cada música, cada timbre necessário para alcançar o refrão, e cada detalhe que fazia tanto ele quanto a multidão ir à loucura. Nada seria capaz de parar nenhum deles ali. E Carlos se sentia bem vendo que Leonardo estava feliz. Lhe fazia esquecer o que passou, porque a animação de Léo em envolver de lado sua cintura e às vezes lhe dar um selinho, o tirava de pensamentos ruins. Aquela tarde era só deles. E Carlos não trocaria por nada.

— Quer trocar? — Leonardo perguntou para Carlos quando olhou para seu refrigerante de laranja e viu que o dele era de uva. Ambos estavam sentados nas mesas do lado de fora de uma lanchonete, depois do show. — Combina mais com o meu hambúrguer.

Carlos riu.

— Por quê? Os dois são iguais.

— Sim, mas eu tô muito afim de beber o de uva. — Disse. E então levou sua mão sobre a de Carlos. — Por favor.

Carlos encarou seus olhos castanhos suplicantes. Ele realmente parecia querer o de uva tanto quanto si mesmo.

— Tá. Pega. — Cedeu, sorrindo.

— Valeu. — Leonardo fez a troca.

A lanchonete estava parcialmente cheia porque muitos que também estavam no show tiveram a mesma ideia que eles de almoçarem ali. O lugar era bonito, contava com um pouco de vegetação dentro e fora do estabelecimento, e com mobílias modernas. Suficientemente perfeita para um almoço naquela tarde de sábado.

A conversa entre os dois fluía bem. Comentavam sobre o show, o anseio em ter um próximo, e o quão bom havia sido conhecer a banda. Só que, para Carlos, o melhor de tudo realmente foi ter Leonardo ao seu lado e a preocupação dele em ter tornado seu dia melhor. Ter te tirado da outra realidade, e lhe mostrado que tudo realmente podia melhorar. E também porque Léo estava lindo usando uma camiseta da banda, que também exibia a tatuagem tribal que tinha no braço.

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