6º Capítulo

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[18/05/18 — Sexta-feira — 20h39]

Recuperando seus sentidos aos poucos, Carlos abrira seus olhos lentamente. Ele olhou ao redor, e notou num ambiente muito diferente do qual estava acostumado em ver, quando acordava.

Se encontrava internado em um hospital. O ambiente branco, o leito em que estava deitado, e o suporte de soro com agulhas enfiadas em seu braço esquerdo, admitiam isso.

Ele olhou para o lado, e viu seu pai, Alex, sentado na poltrona enquanto lia um livro. Alex olhou em direção ao seu filho, e o viu lhe encarando. O sorriso de alívio e felicidade de Alex era muito evidente.

— Oh, meu garoto! — Disse ele, se levantando e indo em direção à Carlos, lhe desferindo um beijo na testa e um abraço de leve. — Que bom que acordou.

— Oi pai. — Ele disse, retribuindo o abraço com seu braço direito, que estava livre de agulhas. — Só veio você?

— Sim, só tem eu agora. — Respondeu, acariciando os cabelos de Carlos. — Sua mãe também estava, mas era na parte da manhã.

Carlos ficou confuso.

— Como assim na parte da manhã? — Ele questionou. — Hoje é quinta ainda, não é?

— Hoje é sexta à noite, Carlos. Você ficou inconsciente por um dia.

Carlos se assustara com a revelação. Não era possível estar tanto tempo desacordado.

— Nossa, foi tão grave assim?

— Foi... — Disse Alex. Seu semblante entristeceu. — Disseram que você teve hemorragia interna por conta das lesões nas vísceras. Poderia agravar sequelas bem graves.

Carlos expressou dor, embora não sentia, de fato. Lembrou de quando estava sendo atacado pelos agressores no banheiro do shopping. Eles realmente queriam matá-lo. Depois, ele se lembrou da pessoa de quem o salvou de ser assassinado.

— Você... sabe onde está o Wesley? — Carlos perguntou.

— Ele já foi para a casa dele. Ele ficou aqui durante essa madrugada. — Alex relatou. — Ele também disse quem fez isso com você, e o porquê que fizeram.

Os batimentos de Carlos aceleraram. Era óbvio que Wesley contou de estarem em uma relação. Mas o quê realmente deixava Carlos confuso, era que seu pai não tinha um semblante sério. Pelo contrário, estava compreensível.

— O que ele te disse? — Carlos perguntou.

Mas ele tinha medo da resposta.

— Bom... ele foi bem claro sobre os motivos que levaram os agressores a te perseguir. Se é que realmente existe um motivo para fazerem isso. — Ele relatava. Estava com as mãos no bolso da calça jeans branca, e encarava os olhos reluzentes do filho. — Ele também me contou sobre vocês dois. — Carlos gelou. — Mas não esquenta. Isso é um assunto para discutirmos com calma, mais tarde. — Ele acariciou novamente os cabelos de Carlos. — Vou chamar o doutor. Ele me pediu assim que você acordasse.

Carlos assentiu, e Alex saiu do quarto de internação, o deixando com seus pensamentos. Carlos teve esperança de que seu pai não se importava com sua orientação sexual. Isso parecia estar claro em sua mente. Sentiu saudades de sua mãe, e se perguntava se ela também sabia disso.

Minutos depois, a porta do quarto se abriu, e dela saíra um homem de cabelos brancos. Ele usava óculos e um jaleco. Ao seu lado veio uma moça com um traje branco. O homem segurava uma prancheta, enquanto a moça trazia uma bandeja de aço com um suco de caixa e um pacote de biscoitos. Logo atrás dos dois, surgira Alex.

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