20º Capítulo

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[16/06/18 — Sábado — 14h20]

A semana passou rapidamente, e a cada dia, Carlos se sentia cada vez mais feliz em trabalhar na YuTech. O ambiente era muito agradável, e algumas pessoas começaram a puxar conversa com ele, ignorando o orgulho de Carlos ser tão jovem e portador de uma inteligência impecável.

Durante a semana, Carlos não tivera notícias de Luke. Era como se ele tivesse desaparecido do nada, sem deixar pistas de onde teria ido.

Carlos tentou não se preocupar muito com isso, mas ele gostava da companhia de Luke, e era evidente que ele também gostava de estar perto de si.

Carlos, às vezes, cogitava em usar o único elevador que levava até o 61° andar, e ver se Luke estava por lá. Afinal, ele tinha o acesso, mas não a coragem de subir. Seu medo era de ser repreendido por ir sem o consentimento de Luke. O quê o fazia desistir fácil da ideia.

No colégio, a diretora parecia evitar Carlos desde o dia em que Luke a ameaçou. Ela, às vezes, questionava Carlos se estava tudo bem, e como estava sendo seu dia.

Carlos se incomodava com tais perguntas, porém tentava ser educado. Mas, ele sabia que a diretora apenas estava sendo cautelosa, para ele não avisar Luke sobre o quê ela anda fazendo. Ou, o quê não anda fazendo.

Mas Carlos jamais perderia seu tempo com isso, e não dava a mínima para a diretora.

Na saída daquele mesmo dia, Carlos ia se retirando do colégio, quando pareceu ver um homem loiro dentro de uma Peugeot 3008 estacionado na calçada ao lado. O homem estava de óculos escuros, mas suas características faciais — pelo menos as que Carlos conseguira ver —, lembravam muito Luke. Porém, ele desconsiderou, quando viu que o carro era bem diferente do que Luke costumava dirigir. E, conhecendo Luke como conhecia, sabia que ele jamais abriria mão de sua Bugatti.

Carlos se sentiu um pouco incomodado ao se pegar pensando muito em Luke ultimamente. Incomodado por saber que sentia a falta dele, mas consolou a si próprio dizendo que aquilo era normal, e um amigo sentiria tais coisas.

Naquela tarde de sábado, Carlos se encontrava no shopping. Estava sentado em um banco no grande corredor, enquanto aguardava a chegada de Amanda. Além de seus pais, ele havia convidado sua amiga para a festa.

Nesse meio tempo, Carlos não parava de pensar em como deveria ser o presidente da empresa. Misha havia deixado claro que a volta dele para a empresa era apenas para conhecer Carlos. Mas ele não estava convencido. Não fazia sentido que o presidente abandonasse negócios importantes apenas, para vê-lo. Era amedrontante demais.

Também ponderava no sumiço de Luke. Lembrou do que ele dissera na semana anterior, sobre não querer ir à confraternização da empresa. E também pelo fato óbvio de, alguma forma, Luke odiar a empresa. Era mais do que evidente que ele evitaria a empresa a qualquer custo.

Também se lembrou das malas de viagem que estavam na sala de estar do 61° andar. Pensou em quê aquilo se encaixaria em seu sumiço, e supôs que Luke poderia ter viajado para algum lugar. Era a única explicação.

Mas Carlos foi arrancado desses pensamentos antes mesmo que pudesse concluí-lo. Afinal, ele dera um pulo nada sútil do banco, e se levantou, quando Amanda aparecera por trás ao lhe dar um susto.

— Caralho, Amanda... — Repreendeu Carlos, se recuperando ao levar uma mão para o rosto, e esfregá-la levemente.

Amanda ria histericamente. Atraindo a atenção de grande parte das pessoas que estavam naquela área. O quê só aumentava o constrangimento de Carlos, deixando seu rosto mais vermelho ainda.

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