4º Capítulo

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[16/05/18 — Quarta-feira — 22h16]

— O Carlos já não devia ter chegado? — Elena questionou em voz alta, para seu marido, que estava na sala. Ela estava na cozinha, enquanto lavava a louça. — Recebi a mensagem dele há quase uma hora.

— Vai ver ele se atrasou. — Alex comentou, adentrando o cômodo com um prato e copo vazio, em mãos. — Onde ele estava?

— Na casa da Amanda. A viagem de lá pra cá leva menos tempo que isso.

— Ligou pra ele? — Inquiriu. — Talvez ele tenha decidido dormir lá e esqueceu de nos avisar.

— É... vou ligar. — Elena secou suas mãos em um pano de prato e apanhou seu celular sobre o balcão.

Discava o número do filho, e levou o smartphone para a orelha. Estranhou, conforme o tempo passava, e Carlos não atendia a chamada.

— Será que acabou a bateria do celular dele?

Alex riu.

— O Carlos esquecer de carregar o celular? — Se aproximou da esposa, ao apoiar os braços sobre o balcão central, e inclinar seu corpo. — É mais fácil ele tirar zero em alguma matéria na escola, do que deixar o celular dele descarregado.

Elena apenas emitiu um meio sorriso, enquanto tentava ligar para ele novamente.

Entretanto, no meio da chamada, eles ouviram a porta abrir e fechar rapidamente.

Carlos acabara de adentrar o apartamento, e parecia não estar em si, naquele momento.

— Querido? — Elena averiguou, estranhando. — Chegou tarde... aconteceu alguma coisa?

Carlos emitiu um meio sorriso, e fora até o vão da cozinha, enquanto retirava sua mochila das costas.

— É que eu vim de ônibus, e ele acabou atrasando. — Respondeu ele. — Não estava muito afim de andar.

— Ah. — Ela assentiu.

— Está tudo ok, amigão? — Alex questionou, vendo o filho parecer ofegar disfarçadamente. — Parece cansado.

— Não, é que... é que eu vim correndo quando saí do ônibus. Tô apertado para ir ao banheiro.

— Oh, claro, pode ir. — Elena o liberou.

Carlos sorriu à eles, e subiu as escadas.

Tivera que mentir se quisesse sair logo dali, e nisso, adentrara seu quarto rapidamente. Trancando a porta, em seguida.

Colocara sua mochila na cama e andava de um lado para o outro, enquanto assimilava o quê acontecera consigo nos minutos anteriores.

Havia sido derrubado perante a colisão com outra pessoa. Pessoa essa, que lhe apontara uma arma quando levantara do chão. A iluminação dos postes lhe dera a oportunidade de ver seu rosto, além da estética.

Era uma mulher, vestida em trajes de couro preto. Seus cabelos eram longos, negros, e estavam afrente de seu corpo quando ela se levantou.

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