49° Capítulo

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[19/07/18 — Quinta-Feira — 19h02]

Carlos constantemente tentava ligar para o número de Wesley — enquanto estava no ônibus a caminho da casa dele —, mas sempre caía em caixa postal. Desde a última vez que se viram, não houve contato em nenhum dos lados. Por conta disso, Carlos tinha medo de que algo possa ter acontecido a se julgar tanto pelo tempo passado, quanto por algo aparecer sem mais nem menos.

Também se condenava um pouco por não ter ligado a Wesley, afim de obter notícias sobre seu estado. Ele sabia muito bem que o amigo era capaz de se cuidar sozinho, mas ainda assim, preferia estar a par da situação e evitar de ser surpreendido como claramente foi, horas atrás.

Carlos desembarcou do ônibus, e seguiu pela calçada iluminada tanto pelos postes, quanto pela fraqueza da luz solar que já estava prestes a se pôr. Caminhava com certa pressa perante o bairro de classe média, afim de imediatamente chegar até a casa na qual já lhe era conhecida. Mas fazia alguns meses que não fora mais lá.

Assim que chegou, Carlos seguiu até a porta e logo tocou a campainha. Nesse meio tempo, ele formava frases e cumprimentos adequados para dialogar com Karen, avó de Wesley. Não a via já há algum tempo, e tentaria ao máximo fazer com que a situação fosse uma visita amigável, e não uma busca pelo paradeiro de Wesley, somente. Afinal, não sabia se Karen tinha conhecimento do que o neto realmente fazia.

Carlos pudera ouvir passos serem proferidos no piso de madeira, do lado de dentro da casa. Alguém estava a caminho de atenter a porta. Carlos em si estava nervoso. Não sabia se sua presença ali seria fosse certa, pois se lembrava claramente do aviso de Wesley sobre se manterem afastados. Mas a situação requeria urgência, e não poderia desistir agora. Afinal, ele escutou a maçaneta sendo tocada, e torcida, consequentemente abrindo a porta em seguida.

Carlos iria cumprimentar Karen, através de um sorriso no rosto, se não fosse pelo fator de outra pessoa ter atendido a porta.

Era uma mulher de cabelos castanhos curtos, até a altura do ombro. Seus olhos cinzentos encaravam os olhos de esmeraldas de Carlos, onde ambos expressavam dúvida em seu aspecto.

Era a mãe de Wesley, Suzana, parada enquanto segurava a porta no lado de dentro da casa.

— Carlos. — Falou ela, com um pouco de euforia na voz. — Que bom te ver, quanto tempo.

Carlos sorriu.

— Sim, é verdade... — Respondera sem jeito. — A senhora está linda como sempre.

Suzana riu brevemente, levando seu olhar para o chão, e retornando sua contemplação em Carlos.

— Vejo que não perdeu sua simpatia. — Comentou ela, abrindo um pouco mais a porta, e se afastando. — Vem, entre.

— Claro, com licença. — Disse, e adentrou.

Suzana fechou a porta em seguida, após se certificar de que Carlos não estava sendo seguido.

— A que devo a honra dessa visita? — Indagou Suzana, caminhando em direção à sala após fazer um gesto para que Carlos a acompanhasse.

— Eu...

— Carlos! — Ele fora interrompido por Karen, que adentrava distraidamente a sala. — Que surpresa agradável.

Karen desferiu um abraço carinhoso em Carlos, e depois o encarou, acariciando o rosto dele com suas mãos enrugadas.

— É maravilhoso te ver novamente. — Disse ela.

Carlos sorriu.

— É um prazer revê-la também.

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