Rael

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Eu nem tinha visto o grupo porque sinceramente eu estava me sentindo muito cansado. Acordei muito cedo para correr e isso me desgastou um pouco. Oito horas da noite e eu parecia um velho morrendo de sono. Dei uma olhada no grupo e vi que a Vitória e a Isabela estavam se estranhando. Eu achei estranho pra caralho e já mandei mensagem para a Vitória querendo explicações daquela porra.

— Mensagem (3)
Rael: Vitória
Rael: Tá aí?
Rael: Que porra foi aquela no grupo?
Vitoria: Ah, a Isabela tá insuportável. Descontando a raiva dela toda em mim.
Vitória: O Bernardo saiu mesmo com a garota nova, né?
Vitória: Não tem jeito.... 🙄
Rael: Desde quando teve? KKKKKK
Rael: O que isso te interessa, Vitória?
Vitória: Nada, ué. Só perguntei....
Vitória: Não curti muito essa menina.
Rael: Tem como vir aqui em casa?
Vitória: Pra que?
Rael: Pra gente conversar.
Vitória: Tá bom, paga meu Uber.
Rael: Tá.

Eu pedi um Uber para ela e paguei a corrida dela quando ela chegou aqui. Ela subiu com a mochila nas costas crente que ia dormir aqui hoje. Eu nem sei se ela vai continuar namorando comigo depois que eu contar da Eduarda morando aqui quem dirá dormir aqui essa noite. Ela me deu um selinho assim que me viu. — Tu me chamou pra dormir aqui — Vitória disse em tom meloso. — Tu nunca chama.

— Eu preciso falar contigo — comentei sério — Senta aí.

Ela sentou no sofá do meu lado e eu respirei fundo. Eu ia começar a falar mas não foi preciso porque a Eduarda apareceu com um coque e com a mesma roupa que ela tinha saído mais cedo. Ela viu a Vitória e a Vitória já estava querendo matar ela com os olhos. Ela me olhou pedindo ajuda e eu chamei a Vitória.

— O que ela tá fazendo aqui? — Ela perguntou me olhando querendo me matar também. — O que essa garota veio fazer aqui?

Ela me fuzilava com os olhos enquanto a Eduarda tentava fazer alguma coisa para mudar a situação. Eu estava sem saber o que responder porque o que quer que eu inventasse ou falasse com certeza iria fazer com que a Vitória ficasse puta demais porque ela viu a Eduarda lá em casa. — Eu não sabia de nada, Vitória. — Eduarda começou a falar.

— Cala boca, garota. Eu falei com o meu namorado.

Eu respirei fundo enquanto a Eduarda me olhava com cara de quem não estava se aguentando. — Cala boca, você. Eu hein! Tá achando que é quem?

— Alguém que não fica no apartamento do homem dos outros.

— Para com essa porra, Vitória — bufou. Agora iria vir a sessão de xingamentos e ofensas porque eu ia soltar tudo de uma vez só. Sem dó nem piedade. — Ela tá morando com a gente.

Vitória deu uma risada irônica achando que estávamos brincando, mediu a Eduarda de cima a baixo e depois olhou para mim irritada. — Você tá zoando né?

— Não — respondi — João que chamou ela para morar aqui com a gente enquanto ela não acha um apartamento.

Ela levantou irritada na mesma hora e olhou em direção a nós dois muito mas muito puta. — Vocês tão zoando com a minha cara, não é? Rael, eu nunca venho aqui porque você vive me dizendo que o João curte a privacidade dele e de uma hora para a outra vocês botam uma piranha qualquer na casa de vocês.

— Aí, garota. Você já tá abusando da minha boa vontade — Eduarda desfez o coque e seu cabelo caiu pelos seus ombros. — Eu não quero nada com o seu namorado. NADA, entendeu?

— Não entendi, gata. — Ela foi em direção a Eduarda e eu já quis me meter no meio caso saísse um arranca rabo. — Se você pega o Bernardo você pega qualquer um....:

Ela riu — Eu não peguei o Bernardo, mesmo que não deva satisfação.... E eu não quero seu namorado. Eu estou aqui pelo João, emocionada. Eu lá quero saber do Rael, a gente mal se fala, a gente mal se esbarra e eu realmente não sabia dessa história toda antes de vir pra cá. Agora me dá licença. Se eu ficar aturando mais seus desaforos é capaz de voar com a minha mão na sua cara, maluca.

Eduarda saiu como se estivesse sido a coisa mais normal do mundo e eu já estava com a mão na cabeça. Essa porra ia me dar uma dor que não era mensurada. Vitória já estava com os olhos cheios d'água. — Você vai deixar ela me tratar assim, Rael? Essa piranha?

— Calma, Maria Vitória. Calma! — bufei — Tu também ficou ofendendo a garota de graça....

— Tu tá querendo defender ela pôrque? Tá comendo ela? — Ela começou a chorar e a embagar a voz de choro. — Você tá comendo ela?

— Para de surtar, Maria Vitória — respondi grosseiramente. — Vai pra sua casa que amanhã a gente resolve....

Ela pegou as coisas dela e saiu do meu apartamento batendo à porta. Eu me joguei no sofá e minutos depois apareceu a Eduarda. Foi pegar um remédio e água e me entregou. — Foi mal por isso, Rael.

— Vitória tem um gênio assim mesmo. Uma hora ou outra a bomba ia explodir — Eu tomei a pílula junto com o remédio.

— Eu juro que vou achar alguma coisa em conta. Estou até pra prestar um vestibular para a faculdade de vocês para ver se consigo uma bolsa, trabalho.... alguma coisa — respirou fundo — Não quero ficar nas costas de vocês.

— Tudo bem, Eduarda. Não se sente culpada não. Você só se defendeu assim como eu me defenderia — respondi.

Me encantou demaisOnde histórias criam vida. Descubra agora