Meu coração congelou. Fudeu. Do jeito que o Rael é maluco vai falar que eu bati na porta do quarto dele ontem e a gente até dormiu junto. Rael deu uma segurada e caminhou até a gente com seu suco de maracujá. — Eu não. Eduarda nem é meu tipo.
Eu suspendi a sobrancelha — Você tem tipo? O que vier pra tu é lucro.
João deu uma gargalhada enquanto segurava minha perna. Rael deu uma segurada no sorriso — Tem menina que gosta. Inclusive, tem umas que até imploram.....
Ele estava no joguinho dele e na frente do João que estava se divertindo com a nossa cara. João ria enquanto eu dei um sorriso travesso para o Rael que devolveu o mesmo e saiu negando com a cabeça. Eu me apoiei no ombro do João enquanto ele alisava meu cabelo. — Qual é, Duda? Rael te perturba muito? Ele é chato pra caralho contigo.
— Com o Rael eu to aprendendo a conviver – respondi com um meio sorriso. — Me conta, por que tu perguntou da Lia?
Eu queria mudar de assunto. João cessou a risada e me olhou — Ela é gata.
— Aham, e daí? — eu continuei olhando para ele buscando resposta. Que ela era gata até o padeiro da esquina sabia, mas eu queria algo mais para começar o desenrolo.
— Tu ta querendo, né Duarda? — Ele batucou na minha coxa e eu abri aquele sorrisinho. — Tá querendo me desenrolar pra a tua amiga pra que eu te desenrole pra algum amigo.
— Eu nao quero seus amigos, até porque ninguém ali presta. Nem seu irmão presta e nem você — eu respondi e ele se fez de ofendido.
— Pô, assim é desdenhar dos Ackler, né? Eu presto, pô. Mas eu presto pra quem eu quero prestar e não pra qualquer uma. — ele deu aquele sorrisinho e depois uma piscadinha. Eu dei um meio sorriso. Eu não entendia o João as vezes e preferia acreditar que ele não estava mandando indireta. Eu queria acreditar que ele não sentia atração por mim. Já basta o irmão dele que é um uó.
— Vamos assistir alguma coisa na Netflix? — eu perguntei e ele concordou.
Ele pegou o controle e mudou para uma série que eu e ele acompanhávamos. Ele preparou alguma coisa para comer e o Rael sumiu la pelo quarto dele sem sinal nenhum de vida. Eu assisti bem coladinha com o João e foi em uma das cenas que o Rael apareceu ali, deu uma bizu na gente e partiu para a cozinha. João nem notou mas o Rael passou para o quarto olhando pra mim dessa vez.
Assistimos uns dois episódios da série antes do João se cansar e eu também porque aliás tinha faculdade amanhã e ainda por cima tinha trabalho. Essa rotina estava me cansando demais. Eu calcei minha pantufa e o João desligou tudo para partimos para o quarto. Eu me despedi dele com um abraço e fui direto para o meu quarto. Me despi, entrei no banheiro e tomei aquele banho. Botei meu pijama e deitei na minha caminha confortável. Coloquei meu celular pra carregar e percebi que tinha uma mensagem. O pior. Era dele.
— 📲 Rael
Rael: psiu (enviada às 22:30)
Rael: já acabou a série?
Eu: Acabou agora. Por que?
Rael: Abre a porta do teu quarto, aí....
Eu: Rael.....
Rael: Qual foi, Eduarda. Ontem tu foi me acordar do meu sono bem gostoso..... eu entendi.
Eu: Hmmmm. Qual o motivo que me faz abrir essa porta?
Rael: Vai abrir não?
Rael: Jaé.Eu pensei em mandar uma mensagem para ele falando que ia abrir a porta, mas o Rael é meio mimadinho nesse aspecto e tem que crescer um pouco. Nem tudo é na hora que ele quer. Se não for, ele fica putinho. Acho que ele se acostumou tanto a Maria Vitória que praticamente dava as coisas mastigadas a ele que ele nem faz esforco nenhum para agradar nenhuma mina que ele quer ficar. O pior, ele ainda fica falando que eu não sou o tipo dele e agora quer vir dormir comigo?
Eu revirei na cama, mas não consegui dormir. Abri a porta do quarto e ele estava abrindo a porta do dele. Ele caminhou até a mim fazendo o sinal de silêncio com os dedos no lábio e me empurrou para dentro do meu quarto e trancou. Eu fiquei sem reação por alguns segundos. Ele tava ficando maluco?
— Rael..... Você não pode ter tudo na hora que quer.
— Eu quero você, cara — ele cheirou meu pescoço. Ah, o meu pescoço era meu ponto fraco total. Eu me perdia totalmente ali. Ele segurou minha cintura e sussurrou com aquela voz gostosa no meu ouvido.
— Desculpa por hoje.
— Você só me procura à noite quando bate a carência, Rael? — eu perguntei em um tom irônico.
— Eu fujo pro teu quarto. Tu pro meu e ninguém precisa saber — ele comentou bem baixinho. Não havia mal nenhum, aliás, éramos dois solteiros e não estávamos fazendo nada mais do que curtindo esse momento sem machucar ninguém. Ele segurou minha cintura — Você quer um bom motivo para abrir essa droga dessa porta toda noite?
Eu concordei com a cabeça. Eu mirei sua boca carnuda e sua barba mal feita. Ele era gato demais. Como conseguia ser tão filha da puta de lindo?
— Então me fala, Rael. Por que eu devo abrir essa porta pra você?
— Porque você tá me deixando maluco.
— Não era você que disse que eu não era nada demais e que nunca se encantaria por mim? — suspendi a sobrancelha.
— Aham — ele sussurrou — Continuo mantendo a palavra, ué. Mas eu curto a química e a vibe que a gente tem... Tu não curte, Duda?
Eu concordei com a cabeça e ele selou nossos lábios. — Ninguém sabe, ninguém estraga.
— Eu posso ficar com quem quiser? — eu suspendi a sobrancelha.
— Até na minha frente e eu também — ele respondeu e eu concordei. — Mas em algum momento do dia a gente vai acabar como a gente tá agora... É impossível.
— Eu sei — suspirei — Por mim tá fechado.
— Beleza — ele respondeu — Tenho uma proposta.
Eu já revirei os olhos. Odiava essas paradas de proposta. — Fala, Rael.
— Se você se apaixonar por mim você vai me dar o cu.
— Que? — Eu dei uma risada que soou alta e ele meteu a mão na minha boca também rindo para que eu parasse de rir alto. — Você só pode estar zoando com a minha cara, né? Óbvio que não vou fazer isso, Rael. – comentei, revirando os olhos.
— Se eu me apaixonar por você eu alugo um apartamento pra tu. — ele comentou e eu parei de rir no momento. Olhei com a sobrancelha arqueada.
— Tá falando sério?
Ele concordou — Pago teu aluguel por um ano.
— Tá bom. Já pode passando a chave do mesmo — debochei.
— Mas se você se apaixonar por mim.... Tu vai ter que realizar uma fantasia sexual minha.
— Ah, qual é? — eu perguntei e ele riu e negou com a cabeça.
— Você já tá apaixonada por mim? Só vai saber quando provar que tá apaixonada.
— Tá bom. Por que você botou uma coisa tão alta caso você se apaixone por mim?
Eu já sentia seu cheiro. Ele tirou a camisa dele e jogou na minha cama. Eu não entendia merda nenhuma do que ele estava fazendo. — Porque eu não vou me apaixonar por você. É uma espécie de deboche. Eu disse que vou te dar um apartamento porque isso não vai acontecer.....
— Ridículo — dei uma risada e taquei a camisa dele de volta para ele. Ele me olhou e veio me entregar.
— É pra você. Já que tu fecha os olhos quando sente meu perfume é mais fácil dormir com a minha camisa logo, Duda. — ele passou a mão no meu queixo e eu fechei os olhos. Eu tinha que me controlar — Aposta já começou?
Eu abri os olhos recuperando o ar. — Já sim. Você já pode começar a ver apartamentos no zap imóveis.
— Vai nessa, criança — ele fechou a porta do meu quarto e eu peguei a camisa dele. Tinha um cheiro maravilhoso mas ele era um filho da puta. Eu abri o armário e joguei a camisa dele lá dentro. Ele não ia me ganhar pela atração que eu sentia por ele. Eu precisava do apartamento e aposta era aposta. Eu tava fudida porque esse demônio tinha coração de gelo.
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Me encantou demais
Fiksi PenggemarSEGUNDO LIVRO DA TRILOGIA ''OS ACKLERS'' + 16 || Nesta história, Eduarda busca um novo estilo de vida diferente do seu estilo pacato no interior de Minas Gerais. Uma menina criada com todos os conceitos de menina de cidade pequena, muda para o Rio d...