Eu me joguei na minha cama com os meus pensamentos. Escutei barulho do Éric mexendo na cozinha e sabia que ele ainda não tinha ido dormir mesmo chegando cansado de viagem. Eu resolvi ir ver o que o João queria já que ele tinha me mandado mensagem.
Arrumei meu cabelo e coloquei uma calça jeans com um cropped. Arrumei meu cabelo e passei uma maquiagem para disfarçar as olheiras e fui até ele. Éric já tinha ido dormir e eu saí sem fazer muita festa para não acordar ele. Desci as escadas e fui até o barzinho do outro lado da rua que o João tinha me garantido que era muito bom e que tinha que conversar comigo. Puxei uma cadeira ao seu lado e ele levou um susto mas deu um sorriso ao me ver.
– Pensei que nem viesse e que ia me deixar aqui de pista.
– Me deu vontade – resmunguei e joguei meu cabelo para trás. – O que você tem de tão importante pra me falar que não poderia ser por mensagem?
– Queria te pedir desculpas, Giulia – ele deu um gole na cerveja e encheu meu copo. Eu fiquei só olhando com cara de mosca morta porque ele me fez descer da comodidade da minha caminha para encher meus ouvidinhos lindos com mais besteiras sobre o que eu vi de manhã.
– Pelo o que? – me fiz de maluca também.
– Por hoje de manhã
– João, você lembra que foi você mesmo que veio ter uma conversa comigo falando que você ficava com a Lia e bla bla bla e que não era para eu ficar chateada? – perguntei na casa dura e ele concordou. – Agora me diz, por que estamos tendo essa conversa, afinal?
– Porque ficou um clima estranho, Giu. O que eu menos quero é ter clima estranho com você – ele deu um gole na cerveja e me encarou. – Eu gosto demais de ficar com você.
– Ué, e desgostou de uma hora pra outra? – perguntei e ele negou. – Então, mais uma vez, porque estamos tendo essa conversa?
– Desculpa aí se eu te tirei da cama, te tirei lá do apartamento e te arrastei pra cá pra encher sua cabeça – ele se fez de vítima. Eu gostava do João, gostava mesmo. Entre nós dois tinha aquela vibe legal que eu demorei muito para ter com alguém novamente. Só que com o João vinham trezentos problemas que eu não estava afim de aturar.
João era um kinderovo. Você abria o ovo e encontrava uma surpresinha.
– Chega de drama, João. Pede uns kibes e uns frios para a gente comer – resmunguei e ele deu uma risada – Se foi pra me tirar da cama que seja por um motivo bom.
O João pediu para a gente uns kibes e uns frios que eu devorei tudo na fome. Hoje eu estava com uma fome que não cabia dentro de mim. Eu roubei o boné da cabeça do João e ele resmungou. – Ah, qual é, tu sabe que eu não gosto de não usar boné?
– Aí, que chato – rolei os olhos e ri. Botei o boné na minha cabeça e ele mirou a câmera do celular para mim, eu fiz uma pose e ele tirou foto. Depois me mostrou. Eu tinha até curtido. – Toma, chato! – eu botei o boné novamente na cabeça dele.
– E o irmão da Duda? Como ele é? – João roubou um kibe e perguntou curioso.
– Não sei. Não conheci muito bem, batemos um papo, comemos pizza e foi isso. Ele tem entrevista de emprego aqui no Rio de Janeiro e não pode perder. – respondi.
– Você não conhece o cara e botou ele dentro da sua casa?
– Não querendo cutucar a ferida, mas você também não conhece a Lia o suficiente e ela dormiu na sua casa.
Ele deu um sorriso maroto porque sabia que foi pego no pulo. Eu terminei minha cerveja e enchi mais ainda porque o João que estava bancando. Me tirou da minha caminha pelo menos tinha que pagar as coisas para mim.
– Podemos nos ver um dia desses? – ele perguntou.
– Não sei. Tá puxado lá no consultório – respondi.
– Podemos ficar lá em casa vendo filme ou na sua casa. Não sei. Só um rolê mesmo nós dois.
– Não sei, João. Vou ver se eu consigo, pode ser? – eu perguntei e ele concordou com a cabeça.
Eu fiquei ali com o João bebendo. Não queria ser uma pau no cu mas tinham coisas no João que me estressavam horrores. Ele me puxou pra dançar e eu acabei cedendo. Foi o ápice porque ele me roubou um beijo gostoso pra caramba e eu não tive como negar. Passei a mão pelo pescoço dele e juntei minha mão em seu cabelo puxando e bagunçando seus fios que estavam crescendo. – Você é foda, né? Me arrastou até aqui....
– Eu não fiz nada – ele deu um sorriso maroto – Você que me beijou.
– Oi? O que? – ri – Você além de cafajeste é mentiroso. Você que me beijou, garoto.
– Se reclamar eu beijo de novo.
Eu mordisquei o lábio inferior mas já era tarde. João vinha para me dar outro beijo e mais uma vez, eu cedi a ele.
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Me encantou demais
FanfictionSEGUNDO LIVRO DA TRILOGIA ''OS ACKLERS'' + 16 || Nesta história, Eduarda busca um novo estilo de vida diferente do seu estilo pacato no interior de Minas Gerais. Uma menina criada com todos os conceitos de menina de cidade pequena, muda para o Rio d...