Eduarda

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Acordei eram sete da manhã com uns braços envolta de mim. Me mexi na cama e encontrei meu celular desplugado da bateria e com pouca carga. Puta que pariu. Ontem eu dormi e esqueci de colocar ele para carregar. O Rael dormia profundamente e eu como não sabia os horários dele da faculdade, sacudi ele e ele se remexeu falando qualquer coisa que eu não consegui decifrar. Balancei ele mais uma vez e ele abriu os olhos dando de cara comigo. — Qual foi, Duarda?

— Qual foi o que, moleque? Vaza daqui — dei uma zoada com a cara dele e levantei entregando o violão pra ele. O garoto estava até desnorteado sem saber o que fazer.

— Qual foi, Eduarda? O que eu te fiz? — ele ajeitou o cabelo e eu dei uma risada.

— Tô zoando contigo, garoto. Levanta pra aula! — respondi e ele pareceu se tocar. — Eu vou tomar um banho. Então, por favor, se retire do meu quarto. — ordenei segurando a risada com a cara de deboche dele.

— Sinceramente, depois de algumas coisas que nós passamos acho que é até muito sonso da sua parte não querer que eu te veja nua — respondeu irônico — Mas eu saio. Você que não se meta lá no meu banheiro.

Eu mandei o dedo do meio e empurrei ele para fora do meu quarto enquanto ele ria — Você que se meteu no meu quarto, traste.

Eu peguei a primeira roupa que eu vi, literalmente, que fosse algo que poderia usar na faculdade e corri para o banho. Liguei o chuveiro e tomei aquele banho maroto. Passei um lip tint e um blush para dar o ar da graça e botei uma camisa de alcinha fina e uma calça jeans e amarrei meu tênis na correria. Fiz um coque no meu cabelo que estava sem lavar, peguei minha mochila e fui até a cozinha. O João já estava lá, de costas para mim com uma garrafa de suco de caixinha na mão. — Bom dia.

— O dia começou bem pra tu — João jogou uma piadinha e eu olhei sem entender. — Se faz de sonsa não. Eu vi você e o Rael dormindo junto lá no teu quarto — ele riu — Sorte que estavam de roupa. Não queria ver nenhuma cena dessas.

— Idiota — joguei um biscoito nele toda sem graça — Que horas você chegou?

— Não lembro, mas vocês já estavam apagadinhos de conchinha. Foi bonitinho — ele me gastou e eu mandei o dedo para ele.

— Bom dia! — Rael apareceu de cabelo molhado e segurando a alça da mochila dele. Pegou uma fruta e pegou uma xícara de café. O assunto tinha chegado, então eu e João paramos de nos falar.

— Sua mãe ligou — João disse e eu larguei a xícara em cima da mesa. Rael me olhou. — Falou que seu irmão está tentando te ligar, mandar mensagem e você não atende.

— Deve ser porque eu bloqueei ele e não pretendo desbloquear o corno — revirei os olhos e enfiei aqueles biscoitos na raiva dentro da minha boca.

Rael deu uma risadinha — Chama o cara aqui, Duarda. Conversa com ele sem a mulher dele perto. Seu irmão pode estar mais confuso que você nesse momento.

— Ah — ri sarcástica — Essa confusao dele tem nome e sobrenome e agora está falando que está esperando um filho mas tenho certeza que é verme mal cuidado.

João e Rael deram uma risada com o que eu comentei. – Chama ele, Duda. – João comentou.

— Vou ver o que eu faço – passei a mão no cabelo. Na real já até sabia que meu irmão ia falar. Se duvidar do jeito que eu sou burra e trouxa eu acreditaria e até ajudaria o bebê. Botaria até na minha casa com o discurso melodramático e sofrido dele. Eu peguei a mochila e o Rael apontou para a porta. — Você vai agora, João?

— Não. Tenho que passar num lugar antes — ele mastigou a torrada. — Vão vocês.

— Beleza! — respondi e olhei para o Rael que se adiantou e pegou sua mochila. Seguimos para o elevador e chamamos o mesmo enquanto ele ficou parado com aquela cara de sempre me olhando. — O que foi, traste?

— Ué, dormiu sem gozar foi? Que estresse é esse desnecessário? — ele perguntou em uma forma debochada.

— Dormi sem gozar sim. — chamei o elevador mais uma vez. — Você me da dor de cabeça e não orgasmo.

— Ué, só me chamar que eu posso te dar uma na hora que quiser — ele piscou e botou um sorrisinho de lado.

O elevador abriu e nos entramos. Eu apertei a garagem enquanto o Rael continuava me olhando com aquela cara de safado. Deus me defenda. Eu já estava torcendo para aquele elevador chegar na garagem mais rápido que o normal. — Bora matar essa aula? — ele veio se aproximando e me empurrou na lataria do elevador. Eu fechei os olhos quando senti os lábios dele no meu pescoço. — Hein?

— Eu pago caro na faculdade, doido. Eu tenho que me formar.

— Faz uma sessão de psicologia comigo — ele sussurou e arrepiou tudo. Puta que pariu. Eu já estava ao ponto de empurrar ele e transar que nem coelho naquele elevador.

— Daí eu volto mais doida do que já sou — respondi e o elevador pela bença de Deus abriu. Ele resmungou e saímos do mesmo indo em direção ao carro dele. Ele destravou e eu entrei no banco da frente. Ele entrou em seguida e tirou o carro do prédio.

— Nossa proposta ainda tá de pé — ele comentou assim que estacionou na faculdade.

— Que proposta? — me fiz de idiota.

— De transar que nem coelho — ele respondeu com um sorrisinho no rosto e eu fechei os olhos buscando o ar que me faltava. O prédio dele era em um pátio diferente do meu, então, segui para o meu prédio e encontrei a Nicole e a Lia lá. Estava meio nervosa de encontrar com as duas justamente por causa do show da Nicole ontem.

— Oi — eu dei um sorriso e cumprimentei as duas com beijinhos. Elas fizeram o mesmo. — Nicole, você tá melhor?

— Aham, to sim. — ela respondeu. Ela parecia estar bem, então, nem toquei mais no assunto.

— Duda — Lia me chamou e eu olhei — Queria te perguntar uma coisa, mas sei lá, queria que tu não comentasse nada.

Eu concordei com a cabeça.

— O João tá pegando a Giulia?

— Hã? Acho que não — respondi — Por que? Resolveu demonstrar seu amor pelo João, foi? — suspendi a sobrancelha com um risinho e ela resmungou e deu um tapinha no meu braço.

— Você sabe que o João me ganha fácil.

— Acho que esses gêmeos estão mexendo muito com a cabeça do pessoal da faculdade. Não é, Duda? Principalmente porque o beijo do Rael é bom pra caralho e do João eu tenho certeza que deve ser tambem. — ela me olhou no fundo dos olhos. Ela não estava bem. Ela estava jogando contra mim e eu tinha que mostrar que não me afetava.

— O beijo do Rael é maravilhoso, mas você não imagina o quanto ele transa bem. Ah, isso com certeza deve ser o ponto forte dele — botei meu melhor sorriso debochado e a Nicole ficou calada. Lia estava ali no meio do fogo cruzado so observando a gente. Não foi pelo Rael, não por mim, foi pelo deboche desnecessário da emocionada da Nicole.

Me encantou demaisOnde histórias criam vida. Descubra agora