Eduarda

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— Tu acha que eu vou deixar essa louca ameacar as pessoas da minha família? — eu cruzei os braços e o Éric levantou a sobrancelha. — Quer postar? Que poste. Jogue até em site pornô, manda até para a minha mãe mas eu não vou deixar ninguém cair no jogo sujo dela. Eu não ligo — eu comentei em pleno surto e o Eric só acompanhava meus passos pelo quarto. — Onde essa piranha tá hospedada? Até hoje ela não descobriu quem é Maria Eduarda Barcellos.

— Tá doida? — ele comentou me olhando com os dois olhos azuis arregalados. — Tu vai fazer o que, ô maluca?

— Apenas pagar na mesma moeda. — eu dei um sorriso que chegou a arrepiar o Éric. Eu estava em surto. Eu estava querendo matar aquela desgraçada mas não faria isso porque além de pagar pena em uma cadeia sem nem cela especial de ensino superior eu ia levar o meu karma para além dessa vida de ter matato o neném que está na barriga dessa piranha loira de salão de beleza de esquina. Eu estava possuida de ódio.

— Calma, Maria Eduarda. — Éric sentiu minha respiração ofegante e tentou me manter calma. Abriu o frigobar do hotel e tentou me dar uma Coca Cola, mas eu estava possessa. Minha sede era do sangue daquela vaca e não de Coca Cola gelada.

— Eric, eu quero saber onde essa piranha está hospedada — eu pedi mais uma vez para ele que pegou um papel onde tinha o tal endereço do hotel. Joguei no Google maps e nem era tão longe e de Uber dava uns trinta contos. O meu dinheiro com essa piranha ia embora todinho mas a surra que eu ia dar nela com certeza ia fazer valer meu salário e mais o décimo terceiro. Eu tomei aquela coca gelada numa golada só e meu celular apitou. Era o Rael.

— Mensagem (2)
Rael: Minha mãe disse que você já tinha ido embora
Rael: Você tá em casa?
Eu: Não
Rael: Ué?
Rael: Saiu?
Eu: Ainda não. Mas vou sair para quebrar a cara de alguém
Rael: Onde você tá?
Eu: Se eu te contar você me leva lá pra partir a cara da piranha?
Rael: Até assisto e gravo pra você, gata. 😉
Eu: Otimo. Porque eu quero gravar o dia que eu peguei essa filha da puta no soco.
Rael: Onde você tá?
Eu: Enviou sua localização 📍
Rael: Ta num hotel?
Rael: Com quem? 🤨
Duda: Vai tomar no cu e aparece aqui em dez minutos
Duda: DEZ MINUTOS
Rael: Opa, vou chegar em cinco.

Eu bufei pra caralho e larguei o celular na cama. Éric saiu do banheiro com a cara mais tranquila do mundo e eu tentei transparecer que eu só ia ver qual era a dela e não espancar a futura mamãe do bebê dele. Claro que eu jamais faria mal a um feto, mas a mãe dele eu faria sim. Piranha desgracada cachorra. Eu levantei no ódio e o Rael me mandou uma mensagens uns dez minutos depois.

— Mensagem (2)
Rael: Vem logo pra porrada
Rael: Trouxe até reforço.

Eu guardei o celular e chamei o Éric que estava escovando os dentes. Ele apareceu e eu dei um beijo na bochecha dele. — Você não vai fazer merda não, né?

Vou.

— Jamais — respondi com um sorriso de lado — Eu não sou doida e nem irresponsável. Você sabe, né?

— Tá bom, então. — ele mexeu nas coisas dele e me deu o cartão de acesso ao quarto da Taiane. Eu dei um
sorrisinho porque eu ia pegar a piranha de surpresa.

— Vai ser uma conversa rápida, grossa e direta. — eu respondi. Sim, direto significava no meu vocabulário partir a cara dessa piranha até deixar ela fodida mas sem machucar o nenê. Era um trabalho difícil. Mas eu não me subestimava.

— Vai lá, Duda. Se cuida.

Eu pisquei para o meu irmão e sai do quarto de hotel, desci até o saguão com o melhor sorriso e sai do hotel em busca do carro do Rael, encontrei o mesmo, atravessei a rua e entrei nele. Quem estava lá? Aquela que sempre se envolve na merda comigo.

— Giulia — dei um sorriso — Você também veio, amiga?

— Tu acha que eu ia perder a porrada? — ela perguntou sarcástica — Vai meter porrada em quem?

— Na minha mais bela cunhadinha mamãe do ano. Vocês vem? — eu perguntei e o Rael fez um barulho com a boca.

— Tu acha que eu vou te levar pra bater numa grávida, cara? Em grávida não se bate.

— Ah, tá. — ri — Mas uma grávida pode me ameaçar e ameacar a minha família de vazar um vídeo íntimo meu transando. — eu bufei ao terminar de falar e o Rael me olhou pelo retrovisor do carro.

— Eu queria tanto ver....

Eu dei um sorriso irônico — Eu e meu ex namorado transando.

— É, não quero ver mais — ele suspendeu a sobrancelha e eu mordi a parte inferior dos meus lábios.

— Duda, você pode denunciar e você sabe disso. Ela está fazendo um crime virtual contigo — Giulia disse as mesmas palavras que eu pensava só que de uma forma bonita. Eu era burra para falar de algo judicialmente.

— Eu posso ser teu advogado — Rael respondeu — Gado eu já to sendo, né?

Eu dei uma risada e me aproximei do banco dele e mais precisamente do ouvido dele — Me leva para encher a cara daquela piranha de porrada.

Ele se arrepiou como eu já tinha imaginado e eu mordia parte inferior dos lábios. Ele me olhou mais uma vez pelo espelho do carro e negou com a cabeça — Se você falar mais uma vez assim no meu ouvido eu vou te levar sim.... Mas eu vou te levar para o primeiro motel e te mostrar o que tu tá causando em mim com esse seu sarcasmos.

Giulia arregalou os olhos e deu uma risada — Puta que pariu, safados. Eu ainda estou aqui. Nojentos!

— Depois da raiva me da um tesao do caralho. Você sabia? — eu me acomodei no banco e o Rael mordeu os lábios dele de tão nervoso e tenso que ele ficou. Eu estava fazendo as coisas que há tempo eu queria fazer.

Provocar o Rael para descobrir até onde ele poderia ir com nosso lance e quebrar a cara da minha cunhada.

Me encantou demaisOnde histórias criam vida. Descubra agora