Depois disso ficou um clima horrível na sala. Lia ficou morrendo de vergonha e o João ficou com a maior cara de bunda que eu conheço. Giulia terminou o café dela e disse que tinha que ir para o consultório, saiu, cumprimentou o João e a Lia por alto e o clima pareceu ficar mais pesado ainda. Eu fui para o meu quarto e o Rael ainda estava jogado por ali. Me deitei ao seu lado e tirei alguns fios do seu rosto, o acordando na mesma hora. – Aí, desculpa.
Ele se remexeu na cama.
– Que horas são? – ele perguntou. – Ainda tá cedo.– Que cedo, garoto? – dei uma risada – São quase dez horas da manhã.
– Madrugada ainda.
Ele levantou, foi fazer as higienes dele e tomar um café da manhã. O clima pareceu pesar e o Rael estranhou a Lia por ali e não a Giulia. Ele voltou para o quarto e eu estava assistindo qualquer coisa na televisão para me distrair.
– Meu irmão tá vindo pro Rio – eu comentei enquanto mexia no cabelo do Rael. Ele mumurrou. – Ele muito abusado, por sinal, disse que vai morar aqui comigo.
– Ué – ele me olhou – Ele dorme aqui contigo. – ele deu de ombros – Vai deixar teu irmão na merda?
– Não, Rael. – rolei os olhos – Meu irmão não sabe que eu moro com vocês dois, entendeu? Ele acha que eu moro com mulher e não com dois homens.
– Entendi – respondeu – O que você vai fazer? Vai falar que nós dois somos gays?
– Não, idiota – dei uma risada – Giulia vai dar uma moral pra mim e meu irmão vai ficar lá na casa dela por um tempo. Eu vou falar com ela que meu irmão vai ter que ajudar com as coisas da casa.
– Qual foi da Lia dormir aqui? – ele me perguntou e eu dei de ombros. – João não estava ficando com a Giulia?
– É, pelo o que eu sabia – dei de ombros – Aí, eu também não quero me meter nesse rolo não, Rael.
– Rolo já basta o nosso, né não? – ele chegou perto de mim e cheirou meu pescoço. Eu me arrepiei inteira e apertei os olhos dando um sorriso. – Bora sair hoje?
– Vamos. Pra onde? – me animei.
– Vamos sair pra jantar, curtir um pouco...
– O que você quer, Rael William? – Eu apertei os olhos e ele deu uma risada. – Você está querendo me comprar com comida, né?
– Mais ou menos – ele respondeu com um sorriso maroto – A gente janta, da uma volta pela cidade de boa.... fica tranquilo a noitinha – ele comentou baixinho comigo. Eu mordisquei os lábios. Era impossível negar o Rael quando ele fazia essa chantagem comigo.
– Vai ser ótimo! – eu comentei. Eu fiquei ali de grude com o Rael até o avô dele chamar ele e o João até o escritorio e eu ficar ali, jogada na cama, até resolvi dormir. Mas acordei com meu celular tocando, era o número do Eric.
— 📱 (Eric)
– Alô? – Eu atendi. – Já chegou?
– Sim, cheguei. – ele respondeu – Você pode me passar o endereço?
– Eu vou passar pelo WhatsApp. Tudo bem?
– Tá bom.
– Tá bom. Vou passar.
Desliguei a conversa com o Éric e entrei no WhatsApp e passei a localização do prédio. Ele disse que ia pedir um Uber até lá em casa. Eu vesti qualquer roupa e sai do apartamento. Giulia tinha deixado uma chave comigo porque eu sabia que o Éric ia chegar, a mãe dela não estava em casa. Arrumei algumas coisas até o interfone tocar e o porteiro liberar a entrada do Éric. Ele subiu e me encontrou no corredor.– Desculpa por isso – ele me abraçou e eu concordei com a cabeça – Eu tenho uma notícia pra você. Não queria falar por telefone e por isso que não te disse nada.
– Entra – eu puxei ele para dentro do apartamento da Giulia e ele observou os detalhes.
– Porra, apartamento é massa mesmo, hein. – ele comentou enquanto olhava pela arrumação do apartamento da Giulia. – Sua amiga tá por aí? Ela não encrencou não? Você sabe que eu posso dividir o aluguel apartamento com vocês, uai.
Eu dei uma risada — Você pode ficar aqui por um tempo e ajudar a Giu com o aluguel, beleza? – ele concordou – Ela tá trabalhado, chega do consultório tarde e eu só te peço pra não bagunçar nada, por favor, ela já está te fazendo um favor enorme.
– Entendi – ele respondeu – Onde você dorme? Posso dormir contigo.
Eu respirei fundo e botei um sorriso no rosto. Sorriso de nervoso mesmo. – Eu nao moro com a Giulia.
Ele cerrou seus olhos azuis e me olhou como se eu fosse alguma doida. Deu uma risada. – Ué, você mora com quem?
– Eu moro na casa do lado com dois homens.
– Que? Desde quando isso? – ele perguntou sério.
– Desde que eu vim pro Rio. Eu sabia que minha mãe nunca ia me deixar vir para cá se eu contasse pra ela que eu moraria com um amigo e não uma amiga – suspirei – Deixa essa história baixa. Por favor. Eu juro, eu estou super segura lá.
– Entendi – ele comentou – Você tem certeza?
Eu concordei com a cabeça – Então tudo bem – ele disse. – Só fico chateado porque cê mentiu, né? — ele comentou.
– O que você tinha pra me contar? – cortei o assunto e ele me olhou.
– Eu consegui um emprego aqui no Rio – ele comentou e eu abri um sorriso. – Mandei meu currículo e eles me chamaram. Por isso que vim de mala para cá.
– Ah, que ótimo! – dei um sorriso – Cadê a Taiane?
– Sério que tu tá me perguntando disso, Maria Eduarda? – ele bufou e me olhou sério.
– Não está mais aqui quem falou – me rendi.
Fiquei ali um tempo conversando com o Éric e disse que a Giulia costumava a chegar por volta de dez da noite. Eu voltei para o meu apartamento porque eu ia sair com o Rael mais tarde e fui fazer uma hidratação no cabelo. Precisava estar pronta pois não sabia onde ele ia me levar hoje.
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Me encantou demais
FanfictionSEGUNDO LIVRO DA TRILOGIA ''OS ACKLERS'' + 16 || Nesta história, Eduarda busca um novo estilo de vida diferente do seu estilo pacato no interior de Minas Gerais. Uma menina criada com todos os conceitos de menina de cidade pequena, muda para o Rio d...