Eduarda

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Quando chegamos na casa do tal Marcelo, o Rael estacionou o carro e o João também estacionou o dele. Saímos do mesmo e ajudamos a colocar as coisas para dentro. Marcelo morava com os pais, mas eles viajaram e a casa acabou ficando só pra ele. Rael foi cortar e temperar a carne junto com o João e o Marcelo enquanto eu e as meninas ficamos com o acompanhamento. Lia fez uma farofa, Nicole agitou o arroz junto com a Giulia e eu fiquei com o molho à campanha e uma sobremesa que improvisei na hora. Fiz uma pavê que ficou a cara dos quilos a mais. Coloquei o mesmo dentro da geladeira e ajudei as meninas a terminar de fazer os acompanhamentos enquanto o Rael já vinha com carne na bandeja para a gente petiscar.

Eu peguei umas carninhas e continuei cortando a batata para fazer a maionese. Marcelo chegou ali com uma camisa no ombro e com o cabelo molhado. Lá tinha piscina então presumo que eles estavam lá aproveitando enquanto a gente se matava na cozinha.

— Os bonitos no fresco e a gente se matando nessa cozinha — Giulia resmungou — Ah, pode vir ajudando, seu Marcelo.

— Ninguém me chamou, pô. Se não eu ajudava — ele pegou uma cenoura da maionese e a Giulia deu um tapa na mão dele.

— Abusado. Não preparou e não vai sair pegando não. — Ela resmungou e ele deu uma risada e chegou por trás de mim. Já estava um calor dos infernos e com aquele garoto colado atrás de mim, sem camisa e com aquela risada que deixava qualquer uma fraca era impossível não me sentir quente demais. Ele se inclinou atrás de mim quase colando nossos corpos e pegou mais uma cenoura da minha maionese. — Gostei da maionese da Duda, pô. Cortou tudo pequenininho.

Giulia me olhou como se tivesse falando "safado". Isabela picou a mula dela depois de me ajudar com o molho à campanha e com certeza estava na piscina bebendo cerveja. Eu prendi meu cabelo no calor do momento.

— Quer ajuda aí, Duda? — Marcelo perguntou e eu entreguei uma batata para ele descascar. Eu hein. Tem que trabalhar também. Não é só mulher que vai pra cozinha.

— Opa. — ele pegou a batata da minha mão e buscou uma faca na pia da casa dele para descascar. — Tu faz maionese igual minha mãe. Tudo pequenininho, cortadinho....

Eu dei uma risada — Que menino mimado!

— Ah, para, pô. — ele respondeu — Por isso que quis te ajudar aí..

Nicole terminou o arroz e a Lia levou os outros acompanhamentos e a Giulia sumiu da cozinha, ou seja, fiquei sozinha lá com o garoto. Marcelo era gente boa e engraçado demais, mas sempre que podia jogava umas graças para mim. Terminamos a maionese e fomos levar até a mesa. Deixamos as coisas lá e eu tirei minha roupa para poder entrar naquela piscina que estava me chamando também. Belisquei umas coisinhas e depois ia fazer meu prato.

— Na boa. Como você vive numa casa com o Rael e não sente um pingo de tesao por ele? — Nicole perguntou enquanto dava um gole na cerveja encostada na borda da piscina.

— Ah, sei lá. Temos os nossos momentos de guerra.

— Ótimo pra resolver na cama, né? — Lia perguntou em um tom malicioso.

— Tá doida — me fiz de idiota e ri — Rael é safado demais.

— Assim que é bom — Giulia me cutucou e piscou — O que o Marcelo comentou com você na cozinha?

— Ah, nada demais. Jogou umas graças e só.... — respondi.

— Ele é outro gato. Puta que pariu. Ainda falavam que estávamos na pior — Nicole debochou.

— Quem falou isso? – suspendi a sobrancelha.

— Vita, a piranha que se faz de santa – Nicole respondeu — Ela disse que éramos tudo um bando de frustradas que aproveitávamos qualquer situação para dar para qualquer macho.

– Ué, quando ela disse isso? — Isabela se aproximou e esticou a sobrancelha. — Essa piranha....

— Ela disse isso lá no Twitter — respondeu — Claro que não marcou nossos users, né? Mas foi indireta sim pra gente.

– Tô nem aí — dei de ombros – Ela vai arrumar toda e qualquer desculpa pra sair ofendendo quem se aproxima do Rael por uma culpa que ela mesmo carrega.

– Boa, Duda. – Giulia respondeu. – Até porque eu acho que o Rael está muito bem encaminhando sem ela.

Giulia me deu uma olhada que eu quase me afoguei naquela piscina. Sorte que as meninas estavam lerdando demais nesse assunto até porque a Nicole estava grudadona no pé do Rael e a última coisa que eu queria era confusão ainda mais por causa de macho. Ainda mais pelo indeciso do Rael.

– Eita! Babado. – Nicole respondeu. Giulia deu um sorrisinho para ela. O santo das duas não batia, Giulia nem precisava me falar nada para saber que essas duas não se curtiam muito. Nicole estava de bode com a Giulia por causa de macho. Eu até entendo porque a garota é novinha e tal, mas não concordo. Ainda mais pelo Rael, né? Giulia nem quer o Rael.

– Pois é, menina! – Giulia respondeu ela e me olhou – Acho que ele já tá tomando um chá de xoxota tão forte que daqui a pouco vai gamar de novo.

Nicole deu um gole na cerveja e a Isabela já começou a sacar tudo porque olhou para a minha casa. Foi eu virar e quem estava me olhando era o Rael. Ele apontou para dentro da casa com a cabeça e eu neguei sutilmente. Ele riu e abaixou a cabeça como se estivesse disfarçando a risada. Veio até a gente e fez com que a Nicole ficasse esperta já. — Quer que eu pegue carne para vocês? — ele se ofereceu.

— Olha que cavalheiro. – Nicole apertou os lábios e riu. — Carne eu não quero, mas cerveja....

— Vou buscar a tua, Nicole. – ele respondeu e me olhou.

— Eu também quero — eu pedi assim que vi que ele se afastou. Ele segurou um risinho.

— Ah, não. Você vem pegar a sua porque eu não gosto de você — Rael respondeu e eu dei o dedo do meio.

Na real, tudo que ele queria era que eu entrasse naquela casa com ele. Ele sabia armar uma situação muito bem. Filho da puta.

Me encantou demaisOnde histórias criam vida. Descubra agora