— João
Era impossível não dar umas bizu nas meninas que estavam dançando ali. Inclusive na Lia que dançava pra caralho, mas nem tanto quanto a Isabela que botava pra fuder com tudo. Caio só faltava cair ali no chão de tanto que babava nas garotas na maior cara de pau e nem para disfarçar o cara servia. Dei um tapa na cabeça dele assim que vi ele comentando da bunda da Isabela e peguei uma carne na bandeja. Estava morrendo de fome. Giulia sumiu por uns minutos e eu notei que o Rael também tinha sumido, Eduarda também e o Caio estava marolando lá fumando o cigarro dele sem nem saber da Eduarda. Eu que não sou babá de ninguém, ela deve ter encontrado alguém e ter sumido por aí e daqui a pouco está de volta. Lia se aproximou da gente com o cabelo em um coque, suada e com uma cerveja na mão.
— Garota, não sabia que tu rebolava tanto — Caio deu aquela gastada nela e ela ficou sem graça. Caio era mó sem noção. — Parabéns, mas que bunda.
— Obrigada! — ela riu sem jeito e puxou uma cadeira para se sentar ao meu lado. — Vocês viram a Duda?
— Deve estar fazendo algo muito melhor do que a gente — Nicole disse se sentando no colo da Lia e pegando alguma coisa para se abanar. Elas dançaram pra caralho e estava calor demais. Eu que estava na minha já estava suando, imagina elas.
Nicole puxou um cigarro da mão do Caio e começou a fumar. Nem sabia que ela fumava, só dei uma olhada e continuei com a minha cerveja. Ela acendeu o cigarro e começou a fumar enquanto a Lia saiu de perto e eu aproveitei minha deixa pra sair também. Não suportava mais o cheiro do cigarro e eu estava há quase um ano e meio sem fumar e o cheiro chegou num ponto de me deixar até sem ar, e era uma coisa que eu não sentia quando fumava. Nem sabia como suportava o cheiro. — Você cursa o que?
— Psicologia — Lia respondeu — Tu não conhece ninguém da minha sala não? Catarina? Renata? Mohanny?
— Tu é da sala da Renatinha? — eu perguntei e ela concordou. — Renatinha eu conheço, pô.
— Eu sei, vocês já ficaram, né? — ela perguntou enquanto dava um gole na bebida dela e eu concordei.
— Pô, tem muito tempo. Nem sabia que vocês se conheciam... — eu respondi. Na real, pouco tinha visto a Lia na faculdade porque ela era quietinha e quase nem ia pra festa nem nada do tipo o que eu achava um puta desperdício. Nicole era mais de chamar atenção e eu já tinha visto ela em várias festas da faculdade, inclusive, em uma que o Bernardo tinha feito e deu a merda do século. Nicole estava lá, envolvida, tinha até esquecido dessa porra.
— Aham, ela me contou que vocês ficaram numa festa lá da faculdade — ela respondeu — Só não sabia que vocês se falavam ainda...
— Nos esbarramos — eu dei de ombros.
— Ah, entendi! — ela deu um gole na bebida e evitou uns assuntos comigo que eu vi que ela ficava meio intimidada. Decidi dar uma volta para espairecer e lembrei que o Rael não estava por lá, dei uma olhada e fui até minha mãe que estava com uma barriga enorme e ainda estava inventando de dar trabalho pra gente. Ela estava com calor e meu pai todo escaldado já preocupado com ela, se caso ela passar mal.
— Coé mãe, tá tudo bem? — perguntei enquanto puxava uma cadeira para me sentar ao seu lado.
— João, eu estou ótima. Seu pai que é chato pra caralho e nem quando eu estava grávida de gêmeos com a barriga explodindo foi tão chato e ciumento assim — ela respondeu irritada e ele bufou.
— Qual foi, Letícia? Você continua chata pra caralho.
Eu dei uma risada — Bota bronca mesmo, pai. Esses caras são abusado.
— Cadê seu irmão? — minha mãe fez a mesma pergunta que a minha e eu dei de ombros. — Vocês dois saíram de mim, mas eu não dou conta mais depois de grandes não.... Seu irmão tava com uma menina, conversaram e sumiram....
— Hm — grunhi — Era aquela Giulia?
— Não sei — minha mãe respondeu. — Eu não lembro nome de ninguém. Nem o meu.
Eu levantei da cadeira e desci as escadas que davam acesso a casa. Perguntei para um moleque e ele confirmou a versão da minha mãe que o Rael tava com uma garota. Pedro já estava perturbando porque só o Rael sabia mexer lá na caixa de som que eles alugaram e o filho da puta sumiu deixando geral na mão. Procurei pelos quatros até perceber que escutei duas vozes em um deles que era o do Pedro. Bati na porta e as vozes cessaram. Rael disse que era ele e em minutos depois ele saiu com o cabelo todo bagunçado e colocando a blusa, mas fechando a porta rapidamente.
— Ué, quem tava contigo? — eu perguntei curioso.
— Ih, qual foi? Se adianta! — ele me deu um tapa nas costas e riu. — Desde quando eu explano meus casos?
— Tá certo, irmão. Pedro tá te chamando porque só você sabe mexer naquela porra daquele som lá — cocei a nuca.
— Caralho, vocês são muito lerdos — Rael bufou e resmungou. Atrapalhamos a foda do cara e ele estava muito puto.
Rael subiu e resolveu a parada do som e alguns minutos depois quando eu subi novamente vi que a Eduarda já estava lá. Sentada no colo da Isabela, rindo horrorores das paradas que o Caio contava. Me aproximei e peguei mais uma cervejinha. Puxei um banco e me sentei ao lado delas duas.
Eduarda me olhou e cessou a risada assim que me encarou. — Você estava aonde?
— Fui buscar o Rael.
Ela levantou a cabeça e segurou um risinho — Ah, tá.
— Qual foi? — perguntei.
— Qual foi o que? — ela me devolveu a pergunta e deu um gole na cerveja.
— Esse risinho aí.... — apontei com a cabeça.
— É só o álcool, Joãozito. — Ela respondeu daquele jeito dela e terminou a cerveja dela. Quase não encarava ninguém. Ria pra caralho até das piadas mais sujas e podres que provavelmente ela iria militar pra caralho se não estivesse bebada. Ela tava ficando mal pra caralho e com certeza isso tudo ainda ia estourar no meu colo.
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Me encantou demais
FanfictionSEGUNDO LIVRO DA TRILOGIA ''OS ACKLERS'' + 16 || Nesta história, Eduarda busca um novo estilo de vida diferente do seu estilo pacato no interior de Minas Gerais. Uma menina criada com todos os conceitos de menina de cidade pequena, muda para o Rio d...