Acordei com o telefone fixo lá de casa tocando. Olhei no relógio e vi que eram seis da manhã. Caralho, que telefone dos infernos tocando e me matando de tanta dor de cabeça. Caminhei muito puto até a sala e vi no visor que era um número fora do Rio com certeza aqueles números de São Paulo que ligam pra infernizar a vida do cidadão. Eu atendi muito puto quem quer que seja o filho da puta ia escutar pra caralho. Quem liga para a pessoa às seis horas da manhã de um domingo? Só um arrombado mesmo.
— Alô — atendi.
— Alô, é da casa da Daniela? — uma voz disse do outro lado da linha.
— Não, é engano. — respondi.
— Ah, é que minha filha, Eduarda, me passou esse número falando que era a casa da amiga com quem ela está morando.
Eu suspendi a sobrancelha. Duda tinha me contado que a mãe dela não sabia que era um homem. — Ah, é o namorado da Daniela. Você quer deixar algum recado para a Eduarda?
— Ah não, meu bem. Só avise que eu liguei e que sou a Fábia mãe dela...
— Tudo bem. Mando o recado. — eu respondi.
— Obrigada.
— Obrigado a senhora.
Por me acordar às seis da manha.
Eu fui até a cozinha já que não ia conseguir pregar o olho mesmo e preparei sucrilho com leite que com certeza se a Giulia nutricionista visse essa gororoba que eu fiz com certeza falaria poucas e boas pra mim. Peguei um copo de suco de maracujá que tinha lá na geladeira e tomei. Fui até o quarto da Eduarda e estava destrancado. Ela dormia feito um anjo nem parecia que a qualquer momento poderia acordar e me atirar a primeira pedra que tinha na mão. Fechei a janela porque estava entrando a luz do sol e queimando a cara dela toda e em seguida batuquei com os dedos em sua coxa, ela resmungou, mas aos poucos foi abrindo os olhos. — Onde eu estou?
— Não é no meu quarto — respondi.
Ela levantou meio rápido e se sentiu tonta, caindo na cama logo em seguida. — Puta que pariu eu nunca bebo.
— Da próxima vez eu não te ajudo, amiga. Sua amiga Daniela precisa arrumar uns bofes pra ela — afinei minha voz e a Eduarda arregalou os olhos. — O que foi?
— Como você sabe da Daniela?
— Daniela que não existe, né espertona? Sua mãe ligou e eu fingi ser o namorado inexistente da sua amiga inexistente também — respondi com uma risada.
Ela pulou da cama e viu que o celular dela estava sem bateria. Ela tirou os lençóis de cima dela e foi correndo até a sala enquanto eu fiquei lá, sem saber o que fazer. — Não sei em Minas Gerais, mas aqui no Rio quando a gente faz um favor a alguém pedimos um obrigado. — eu comentei sarcástico.
— Obrigada, vossa excelência — ela irônizou e discou o número da casa dela.
Eu me sentei no balcão da cozinha e coloquei aproveitei para encher mais meu copo de suco. Hoje o dia ia ser longo e nem dormir direito eu tinha conseguido. — Oi mãe. Aham. O que? — sua expressao mudou e ela revirou os olhos. — Tu ta me gastando?. Ah, é uma gíria carioca. Você tá brincando, né?. Mãe, a Daniela não vai querer o Erick e a Taiane aqui em casa.
— Verdade — respondi e a Eduarda me mandou o dedo do meio.
— O que? A Daniela está dormindo, mãe.
— Aham... — peguei um biscoito e ela segurou a risada.
— Mãe, eu não vou acordar a Daniela. Tá bom, mãe. Depois eu te ligo. Aham, eu também te amo. Beijos.
Ela desligou o telefone e revirou os olhos que quase saíram de órbita. Eu fiquei olhando até que ela começou a falar — Eu não acredito, cara. Isso só pode ser um pesadelo.
— Quem é Éric e Taiane? — Eu perguntei e ela respirou fundo tirando toda a tensão dela.
— Ah, meu irmão e minha querida cunhada.
— Hmm e tu tem problemas com eles, né? — eu perguntei e ela concordou.
— Eles queriam ficar aqui em casa.
— Já está fazendo daqui a sua casa? Já sabe que vai perder a aposta — eu dei uma gastada nela e ela me olhou com a mão na cintura e com a sobrancelha arqueada.
— Quem falou da aposta foi você, gatinho. — ela passou por mim e bagunçou meu cabelo indo em direção a cozinha. — Já está apaixonado por mim só não quer admitir.
Eu dei uma risada — Iludida.
— Egocêntrico — respondeu. — O que te faz pensar que eu me apaixonaria por você?
— Sei lá — eu dei de ombros — Você não precisa ficar preocupada porque já afirmou que não se apaixonaria por alguém feito eu — dei uma debochada — Se tá incomodada é porque já faz parte do clube das emocionadas.
Ela riu — Tá achando o que? Que você é o Vitor Drummond de regra número 3? — debochou — Não estamos em uma fanfic do wattpad, garoto.
— Watt o que? — eu ri — Que porra é essa?
— É um site de fanfic. Bem sua cara, fanfiqueiro — ela me mostrou o dedo e eu dei uma risada.
Ela passou novamente para o quarto dela e eu abri o notebook em cima do balcão da cozinha. Separei algumas coisas do trabalho amanhã para não ficar atolado e fiz hora para poder me arrumar e ir para a praia. Bati no quarto da Duda para chamar ela para a praia, ela tava bolada com a história do irmão. Ela atendeu a porta. — Eu mesma.
— Quer dar um rolê na praia? — eu perguntei — Vai eu e Giu.
— Ótimo momento para eu segurar vela — debochou — Valeu, Rael. Mas eu já marquei praia com as meninas.
— Ah, beleza. Nos esbarramos lá.
— Pra você me afogar no mar? Não, obrigado — ela foi irônica e fechou a porta do quarto.
Eu fui para o meu, arrumei as coisas para a praia e depois fui até o apartamento da Giulia. Quando ela atendeu a porta apareceu um cara atrás dela. Eu nunca nem tinha visto, mas fiquei mo sem graça de aparecer ali. Vai que era um contatinho dela e eu to atrapalhando a porra toda. — Oi, Rael — ela sorriu e me deu um beijo na bochecha. — Esse é o Marcelo.
Cumprimentei o tal Marcelo. — Prazer, Rael.
— Giulia comentou de você.
— Duda vai? — Giulia perguntou animada e eu neguei — Ah, que saco. Gostei dela.
— Tu esbarra com ela lá na praia.
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Me encantou demais
FanfictionSEGUNDO LIVRO DA TRILOGIA ''OS ACKLERS'' + 16 || Nesta história, Eduarda busca um novo estilo de vida diferente do seu estilo pacato no interior de Minas Gerais. Uma menina criada com todos os conceitos de menina de cidade pequena, muda para o Rio d...