Eduarda

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— Você tá ficando com o Éric? — Eu quase berrei e a Giulia tapou a minha boca para eu não gritar. Eu não acredito no que eu estava ouvindo.

— Agora o Rio de Janeiro todo vai saber, Maria Eduarda. Sim, eu estou ficando com o Eric — Ela respondeu — Sei lá, eu fiquei com ele o dia todo, tava rolando um clima bom, umas olhadinhas e de repente o clima foi ficando mais quente.

— Vocês transaram? — Eu perguntei direta.

— Não, Duda — Ela riu — Se eu transasse também eu não ia falar nada pra irmã dele, né?

Eu resmunguei e fiz uma careta. — Que nojo só de imaginar meu irmão e você nessa situação aí.

— Mas enfim, ficamos e eu curti demais. Ele é um gato, tem uns olhos lindos e uma pegada maravilhosa.

Eu resmunguei e fiz careta mais uma vez. — Que nojo!

— Você me perguntou, ô doida. Ele é tudo de bom, é teu irmão, né? Posso confiar? Já quebrei a cara com quem eu pensava que estava de boa comigo.

— Você tá falando do João? Ele veio perguntar de você pra mim hoje.

— O que adianta? Nós tínhamos sim um clima bom e gostoso, mas ele quis estragar tudo. Eu nunca cobrei ele ficar ou não com a Lia e ele veio cheio dos nhenhenhe pra cima de mim — Rolou os olhos — Somos amigos, sei lá, decidi assim.

— Você quem sabe — Eu dei de ombros — Vocês foram para a praia e rolou o que mais?

— Almoçamos e no finalzinho da tarde fomos ver o pôr do sol e acabamos ficando. Sei lá, teu irmão é bem fofinho, romanticozinho, curti a vibe.

Eu concordei — O que aquele homem tem de gato, ele tem de trouxa por pepeca. Amiga, com certeza, se você liberar a preciosa ele vai gamar em você.

Ela deu uma risada. — Você não existe, amiga. Me conta de você com o Rael.

— Ah, por enquanto o mesmo de sempre. Carinho, atenção, mensagem, dormindo juntos e nada demais. Hoje o pai dele nos pegou no quarto dele.

— Meu deus! Em que situação você estava?

— De roupa dando uns beijos — Ela respondeu — Não fizemos nada demais.

— Eu ia querer me matar depois disso. Não querendo te envergonhar, amiga. Mas, eu com certeza ia querer me matar.

— Obrigada pelo seu apoio, Giulia. É importante pra mim — Resmunguei e ela me mandou o dedo do meio — Você sabe onde a Isabela se meteu? Ela some do nada.

— Ela vive sumindo e quando volta vem me chamar para falar mal de macho — Giu riu — Eu me amarro na dela.

— Eu também. Mas sei lá, senti que ela se distanciou desde a treta lá com a Nicole.

— Normal, né? Aquela menina é maluca — Giu rolou os olhos — Ela continuou te falando gracinha?

Neguei e dei de ombros — Não e nem vai porque a próxima gracinha vai ser um soco na cara dela. Garota abusada.

— Vou te falar que a Lia também tá estranha comigo — Giu respondeu — Tá se sentindo dona do João, né? O João acaba deixando as mulheres pensarem isso dele.

— Coitada, mano. — Eu respondi — Mas esquece essa treta aí toda com o João e foca no Éric. Pô, será que tu vai ser minha cunhadinha?

— Maria Eduada, não viaja.

— É sério. Imagina só, eu e o Rael e você com o Éric de casalzinho namorando.

Ela abriu um sorriso torto e eu dei uma risada. — O que foi? — Perguntei analisando seu sorriso.

— Você disse que você é o Rael formavam um casal então?

— Não — eu respondi — Só tentei explicar uma situação.

— No fundo era o que você queria — Ela respondeu e eu dei um tapa em seu braço, resmungando.

— Você é muito chata, Giulia. Que saco!

Escutamos alguém bater na porta e em seguida o Rael botou a cabeça para dentro do quarto. Nos observou e me olhou. — Vamos pedir pizza. Tá bom pra vocês?

— Só se for de calabresa e eu quero uma doce também — Resmunguei.

— Duda disse que tá com desejo — Giulia botou pilha.

— Desejo de que? — Ele franziu a sobrancelha — Que porra é essa, Maria Eduarda?

Eu dei uma risada e a Giulia acabou rindo junto comigo — Giulia tá te botando pilha, chato.

— Aí, na moral. Vocês são demais — Rael negou com a cabeça. Ele saiu do quarto e eu fiquei rindo com a Giulia.

— Cara, nem brinca que ele tem até um ataque cardíaco.

— Ué, seria lindo um baby de vocês dois — Ela me zoou.

— Ah, que lindo! Eu ia jogar na sua casa para você me ajudar a criar.

— Ah, não, obrigada. Não fica mais bonitinho — Giulia resmungou.

Quando saímos do quarto demos de cara com o João, seu cabelo estava desarrumado como sempre e sua cara não estava uma das melhores. Giulia passou pelo corredor falando com ele, mas seguiu e eu segurei seu braço. — Tá tudo bem?

Ele concordou com a cabeça — Rael te contou, né? Maior caô na empresa e agora que estamos perto de nós formar so  piora tudo para a gente — ele bufou. Eu abracei o meu melhor amigo e ele acariciou meu cabelo.

— Você vai tirar essa de letra, tá bom?

— Valeu, Dudinha — Ele me deu um beijo na testa — Se preocupa comigo não, fica tranquila que eu sou cria e sei me virar.

— É óbvio que eu me preocupo com você, bobo. — Eu resmunguei — Você sabe que sempre pode me procurar né?

Ele concordou com a cabeça, me deu um abraço e entrou para o quarto dele. Eu fui até a sala e me sentei no chão, logo a pizza chegou e nós comemos. Rael se sentou do meu lado e passou os braços sobre o meu pescoço, eu me acomodei em seu peito e fiquei por ali o resto da noite. Eu me sentia tão bem, como se aquele lugar fosse meu há algum tempo e eu só não sabia disso.

Era como se tudo se encaixasse, mas ao mesmo tempo, o medo me consumia. Se eu contasse dos meus sentimentos para ele, provavelmente, eu seria chamada de emocionada e também tinha a bendita aposta. Eu sei que esse era o menor dos meus problemas.

O maior problema continuava sendo. Eu estava apaixonada pelo Rael, mesmo que eu não acredite fielmente nisso, eu estava apaixonada. Era meu sexto sentido me avisando assim que me senti em paz com suas mãos em meu cabelo.

Me encantou demaisOnde histórias criam vida. Descubra agora