Rael

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Eu olhei para a cara da Eduarda e tive certeza que ela me mataria. Ela passou a mão no cabelo e mumurrou trinta mil palavrões para mim enquanto eu segurava a risada. — Como tu me mandou mensagem, animal? — ela perguntou e eu segurei a risada.

— Eu to zoando contigo, garota — ri — Meu celular tá no meu bolso.

Meti a mão no bolso e por sorte meu celular estava lá. Eu disquei o número do João, chamou e ele não me atendeu. Filho da puta. Eu disquei mais uma vez e ele não me atendeu novamente — Pô, o João não tá atendendo.

— Liga pra Isabela, traste — Eduarda pediu enquanto tentava abrir a porta pela parte de dentro sem sucesso nenhum. Eu segurava a risada porque ela estava puta demais. Eu disquei o número da Isabela e ela atendeu.

— Late, Rael.

— Me ajuda — eu pedi — Tô fudido.

— Você já nasceu todo fudido, benhê. O que houve dessa vez? — ela perguntou e pareceu sair da sala, pois as vozes cessaram.

— Eu to preso aqui no banheiro do terceiro andar.

— Ué, foi mijar logo no terceiro andar? Esse banheiro tá em reforma, garoto — Isabela riu.

— Eduarda tá comigo.

— Hmmm. Explicado — ela deu uma risada maliciosa — Vou subir e ver se eu consigo abrir por fora.

— Tá bom. Obrigado, Isa!

Eu esperei uns minutos até a Isabela subir e por sorte conseguir abrir o banheiro por fora. Ela nos olhou com uma cara maliciosa — Que ideia de doido foi essa de fuder no banheiro? Vocês são loucos.

— Foi o Rael — Eduarda deu um tapa no meu braço e eu passei a mão pelo local. Porra, mãozinha pesadinha.

— Aí, caralho. Eu não fiz nada sozinho não — respondi.

— Pô, gente. Se não fosse por mim vocês iam passar vergonha aí até chegar o inspetor e tirar vocês daí — Isabela deu uma risada.

Descemos e a Eduarda foi para a sala dela enquanto a Isabela ficou lá fora comigo. Como tinha saído da aula mesmo ela não queria voltar. — Tá mo calor, né? Bem que tu podia pagar uma cerveja pra gente ali no bar da frente. — ela respondeu — Fiz mó favor.

— Beleza — respondi.

Saímos da faculdade e fomos no barzinho do Seu José que ficava em frente a nossa faculdade que sempre ficava cheio porque se tem uma coisa que universitário arruma é desculpa para encher a cara. Eu pedi uma cerveja e dividi com a Isabela. — O que tá rolando, afinal? — Isabela perguntou curiosa.

— Ah, a gente tá se pegando. Só isso! — respondi e dei um gole na cerveja.

— O tesao ta tão forte assim que vocês não conseguem esperar chegar em casa? Tem que ser dentro do banheiro da faculdade? — Isabela segurou a risada e eu fiquei em silêncio — Tu não me engana, Rael.

— Eu to curtindo ficar com ela. Demais até — eu dei um gole e calei minha boca. Isabela fez um grunhido com a boca e me olhou.

— Hmmm. Então Vita é passado? — ela perguntou.

— Não fala dela, por favor. Eu já não quero nem cruzar com essa garota quem falar dela — eu comentir franzindo a testa e a Isabela concordou.

— Tá certo!

— Tu ta me perguntando de você, mas não respondeu. Como anda você e o Pedro então? — eu perguntei e ela quase se engasgou com a cerveja e abriu um sorriso.

— Tá viajando, Rael.

— Aham. Devo estar — comentei sonso como sempre. Ela me mandou o dedo do meio e enfiou mais cerveja goela abaixo.

— Pedro é muito lerdo, Rael. Você sabe. Ele não se decide e fica me cutucando até quando eu estou quietinha na minha — respondi — Sabe? É foda.

— Respeita meu jogador — comentei e ela me deu um tapa no braço. — Ué, chega nele e manda a real.

— Que real? Ele nem se decide para eu mandar real ou não, cara. — revirou os olhos — Outro dia ele me viu com um cara da faculdade na boate e veio me mandar mensagem falando que sentia muito minha falta, que sentia falta dos nossos beijos.... Só me procura quando lhe convém? Ah não fode.

— Tá certa você. — eu comentei — Se ele tá te querendo apenas quando te vê com alguém ele tem que ser ignorado mesmo.

— Ainda bem que você sabe.

— Mas o moleque é meu amigo e ele já veio me falar de você. Já disse que só não quer nada sério contigo porque ele não consegue relacionamento estável com ninguém e essas porras — respondi — Sinceramente, acho até certo porque se for para namorar e depois de dois meses e meio terminar é preferível não namorar.

— É — ela respondeu — É foda também.

Eu pedi mais uma cerveja para a gente e uns pastéis de carne e queijo pra gente beliscar. O horário da aula deveria ter terminado já e eu tinha recebido uma mensagem da Eduarda perguntado onde eu estava. Mandei um áudio avisando que eu estava aqui e ela veio até a gente, se sentou na mesa e roubou um pastel de queijo. — Vocês não sabem o que aconteceu agora.

— Fala. — respondi.

— Mano, a Nicole é maluca? – ela perguntou para a Isabela que deu de ombros como se não soubesse.

— O que ela fez? — perguntei.

— Ela tá jogando gracinha pra mim, cara. Eu fui falar com a Lia e ela fica de carinha feia, deboche e nhenhenhe — bufou — Ela tá apaixonadinha por você, Rael.

Eu dei uma risada e peguei um pastel de queijo — É, então fala pra ela que eu to apaixonado por você. — olhei para a Duda e a Eduarda e a Isabela tiveram a mesma reação.

— Que? — ela gaguejou e hesitou falar — Que porra é essa?

— Assim ela larga do nosso pé.

— Assim ela pega mais ainda no meu pé, Rael. — ela revirou os olhos.

— Vocês me cansam! – Isabela revirou os olhos e riu — Quando vão assumir que tão se gostando de verdade?

Eduarda se engasgou com o pastel e olhou pra ela — Quem te disse que eu quero o Rael?

— Ué, ninguém me disse nada mas quem se enfia no banheiro da faculdade para fuderem desesperadamente não pode estar menos do que interessados pra caralho, quimicamente, emocionalmente e sexualmente um no outro.

Me encantou demaisOnde histórias criam vida. Descubra agora