O churrasco rolou naturalmente, quando chegou no final do churrasco o Rael inventou que queria ir embora porque pegávamos muito cedo na faculdade e ainda teríamos que trabalhar. João estava super entretido numa conversa com a Lia e com a Giulia e a Isabela parecia estar super relaxada e meio chapada. Eu também estava cansada, só queria minha caminha e um banho quentinho pra descansar. Eu me despedi de todo mundo e o João comentou que deixaria as meninas em casa e eu fiquei menos preocupada. Eu segui até o carro do Rael e entrei, botei o cinto e ele entrou. Ele ligou a rádio e deu re saindo da casa do Marcelo. — Gostei do Marcelo.
Ele deu uma risada irônica e não me olhou. Focou no trânsito e segurou até mais firme no volante — Eu percebi.
— Ué, ele é gente boa. Não entendi sua ironia — eu fiz de sonsa. Aliás, era minha especialidade fingir que não sabia o que estava rolando. Rael fechou a cara e não me disse mais nada. Eu sabia que ele estava se corroendo porque depois do nosso quase boquete eu não falei e nem dei mais trela pra ele.
— Você se faz de sonsa, né Maria Eduarda? — ele comentou com a sobrancelha suspensa.
— Não fala meu nome todo. Obrigada! — eu respondi — Onde você viu que meu nome era Maria Eduarda?
— Ué, você trabalha na empresa do meu avô. Sua ficha veio parar na minha mão.... Não ia dar pra ocultar seu primeiro nome por muito tempo — ele debochou e eu mandei o dedo do meio. — Não me manda esse dedo não que eu sei muito bem onde eu quero que ele entre.
Ele deu um sorriso malicioso e eu me ajeitei na cadeira do motorista. Rael não seguiu para a rua do prédio e sim para o supermercado. Aliás, era domingo, sete e meia da noite e estava aberto. Ele parou no estacionamento e eu fiquei com cara de dúvida. — Tenho que comprar umas coisas lá pra casa.
— Ah — eu tirei meu cinto e saí do carro. Passamos pela entrada do supermercado e eu fui ajudando o Rae com as compras. Se ele pudesse ele só colocaria batata frita, biscoito e hamburger. Aquele ditado, né? Giulia corre aqui. Eu comprei minhas coisas também, biscoitos que eu gostava, pasta de amendoim que eu era apaixonada e outras coisinhas mais supérfluas. Rael passou no caixa e eu fiz questão de pagar as minhas compras. Levamos para o carro e em dez minutos estávamos em casa. Eu subi com as compras e fui arrumar tudo bonitinho na geladeira e nas prateleiras porque se fosse pelo Rael tudo ia ficar jogado no chão e ele ia comer no chão mesmo.
— Vou tomar um banho rapidão — ele comentou me olhando e eu estava de costas, apenas concordei.
Ele foi para o chuveiro e eu escutei barulho de água caindo. Eu arrumei tudo nas prateleiras e depois fui tomar um banho quentinho também. Tirei todo aquele cloro do cabelo e depois sequei rapidamente com o secador. Botei meu pijaminha bem confortável e deitei na minha cama, botando o celular para carregar. Uma notificação pulou e meu coração disparou quando eu vi que era do Rael. Puta que pariu. Tinha que quer.
Eu levantei toda cansada da minha caminha quentinha e fui abrir a porta para o Rael. Ele apareceu sem camisa, com um violão na mão e com um sorriso de lado. Eu não resisti. Puta que pariu. Esse homem mexe com todas as minhas estruturas, mas mantive minha postura. — Tá carente? — levantei a sobrancelha.
— Eu queria uma atenção mesmo — ele respondeu e eu dei passagem para ele entrar.
Ele passou por mim e se sentou na minha cama todo espaçoso e começou a arranhar alguns acordes no violão com a palheta. Eu olhei — Não sabia que você tocava algo que não fosse punheta.
Ele da uma risada e me manda o dedo do meio — Vai se foder, Maria Eduarda. Meu pai me ensinou a tocar pequenininho.
— Eu quero aquele tu toque alguma coisa — eu me animei. Umedeci os lábios e ele me olhou.
— Quer que música?
— Qualquer uma que você lembre de mim. — dei uma gastada com a cara dele. Ele começou os acordes de alguma música e depois eu notei que já conhecia.
— Isso não é comum. Como eu deixei acontecer? O normal é eu acordar e não querer mais te ver — ele arranhou alguns acordes. — Mas aê. Vou deixar cê dormir mais um pouco eu vou pra sala produzir para ver se eu faço algum troco.
— Seu cheiro simpático, olhar de felina mas cê sabe que se eu te elogiar agora vai acabar com a minha autoestima. Mas isso é um teste para ver se eu honro o fardo firme e forte, cafajeste.
— Uau — eu comentei assim que ele terminou — Você é bom.
— Obrigada, Maria Eduarda — ele piscou só pra me provocar e eu dei uma risada e rolei meus olhos.
— Se você me chamar de Maria Eduarda novamente....
— Você faz o que? — eele suspendeu a sobrancelha curioso e apertou os lábios.
— Eu nao faço nada — comentei sem jeito e ri. — Você vai pegar no meu pé, ne?
— Eu não. Você já tem cara demais aí.... Liga pro Marcelo e quem sabe ele está disponível — Rael respondeu e eu olhei pra ele. — Foi foda.
— O que foi foda? — eu desviei o olhar do rosto dele para a minha colcha. Eu comecei a arrancar alguns fiapos que estavam saindo enquanto ele largou o violão dele ao lado do corpo.
— Eu senti ciumes, Duda. Foi foda, eu admito agora e não vou admitir novamente tão cedo para não inflar seu ego e você me massacrar. Mas eu não sentia ciúmes assim há muito tempo. Eu queria que você estivesse rindo das minhas piadas, grudada com os olhos na minha boca e não na dele.
Eu não respondi mais por mim. Não sei o que estava rolando. Mas, eu só queria um pouco do que o Rael estava me oferecendo. E ele, também queria o que eu estava oferecendo. Mesmo que não fosse o suficiente para nós dois. Ainda sim, era algo que estávamos precisando por um tempo.
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Me encantou demais
Fiksi PenggemarSEGUNDO LIVRO DA TRILOGIA ''OS ACKLERS'' + 16 || Nesta história, Eduarda busca um novo estilo de vida diferente do seu estilo pacato no interior de Minas Gerais. Uma menina criada com todos os conceitos de menina de cidade pequena, muda para o Rio d...