Rael

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Eu acordei no dia seguinte com uma puta dor de cabeça. Eduarda dormiu esparramada na cama e me sobrou pouco espaço para dormir. Eu acordei com a Duda fora da cama, me mexi um pouco até criar coragem para levantar e fazer minhas higienes matinais. Fomos para a faculdade juntos e o João ficou lá em casa mesmo. Me formava no período que vem, então, eu tinha que me manter bem focado nas aulas para terminar logo essa faculdade. Quando chegamos lá, estacionarei o carro e seguimos até o prédio da faculdade. Eu passei os braços pelo pescoço da Eduarda e entramos no prédio.

— Bom dia, casal. Vocês já estão assim? — Isabela perguntava enquanto se aproximava da gente. — Qual será o próximo passo?

— O próximo passo é o João confessar que gosta de mim — Duda deu uma piscadinha — Tu anda sumida. O que tá fazendo?

— Ah, amiga. Me enrolei com um macho aí que era só furada — Ela resmungou e me puxou para um canto — O cara era noivo e eu só fui saber quando a mulher dele bateu lá na porta do meu trabalho falando que eu estava ajudando o marido dela trair e bla bla bla.

— Você só se mete em história assim, né amiga? — Duda riu — Deu algum problema? Alguma coisa do tipo.

— Não, graças a Deus. Eu falei com meu chefe e ele super entendeu, eu chamei a mulher e a gente conversou, na real, um bofe escroto do caralho. Qual foi da sua treta com a Nicole?

— Ah, amiga — Duda me olhou antes de falar — Nicole vinha jogando graça para cima de mim e teve uma hora que eu não aguentei mais, sabe? Tem um certo limite.

— Uma vez eu abri seus stories e ela revirou os olhos e ficou falando um monte de você, minha cara foi no chão porque nunca pensei que a Nicole fosse prestar esse papel, né? Mas enfim, esquece isso, abafa — Ela respondeu — Você também anda sumido, migo? O que está fazendo?

— Trabalhando — Respondi — Me matando de trabalhar.

Nicole passou com a Lia, a Lia parou para falar com a gente e em seguida ficou sentada ali conversando. Não vi maldade, já a Nicole ignorou completamente nossa presença e agiu como se a gente não estivesse ali. Palhaçada do cacete.

— Podemos marcar alguma coisa pra fazer, né? — Lia se meteu no assunto — Sei lá, marcar algo para o sábado.

— Eu não sei — Eduarda mordeu o lábio inferior. Eu a conhecia para saber que ela não estava pensando uma coisa muito boa. Ainda mais porque tinha toda essa confusão envolvendo a Nicole e ela, Lia com João e o cacete.

— Vamos, Duda. Vai ser maneiro — Lia botou pilha — Podem chamar mais gente se vocês se sentirem sozinhos.

— Vamos pensar nisso então — Duda respondeu.

Eu não estava achando boa ideia porque eu sabia que a Nicole na primeira gracinha que falasse ia tomar só uma rajada da Maria Eduada e sei o quanto a Duda preza pela sanidade mental dela, ela com certeza não ia querer ir para canto nenhum que fosse ficar alimentando briguinha desnecessária.

Fui para a sala de aula, o horário passou até rápido demais e eu fui direto para o trabalho. Como meu avô estava fechando as portas a Eduarda acabou indo pelo mesmo buraco e estava temporariamente sem emprego. Eu conversei com o meu pai e ele concordou em oferecer uma vaga a ela para trabalhar no RH da empresa. Ela fazia faculdade de psicologia e não tinha muito a ver com Direito, então, meu pai estava caçando alguém para ficar como minha secretária. Para o João também.

Bati na sala dele e ele estava com os pés para cima da mesa parecendo mafioso de série italiana e com o computador aberto em alguma página. — O meu pai te pediu aqueles relatórios daquele cliente de Minas. Você já conseguiu ver?

— Não — ele respondeu – Na real, nem mexi naquele troço ainda. É pra hoje?

Eu concordei com a cabeça — Porra João, o cliente já tá botando maior pilha em cima do meu pai e você ainda faz isso. Se não quisesse trabalhar, então, passasse o trabalho para mim.

— Só é foda porque eu nunca sei com que trabalhar. Eu preciso de uma secretária para agilizar isso pra mim. To resolvendo outra coisa agora.

— Beleza! — respondi e sai da sala dele. Falei para o meu pai que o João ainda não tinha visto nada do processo e eu ainda tomei bronca pelo João, eu te juro, era sempre assim.

Fui para casa e quando abri a porta do apartamento encontrei a Eduada deitada no sofá com um monte de travesseiro e coberta em cima dela e vendo algum filme clichê. Eu não acreditava. Ela se mexeu assim que me viu — Já chegou?

— Uhum — mumurrei — Tem alguma coisa pra comer?

— Eu fiz arroz mais cedo, só não tem feijão, e eu descongelei o frango. Não to com muita fome não — Ela fungou.

Eu fui até a mesma e notei que seus olhos estavam caidos, botei minha mão em sua testa e vi que ela estava quente pra cacete. Tirei minha mão rapidamente. — Ô, Maria Eduarda. Você tá com febre.

— Não to. Eu sempre fico assim em tempo mais frio — Ela fungou novamente.

— Vai tomar um remédio, porra — Eu resmunguei.

Eu fui até meu quarto e abri as gavetas atrás de um remédio. Eu não entendia muito de remédio, mas a minha mãe era meio hipocondríaca quando se tratava da gente e morria de medo da gente ter alguma convulsão por causa de febre e sempre deixava os remédios aqui todos enumerados para cada situação. Eu peguei uma colher na cozinha e botei um pouco na medida que era indicado para ela. Fui até a mesma e ela resmungou para tomar remédio. — Para de graça, Eduarda. Tu já é grandinha.

Ela resmungou assim que tomou o remédio e eu peguei um termômetro para ver quando ela tinha. Estava média, não tão alta e nem perto de estar baixa. Fui até a cozinha e fiz um frango grelhado e comi com o arroz que a Eduarda tinha feito. Voltei para sala e me deitei ao seu lado, ela se acomodou no meu peito e eu mexi em seu cabelo. — Eu escutei o que você falou ontem.

— Ah, escutou? — eu perguntei — Falamos tantas coisas ontem e....

— Eu to apaixonada por você, Rael. Que saco! Não queria estar apaixonada, mas eu estou. Infelizmente, eu não mando no meu coração e eu estou apaixonada por você.

Me encantou demaisOnde histórias criam vida. Descubra agora