Me encantou demais

Eduarda

Eu ainda estava sem acreditar no que tinha acontecido. O Rael ou era muito sínico ou então muito bom ator para mentir tão bem para mim. Eu realmente não tinha me ligado no lance do boné porque o João vive de boné e o cabelo do Rael é maior do que o do João. Só assim para diferenciar os dois, fora isso, não tem muita diferença não. Eu respirei e continuei olhando para os meus pés até escutar uma voz muito conhecida e um sorriso sacana no rosto. Eu vou matar esse moleque.

— E aí — ele cumprimentou todo mundo que estava ali, veio até a mim e me deu um beijo na bochecha. — Eu vi sua foto. Ficou maneira. — ele comentou.

Eu dei um sorriso sarcástico — Você é podre, garoto. Por que se passou pelo seu irmão?

Ele suspendeu a sobrancelha — Se eu falasse que era eu você atenderia na porta?

Eu neguei.

— Então, eu disse que era meu irmão. Vantagens de ser gêmeo. — Ele ficou perto do João e eu analisei os dois a frio. Realmente o Rael tinha algumas coisas que me chamavam mais atenção que no João. Até porque eu sempre fui amiga do João antes de chegar aqui, nós sempre compartilhávamos de tudo um pouco e nossa relação era super na amizade. João era um amigo maravilhoso e talvez seja por isso que eu nunca reparei nele como reparo no seu irmão. Além do mais, estou morrendo de ódio do Rael.

— Você não tem medo de ser preso por falsidade ideológica não, Garoto? — perguntei debochada e ele me lançou um outro olhar debochado.

— Você vai vir comigo? Porque você mente ser a pessoa que não é. Mente que não gosta de mim quando gosta, né não? — ele sussurou no meu ouvido e eu rolei os olhos. Ele colou sua boca perto da minha orelha e eu pude sentir sua respiração que arrepiou toda minha nuca. Eu tinha uma raiva mortal do Rael por ele fazer isso comigo. Eu respirei fundo e me separei um pouco dele deixando ele com uma cara de quem acabou de ser rejeitado. Chega de Rael por hoje. Entrei na casa com a Isabela e já catei o freezer para pegar uma bebida, abri minha cerveja e me sentei junto com a Isa para bebermos.

— Qual foi a do Rael lá quando ele chegou? — Isa perguntou curiosa.

Eu respirei fundo — Podemos não falar do Rael?

— Você deu um chá de buceta nele, né safada? — ela riu e eu resmunguei. — Pode me contar, eu não conto pra ninguém.

— Eu não dei chá nenhum, Isabela. Até porque se eu tivesse dado um chá no Rael com certeza não estaríamos nessa festa agora e sim no quarto dele transando horrores. — dei um gole na cerveja e ela riu — Na real, eu nunca sei qual é a do Rael comigo.

— Eu posso te dizer que é tudo uma questão de tempo até vocês dois estarem publicamente se pegando por todos os cantos. Te dizer, nem com a Vitória o Rael ficava tão pilhado quanto fica com você.

Eu soltei uma risada — Não é possível.

— É sério, Duda. Não querendo fazer propaganda enganosa do Rael mas ele é uma boa pessoa, é fiel porque pelo menos enquanto ele tava namorando eu não vi ele traindo nenhuma vez a Maria Vitória.

Eu me ajeitei no degrau da escada e puxei meu short um pouco para baixo pra não ficar tão curto. Marcelo apareceu na ponta da escada e nos olhou, nos cumprimentou e em seguida me mediu de cima a baixo. — Você me deixou no vácuo, né Duda? — ele perguntou com aquela voz falhada dele e eu dei um sorriso.

— Foi mal.

— Só te perdoo porque você tá linda demais para perder tempo com isso — ele piscou e a Isabela foi a tiazona do rolê.