Rael

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Eduarda estava toda cheia de desconfiança enquanto eu dirigia até o restaurante que eu tinha feito a reserva. Era no alto, com vista para a praia e eu sabia que ela ia curtir até porque eu sempre ganhava ela pela barriga. Essa garota não nega comida nenhuma. Quando eu parei no estacionamento daquele restaurante a Eduarda abriu a boca sem entender. – Seu safado! – me deu um tapa no braço e eu resmunguei.

– O que foi, cara? Tá maluca?

– Você me trouxe para um lugar desses e simplesmente não me avisou nada. – ela resmungou – Eu nem vim vestida para um lugar tão chique. Eu nem tenho roupa para usar num lugar só com gente rica.

– Não vamos jantar no saguão principal – eu soltei a bomba, quer dizer, uma parte dela. Eduarda me olhou com uma cara de quem estava doida para me matar e eu dei uma risada. – Confia em mim.

– Nas últimas vezes que eu confiei em você eu quebrei tanto a cara que eu nem sei – ela respondeu e eu franzi os lábios.

– Poxa, Duarda. É assim que eu mereço ser tratado, ne?

Ela saiu do carro e veio ao meu lado. Ela cheirou meu pescoço e negou com a cabeça. – Só to brincando, Ralf.

– Quem é Ralf? – perguntei sem entender com a sobrancelha franzida e ela deu uma risada.

– Ué, você. Você não tem apelido, né? – concordei – Acabei de inventar um, mesmo não sendo tão original assim. – Pra onde nós vamos?

– Só me segue e quando eu te pedir pra fechar os olhos você fecha e fica quieta. To tentando ser romântico.

Ela deu uma risada e abriu um sorriso malicioso – Você vai me trancar naqueles quartos igual em cinquenta tons de cinza? Cheio de corrente? Corda e essas coisas?

– Não – dei uma risada – Não sou tão criativo, mas seria uma boa também.

– Pra onde você vai me levar?

Eu ignorei a pergunta dela e me aproximei da atendente. Ela catou o cartão que dava acesso ao meu quarto e eu deixei meu cartão de crédito lá para pagar as despesas do quarto. Passei a mão na cintura da Eduarda e fomos indo em direção ao elevador. Eduarda ficava tagarelando o tempo todo perguntado onde eu estava levando ela e afirmando que ela ficava ansiosa demais. Quando chegamos no local, eu passei a mão pelos olhos da Eduarda e desbloqueei a suíte do hotel. Quando retirei a mão dos olhos dela ela até grunhiu de tão abismada que ela ficou. Era uma janela panorâmica que dava em frente à praia e eu sabia que a Eduarda amava olhar para a praia, tinha uma varanda ali ao ar livre que era muito boa, tinha umas velas uma garrafa de vinho com duas taças.  – Meu deus!

– Por isso que eu não queria falar nada. Disse que ia buscar um lugar que reconciliasse as coisas que a gente gostava e o João me deu a ideia de te trazer aqui – eu dei um sorriso de lado e ela abriu outro em resposta.

– Nossa, eu amei! – ela comentou – Você sabe que eu adoro ficar olhando o mar, né? Você me trouxe no lugar certo.

– Então vamos aproveitar um pouco. – eu segurei ela por trás e dei um cheiro no pescoço dela que tinha aquele cheiro do perfume dela. Eu me amarrava. Ela virou de frente para mim e me deu um selinho. O selinho foi se tornando mais quente até virar um beijo. Trocamos uns beijos por ali mesmo até a gente abrir a varanda e ficar um pouco lá. Eu abri o vinho e botei nas taças para a gente tomar enquanto víamos aquela paisagem maravilhosa da vista do hotel.

– Eu quis morrer quando te vi entrando aqui. Pensei que a gente ia jantar lá embaixo com as pessoas e eu nem me arrumei direito – ela deu um gole no vinho – Você superou minhas expectativas, Rael.

Me encantou demaisOnde histórias criam vida. Descubra agora