João

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Giulia se aproximou da gente e começou a conversar com a Eduarda e as duas pareciam ter se dado bem demais. Eu não tinha contato com a Giulia, mas também puxei uns assuntos porque estava sendo jogado de escanteio pela minha melhor amiga e pelo meu irmão. Até pelos meus pais. Estava foda mesmo. Minha mãe vazou da festa antes do parabéns porque estava com dor e meu pai foi todo escaldado já querendo levar pro médico. Me despedi dela. Rael puxou uma cadeira e se sentou perto da gente, abrindo uma garrafa de Stella Artois para a Giulia que só bebia essas cervejas caras.

— Eu nunca vou entender quem curte essas cervejas de rico — Caio comentou enquanto observava a Giulia beber e ela deu um sorriso meio sem jeito, mas educado.

— Ah, sei lá. Eu prefiro essa — comentou.

Eduarda se ajeitou na cadeira e pegou uma carne da bandeja que estavam servindo e comeu até lamber os dedos. Eu dei uma risada e ela olhou pra mim — Tá rindo de que, hein?

— De você passando fome aí... — comentei — Não estamos te dando comida não?

— Aham. — Eduarda riu — Mas não a que eu gosto.

Rael se meteu na conversa e eu nem sabia que ele estava escutando. Ele suspendeu a sobrancelha e deu uma risada fraca — Ah, e qual é a que tu gosta?

Ela deu uma risada sem jeito e eu olhei pro Rael que continuava esperando a resposta. Depois do vácuo da Duda a gente não comentou mais nada. Giulia disse que estava procurando o banheiro e o Rael foi com ela porque também queria achar o banheiro.

— Quem é essa Giulia mesmo? — Nicole levantou a sobrancelha. — De onde ela veio? O que ela come?

Eu ri — Não sei o que ela come, mas sei o que quer comer....

Eduarda arregalou os olhos com a piada escrota que eu fiz e me deu um tapa nas costas — Se situa, João William.

— Ih, qual foi? — eu ri — Tá falando meu nome todo aí...

— João William — Caio riu — Puta que pariu, moleque. Eu não sabia dessa....

— Vai dar meia hora de cu, Caio. — respondi.

Nicole se acomodou na cadeira e começou um papo com o Caio e o Pedro enquanto a Eduarda foi pegar mais uma bebida e eu acompanhei ela. Paramos na cozinha e ela preferiu ficar na coca e eu peguei uma garrafinha de Stella Artois da Giulia que nem ia notar a falta daquela garrafinha. — Qual foi?

— Qual foi o que? — ela perguntou enquanto dava um gole na coca.

— Ué, aquele climão lá em cima com o Rael. Vocês se estranharam? — eu perguntei curioso enquanto ela se apoiou na pia da cozinha.

— Sempre nos estranhamos — ela respondeu irônica — Seu irmão tem vezes que me ignora o dia inteiro e depois vem querendo papo... Não entendo.

— Rael é assim mesmo. — respondi — Deixa isso pra lá. Não esquenta a cabeça.

— Não esquento — ela guardou a garrafa de Coca Cola no freezer e eu continuei ali olhando. — Eu vi você de papo com a Lia...

— Ela não quer nada comigo — eu dei de ombros — Parece toda cheia de mimimi.

Ela deu uma risada — Tu queria o que? Ela não é de dar moral de primeira.

— E eu não sou de ficar rendendo pra quem não me da moral não — respondi.

Ela virou em minha direção com a sobrancelha levantada e a nossa conversa é cortada pela Brenda e pela Maria Vitória entrando na cozinha. Eduarda virou de costas para não dar atenção e elas vieram me cumprimentar. Maria Vitória deu um aceno de longe enquanto a Brenda me deu um beijo no rosto. — Quanto tempo.... — ela comentou.

— É, né.... — eu comentei como quem não queria nada.

— Cadê o pessoal? — Vita nos cortou e eu apontei para o andar de cima. Ela agradeceu e saiu puxando a Brenda com ela. Eduarda virou com cara de poucos amigos e me olhou.

— Essa garota enfia a coragem no cu, né?

— Ah, porra.... — resmunguei — Só não queria estresse porque o Pedro é um moleque super de boa.

— Meteu a pessoa errada nisso. Se o Rael ver a cara dela ou ela ver a do Rael vai dar uma merda histórica. — Eduarda respondeu enquanto prendia o cabelo com um rabo de cavalo.

— Só não quero confusão — respondi e puxei a Eduarda pela mão. Quando estávamos saindo esbarramos de novo com a Brenda e Vita. Brenda olhou pra mim que estava de mãos dadas com a Eduarda e encarou na maior cara de pau enquanto a Eduarda fingiu que nem era com ela. Pegou minha mão e me levou até o terraço novamente.

Ela riu — e o medo de apanhar?

— Tá doida. Brenda não vai gastar a unha dela que paga toda a semana na manicure para dar na sua cara.

— Sei lá, ela é amiga da surtada, né? Pode tudo — riu.

Isabela veio em nossa direção com a maior cara de quem tava puta. Ela ia descendo no estresse quando a Eduarda puxou ela pelo braço, ela virou no ódio que eu pensei que ela fosse pegar eu e Eduarda de porrada. — Cara, o que te deu? — Eduarda perguntou até assustada.

— O que essa garota tá fazendo aqui? — Isabela perguntou. — Só queria saber...

— Ué, Pedro que chamou. A casa é dele, cara. Fica calma — respondi.

— Vocês não tem noção do quanto eu procuro uma oportunidade para arrebentar a cara da Vitória — Isabela respondeu e a Eduarda procurou uma cadeira para a Isabela sentar. Ela se sentou e a Eduarda acalmou ela.

— Calma, o que aconteceu?

— Além dela ter se passado de santinha esse tempo todo agora deu para contar todos os meus podres para o pessoal da faculdade — ela bufou — Ela faltou essa semana e não deu para pegar essa garota de jeito. Mas hoje ela não vai escapar.

— Calma — respondi. — O que ela tá contando?

— Ela tá contando de uma parada que aconteceu com a gente antigamente — bufei — Contou umas coisas que eram íntimas minhas.

— Que filha da puta — Duda bufou — Pode ir lá, amiga. Arrebenta a cara dela — Duda deu espaço e eu me meti no meio.

— Se tu for lá e arrebentar a cara dela, ela vai apanhar e continuar falando merda de você, cara. Eu sei que é foda, mas você nunca se importou com isso e não vai se importar agora com ela. Ela quer é mídia, fazer com que a culpa dela se torne menor. — Eu respondi e a Isabela me olhou.

— Tá certo, João. — ela respirou fundo — Não vou deixar essa cadela ficar falando merda de mim não.

— Isso, amiga. Relaxa aí. — Duda comentou.

Me encantou demaisOnde histórias criam vida. Descubra agora