Eu fui até o meu quarto tomar aquele bainho quentinho e bem relaxante antes de mimir. Já tinha tomado banho com o Rael mas de fato não tinha tomado aquele banho que você pensa em toda sua trajetória desde a barriga da sua mãe até ali. Eu terminei, me enrolei na toalha e fechei a varanda do quarto. Peguei meu pijama, vesti bem bonequinha e passei meus cremes corporais. Coloquei meu celular para carregar e deitei na minha cama, encarei o teto por uns minutos até o grupo do whatsapp começar a apitar.
— 📲 Os crias
Caio: Vocês estão quietos
Rael: Tá todo mundo capotando pq trabalham
Caio: Eu só dou trabalho 🌝
Isabela: Nossa que coisa de hétero top
Isabela: Só te perdoo porque é meu amigo, Caio.
Caio: Também te amo, Isa.
Lia: Cadê a @eduarda que só visualiza 🌝
Eduarda: Oizinho
Caio: Opa
Isabela: Safado KKKKK oi Duda
Rael: Eduarda é outra que trabalha demais
Nicole: Eita
Nicole; O que eu perdi aqui? 🌝
Eduarda: Vai tomar no cu, @rael 🖕🏻Eu deixei eles lá conversando e fui fazer o que tinha de melhor. Mandei mensagem pra minha mãe e depois capotei na cama.
Eu estava no carro, meu pai tinha acabado de me buscar da festa da Lorena. O tempo estava fechado demais e caia chuva justamente no carro onde a gente estava. Eu me segurei no banco do Celta 2007 que ele tinha enquanto a gente passava por uns buracos que faziam o carro pular. Eu olhava para as minhas mãos e conseguia enxergar as pulseiras do RBD que eu usava e algumas tatuagens de tinta guache que tinham sido feitas pela animadora da festa. 2006. Eu tinha 6 anos. O meu pai com seus belos olhos verdes me deu um sorriso e parou em frente a minha casa. Ele abriu a porta do carro e a chuva lá fora tinha me molhado por completo.
— Papai já volta, Duda. Vai lá pra dentro!
— Mas papai eu quero ficar aqui com você — eu bati na porta do carro desesperadamente — Você vai morrer, pai. Por favor não vai.
— Papai tem que ir, Eduarda. Você vai ficar bem.
Eu caí no choro vendo o carro do meu pai partir enquanto aquela nuvem carregada continuava na minha cabeça. Eu respirei fundo e tentei correr atrás do carro, mas eu não conseguia porque era muito criança.
Eu acordei chorando. Foi horrível. Foi como no dia que meu pai morreu mas a história foi um pouco diferente. Eu disse que estava chovendo muito e minha mãe tinha pedido para ele não voltar para a loja onde ele trabalhava, mas mesmos assim ele foi. Isso tem 13 anos. Treze anos que eu perdi a pessoa mais importante da minha vida. Eu acordei suando demais. Eu chorava desesperadamente e foi aí que eu percebi que lá fora chovia, era uma chuva fraca mas os raios cortavam o céu. Olhei no relógio e vi que eram 4 da manhã e amanhã seria meu primeiro dia de aula na faculdade e eu não queria começar o dia péssimo. Eu catei meu chinelo e fui bater na porta do João. Esperei alguns minutos e ele pareceu não acordar. Bati na porta do Rael, que se dane que a gente não tinha tanta intimidade e o desgraçado acordou depois da terceira batida. Ele abriu os olhos cansado demais, coçou e me olhou com aquela cara de "que foi caralho?" Só quando ele percebeu o meu choro que ficou normal.
— Qual foi, Eduarda? O que aconteceu? — Ele parou na porta e eu funguei
— Não gosto de tempestade.
— Eu sei, po. — ele foi meio seco porque estava cansado. — Você tá chorando por causa disso?
— Meu pai morreu num acidente de carro, Rael. Numa tempestade. O carro derrapou da ladeira e caiu na ribanceira — respirei fundo — Eu só queria alguém pra me fazer companhia.
Eu fiz um drama. Talvez eu tenha até feito um. Mas realmente eu não conseguia ficar sozinha nesses momentos e quando eu morava em Minas Gerais antes do meu irmão ser um safado e preferir a nojenta da mulher dele era ele que me ajudava, que me acalmava e agora eu to longe de tudo. — Duda — a voz do Rael saiu calma. — Dorme aqui comigo....
— Não, Rael. Eu só queria companhia — eu respirei fundo — Desculpa te acordar. Você trabalha e estuda...
— Não — ele veio até a mim e me puxou — Vem, pô. Desculpa.
Eu entrei no quarto dele e estava mais organizado que na noite que eu estive aqui. Ele ajeitou a cama dele e acendeu o abajur da mesinha. Acendeu também a luz de led que ele tinha no quarto dele e eu me sentei na sua cama. — Eu nao quero atrapalhar.
— Não, relaxa. Tá de boa — ele comentou ainda sonolento. — Porque você me acordou? Pensei que chamasse o João...
— Ele não acordou — suspirei — Eu chamei mais de quatro vezes e não acordou em nenhuma.
— Deita aí, Duda. Se tu quiser eu deito aqui no chão....
— Não, Rael. Sem problemas — respirei fundo — Acho que depois de tudo que rolou lá a gente nem tem o porque de ficar poupando intimidade, né?
Ele deu um sorrisinho de lado e concordou com a cabeça. Eu fui para o pedaço que era mais próximo a parede e ele ficou no outro pedaço. Eu respirava fundo a cada trovoada que cortava o céu. Ele me puxou para ele e isso fez com que eu achasse até estranho. Mas eu me mantive intacta ali, parada, deitada no braço dele. — Dorme aí, vou ficar aqui enrolando até você dormir.
— Sério? — perguntei baixinho.
— Aham — ele disse sussurrando.
— Obrigada! — Eu dei um sorrisinho de canto e me ajeitei no braço dele. Ele me abraçou pela cintura e me puxou para mais perto dele. Eu sentia o cheiro dele e isso me desconcentrava. O Rael era muito bonito assim como o João, óbvio, são gemeos. Mas o Rael tinha um
charme que era só dele. "Eu nao ligo pra ninguém sou independente" e isso me chamava uma certa atenção, claro, além de dar um tesão absurdo. Eu nunca tinha feito um sexo tao bom quanto esse de hoje. Eu sei que ele também curtiu só pela cara dele quando tudo terminou.— Coé, Duda — ele se mexeu na cama e eu abri os olhos meio lentinho. — O que aconteceu com a gente hoje, cara?
Eu dei uma risada sem jeito. Chegava até a ficar vermelha — Eu não sabia que tinha esse lado tão aventureira.
— Eu curti demais — ele respondeu rindo — Eu curti fazer o que fizemos hoje.
— Eu tambem. Tinha tempo que eu não fazia e sei lá, esse nosso joguinho causa isso em mim.
— Tá ligada que a gente só transou, né? — ele perguntou e eu só não revirei os olhos porque ele tava sendo muito legal comigo. Ele tava jogando verde para ver se eu ia ficar no pé dele.
— Você acha que rolou algo mais que isso? — suspendi a sobrancelha e ele negou. — Então porque fica voltando nesse assunto?
— Porque não quero chiclete de sola no meu pé — ele respondeu.
Eu ia levantar, mas ele me puxou com uma risadinha — Fica tranquila, Duda. Eu to só brincando...
— Idiota!
— Descobriu agora? — ele debochou.
— Aí, Rael. Eu odeio você.
— Odeio você. Nhenhenhe — ele riu — Você fica uma gata quando cala a boca.
Ele me puxou para ele e selou nossos lábios. De início fiquei receosa pra caralho. Ele era esquisito demais porque uma hora pede para não ter grude e na outra tá querendo me dar beijinho e me chama de gata. Ele me puxou pela cintura e eu joguei meu cabelo para o lado e fiquei por cima dele. Ele abriu as pernas e eu me encaixei no meio delas. Segurei seu rosto e iniciamos um beijo lento. Ele desceu a mão até minha bunda onde ficou apenas com a mão pousada ali, eu suguei seus lábios e ele abriu um sorriso maroto. — Não foi você que disse que não curte grude?
— Não curto. Só temos química — ele respondeu — Uns beijos, umas transas quando necessário sem envolvimentos.
— O nome disso é amizade com benefícios e eu já vi o filme. No final os dois ficam fudidos — eu debochei.
— Mas isso é vida real, gata. — ele deu um tapa na minha coxa. — O que tu acha?
Eu olhei para aquela carinha de sínico dele e tentei resistir. Mas a minha boca já saiu grudando na dele e quando eu fui ver já estávamos nos beijando gostoso novamente. Eu não sabia se era possível resistir o Rael, mas hoje em dia acho que tenho um crush nele. Um crush bem forte que não sei se vai durar, então, vamos curtir o momento.
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Me encantou demais
FanfictionSEGUNDO LIVRO DA TRILOGIA ''OS ACKLERS'' + 16 || Nesta história, Eduarda busca um novo estilo de vida diferente do seu estilo pacato no interior de Minas Gerais. Uma menina criada com todos os conceitos de menina de cidade pequena, muda para o Rio d...