Eduarda

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— O que você tá fazendo aqui? — Fui tirando os braços dela do meu corpo porque aquela piranha estava me abraçando e eu estava começando a ficar com nojo. Ela manteve aquela cara de cachorra enquanto eu me controlava com tamanha falsidade e burrice daqueles dois. João continuou sentado com sua água de coco, mas dando umas olhadas em minha direção para que eu não fizesse nenhuma besteira.

— Olá, prazer Taiane. — ela se apresentou para o João com aquele riso fácil dela que só enganava o babaca do meu irmão. Ninguém em sã consciência ia namorar uma menina que ajudou o ex namorado da irmã a trair ela. Eu ainda fui amiga dessa cachorra. Quem anda com porcos acaba comendo farelo.

— Duarda! — Eric me chamou e eu tentava ignorar. Era foda ignorar meu irmão, fechar a cara para a existência dele quando tudo que eu precisava era dele me dando aquele abraço de irmão e me chamando de pequena. Mesmo eu e Éric tendo pouca diferença de idade, eu era menor do que ele em altura e ele sempre se aproveitou disso para tirar sarro com a minha cara.

— Oi, Ric. — falei seu apelido com aquela dorzinha no coração até sentir suas mãos envolvendo meu corpo e me puxando para um abraço. Eu não queria dar o braço a torcer e perdoar o Éric acima de todas as coisas erradas que ele vem fazendo, inclusive, perto da Taiane que adora se fazer de "ah, esquece o passado" mas se pudesse estava se esfregando no nojento do Gabriel mais uma vez. Ele passou a mão no meu cabelo e me olhou. — Você tá legal?

— Não — respondi sincera — Eu não queria trombar com a Taiane e você sabe disso.

Ele estalou a língua e revirou os olhos. — Esquece isso, Eduarda.

— Fica foda, né? — respondi

Eu ficava perplexa na real em como uma pessoa poderia ser tão falsa daquela maneira que a Taiane estava sendo. Minha vontade era de afogar aquela desgracada no meio da praia de Ipanema e fazer com que ela voltasse pro lugar de onde ela veio mesmo sabendo que em Minas Gerais não existe praia. — Cadê sua amiga, Duda? — Taiane perguntou com um sorriso. — Queremos conhecer a famosa Daniela.

— Prazer, Éric — ele se apresentou para o João e ele também cumprimentou o Éric.

— Você não tem que conhecer ninguém, garota. Você nem parte da minha família é pra ficar jogando piada... Não preciso da sua falsa simpatia não, Taiane. — respondi curta e grossa. O João pulou da cadeira que ele estava assim que viu que a Taiane estava se armando para cima de mim. Éric me puxou e me afastou da noivinha cadáver dele. Eu estava puta.

— Aí, Éric. Tá vendo? Eu tento ser de boa com a Eduarda mas não da — ela revirou os olhos — Ela não consegue superar o Gabriel de qualquer forma, e outra, eu ainda te fiz um favor — ela me olhou com sarcasmo — Você queria o que? Casar com ele e descobrir que ele é um puta infiel, Eduarda?

— Vai tomar no seu cu — respondi em alto e bom som e algumas pessoas perto do quiosque já olhavam a confusão armada. Eu estava com a Taiane engasgada e atravessada na minha garganta. Se possível eu até quebrava ela. — Você fez isso porque é uma vagabunda.

João tentou me segurar, mas nesse momento a Taiane já estava irritada o suficiente para vir para cima de mim. Eu dei um empurrão e fez com que ela caísse na areia. Nem arranhou ela, nem a unha dela quebrou nem porra nenhuma. Ela só caiu na areia e ficou cheia de grão no cu. — Idiota! — ela começou a choramingar. O corno manso do Éric foi lá ajudar ela a se levantar porque segundo ela, estava grávida. — Garota, você perde a noção, né? Sabia que eu estou grávida? Sua mãe não me contou.

Eu olhei ela de cima a baixo e dei uma sorriso irônico — Ah, tá grávida? Pensei que era lombriga mesmo.

João soltou uma gargalhada alta e outras pessoas também. Quando me virei vi que o Rael estava lá com a Giulia e um outro garoto que eu nunca nem vi na vida. Taiane veio toda cheia de areia para cima de mim e veio metendo o dedo na minha cara. Eu abaixei o dedo dela com vontade. — Voce ainda vai perder muita coisa pra mim só para o seu azar. — ela bufou — O seu irmão você já perdeu, né? Seu anjo protetor que sempre segurou suas merdas todas.

— Pode me tirar tudo que eu tenho, Taiane. Ainda vai continuar sendo meu — pisquei — O meu irmão vai continuar sendo meu irmão, minha mãe vai continuar sendo minha mãe e minha casa vai continuar sendo minha casa.

Ela revirou os olhos dando risada. Éric falou alguma coisa muito puto com ela e olhou em nossa direção — Me desbloqueia no WhatsApp, Eduarda. Eu quero falar com você.

Eu não respondi nada. Quando eu voltei para o lugar onde eu estava o Rael bateu palmas e fez expressão de "olha ela". — Eduarda, Eduarda.... armando barraco na praia.

— Não vem não que hoje eu não to pra graça, Rael.

— Bebe agua, Duda. — Giulia me deu uma garrafinha d'água, eu agradeci e dei um gole. — Seu irmão é muito gato. Como ele pode ser tão cego por aquela garota?

— Me pergunto isso, Giulia. — suspirei — Acho que o Éric sempre gostou de ser contra o que todo mundo pensa. Todo mundo sabe que ela é uma piranha, mas ele para ser contra todo mundo namora com ela.

— Ela é bonitinha, pô. — Rael comentou e eu olhei séria para ele. — Foi mal aí....

— Aí, Rael — Giulia riu. Um outro moreno se aproximou e eu percebi o quanto ele era gatinho. Ele estava me observando com a mesma expressão de "não te conheço". — Marcelo, essa é a Eduarda e Eduarda esse é o Marcelo.

Ela nos apresentou e o tal Marcelo veio me dar um beijo no rosto e também foi cumprimentar o João. Eu estava meio nervosa e a Giulia pegou uma bebida no quiosque que a gente quase foi expulsa enquanto eu levantei e inventei de dar um mergulho no mar.

— Acho que vou dar um mergulho. — Eu comentei enquanto levantava e respirava fundo. Rael me segurou pelas costas e eu me virei.

— Eu vou contigo, Duda. — ele comentou.

Me encantou demaisOnde histórias criam vida. Descubra agora