Meu camisa 9

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Hoje eu tinha que ir trabalhar. Acordei fui ao banheiros, escovei os dentes e tomei um banho rápido. Coloquei uma roupa básica, e um saltinho baixo. Desci pra tomar café e a casa estava uma verdadeira zona. Gabriel até se ofereceu pra ajudar a arrumar, mas eu não quis, prefiro arrumar tudo quando eu chegar do trabalho. Não vou enganar ninguém não, eu ainda tenho medo de ter uma recaída por ele sabe? Por isso eu evito ao máximo passar muito tempo perto dele. Não sou mais perdidamente apaixonada, mas não sou de ferro né? Ainda tem algo entre a gente, mesmo que seja lá no fundo.
Peguei minha bolsa, me despedi da Ju e do Rei e dei um beijo na testa das bebês que dormiam como anjinhos. Eu deixo a Maria com a Juliana desde que comecei a trabalhar. Ela foi um amor em ter aceitado, até porque não é obrigação dela e ela já tem uma pimentinha. Só que a Maria é bem tranquila, quase não dá trabalho ela só é manhosa.

Cheguei no trabalho, comprimentei a todos e fui pra minha sala. Até que hoje tava tranquilo, não tinha muito papel pra assinar e carimbar. Enviei alguns contratos por email e atendi algumas ligações. Tô até estranhando de estar tão tranquilo aqui hoje. No final do dia arrumei minha mesa, peguei minha bolsa e saí. No caminho pro estacionamento eu tava toda enrolada com o celular na mão, procurando as chaves na bolsa. Esbarrei em alguém.

- Desculpa eu...- ele parou e fixou o olhar em mim.

- Não que isso, tudo bem, eu que tô toda enrola aqui. - falei sem graça. - algum problema?

Ele saiu do transe em que estava.

- Não! É...desculpa mesmo...- Ele disse todo sem jeito. - Me chamo Gustavo, e você? - ele estendeu a mão e foi aí que eu me liguei. Senhor, que homem é esse????? Alto, moreno, olhos cor de mel, cabelo cacheado, e o sorriso? Misericórdia. Já disse que ele é alto?

- Bárbara.- ele abriu um sorriso mais lindo que eu já vi em toda a minha vida. - Você trabalha aqui? Nunca te vi.

- Na verdade eu sou sócio do Dr. Maurício, eu tava em Madrid com ele, mas voltei pra ficar agora.

- Dr. Mauricio? Meu pai!

- Sério? Ele disse que eu ia encontrar uma pessoa especial por aqui, mas não me lembro de ele ter dito seu nome...

- Não tem problema, eu já vou indo ok? A gente se vê. - disse enquanto entrava no carro.

- Te mais Bárbara, foi um prazer.

Dei partida e sai. O prazer foi meu. Pensei.
Fui pra casa, Maria estava dormindo, ela sempre tirava um soninho da tarde. Aproveitei e arrumei toda a bagunça. Mais tarde, Clara acordou e eu fui dar janta pra ela, Juliana entrou na cozinha e começamos a conversar.

- Garota, tu não vai acreditar! - falei ainda tentando dar janta pra Maria. - Trombei com um cara hoje que eu vou te falar, a palavra beleza nunca fez tanto sentido.

- Ah não! Tem foto? - ela perguntou toda curiosa.

- Não...

- Ué? Não pegou o número dele? - ela franziu a testa.

- Não ué, deveria? - olhei pra ela que estava rachando de rir- tá rindo de que garota?

- Em que mundo tu vive? Deu de cara com um bonitão e nem se deu o trabalho de pedir o número dele? Vai que tu nunca mais vê ele por aí?

- Eu vou ver ele todos os dias!

- Que isso garota, não sabia que tu era safada desse jeito!

- Gabriela! - tentei acertar ela com uma fralda de pano.- Não tô dizendo desse jeito, ele trabalha na empresa do pai.

- Huuummmm...

- Sai daqui Garota! - ela riu e eu também.