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Juliana me deixou no apartamento do Gabriel. Dei um banho em Maria Clara, remédio, mamadeira e coloquei ela pra dormir um pouco. Aproveitei pra tomar um banho também e coloquei roupa uma confortável. Hoje não era meu dia de trabalho, agora que o sócio do meu pai tá por aqui, estamos revezando a gerência da empresa. Fiquei deitada no sofá assistindo TV. Coloquei uma lasanha no microondas e esperei. Gabriel vai chegar só a noite hoje. Tô tentando me preparar pra contar tudo aquilo pra ele. Ele merece saber, ele quase morreu naquele acidente. Enfim, estava perto da hora do Gab chegar, então fui fazer algo pra ele jantar. Como tem jogos importantes, ele não pode comer besteira. Fiz uma comidinha leve com salada e esperei ele chegar.

- Oi princesa.- ele disse entrando.

- Oi amor.- Selei nossos lábios.

- Como você tá? E a Maria?

- Eu tô mais ou menos... Maria tá dormindo, já tomou remédio.

- Vou lá em cima ver ela e tomar um banho.- ele disse indo até a escada.

Fui colocar o prato dele pra jantar. Ele desceu e se sentou na bancada.

- Tá com uma carinha... O que aconteceu naquela conversa? - ele perguntou.

- Come primeiro, depois a gente conversa sobre isso tá?- eu disse passando a mão em sua barba.

Ele concordou e continuou comendo. Nesse meio tempo, Maria Clara acordou. Subi até seu quarto e peguei ela pra comer algo.

- Coisa cheirosa do papai.- Gabriel disse cheirando ela.

- Papai...- Maria disse manhosa estendendo os bracinhos pro pai.

-Oh minha princesa, vem no papai vem.

- Tá manhosa que só ela.- Eu disse entregando Maria pra ele.

Lavei a louça enquanto Gabriel cuidava da Maria. Depois ficamos assistindo tv.

- Ela dormiu amor.- ele sussurrou com ela deitada sobre seu peitoral.

- Vamos subir, já tá tarde.

Ele concordou e subimos. Colocamos Maria no berço e fomos pro quarto. Deitei e Gabriel se deitou ao meu lado.

- Poxa amor, eu tô com tanta saudade da gente. - ele disse beijando meu pescoço.

- Amor, a gente tem que conversar.

- Não pode ser depois amor? - ele disse colocando as mãos na minha nuca e me dando um beijo lento. Jesus, que pegada. Eu não posso perder o foco da conversa. Ele se sentou na cama, e me puxou pro seu colo, deixando uma perna minha de cada lado. Ele tirou minha blusa bem devagar me arrepiando toda. Eu estava sem sutiã então só fiquei de short. Começou a distribuir beijos pelo meu colo e seios, e eu já estava gemendo bem baixinho. - Tô te desejando tanto. Deixa eu amar você? Depois a gente conversa. - ele sussurrou no meu ouvido e ali eu já estava entregue. Deixei rolar e já sabem né? Tava tão bom e tão intenso que a gente esqueceu completamente da camisinha, sorte que tomo anticoncepcional.

- Amor, você ainda toma aquele remédio né?- ele perguntou.

- Aham, sorte a sua. - ele riu.

- Agora me conta, o que aconteceu?

- Vou ser bem rápida e curta. O Gerson é o tal motorista misterioso que bateu no seu carro no dia do acidente.

- oi? Não calma aí. Acho que tô alucinado. Você disse que foi o Gerson que bateu no meu carro?

- É...

- Caralho, se você estiver brincando fala logo porque eu vou matar ele.

- Não, você não vai fazer nada, me escuta amor.

- Bárbara, eu quase morri naquele acidente a nossa filha quase morreu naquele acidente! - ele já estava vermelho e do nada começou a se vestir. - cadê a chave do meu carro?

- O que? Pra que? Você vai aonde?

- Não me espera acordada. - ele disse pegando as chaves do carro e a carteira.

- O que? Não! Gabriel, volta aqui! Você não vai pra lugar nenhum nesse estado, já tá tarde amor.

- BÁRBARA CALA A PORRA DA BOCA. - ele gritou.

Naquele momento eu entendi a raiva que ele tava. Nem liguei que tivesse gritado comigo, minha prioridade naquele momento era acalmar ele.

Ele estava abrindo a porta, eu cheguei perto dele, lágrimas estavam em seu rosto.

- amor, olha pra mim. - eu disse colocando a mão em seu rosto.

Ele levantou a cabeça e me encarou com um olhar tão triste. Meu Deus. Gabriel nunca foi de chorar, sempre forte dando uma de macho. Mas eu sempre presenciei seus momentos de emoção.

- desculpa.- ele disse com a voz embargada.

- Amor, não precisa se desculpar, eu tô aqui tá? Pra sempre... Não importa o que aconteça, vou sempre tá do teu lado. A gente vai resolver isso, ficar tranquilo.

E naquele momento eu vi que eu estava nervosa com tudo. Mas não passou pela minha cabeça que ele ficaria são mexido com aquilo. Os papéis foram trocados. Ele precisava de todo apoio naquele momento. Fiz um chá pra ele se acalmar e levei até o quarto.

- Bebe um pouco, vai te fazer bem. - entreguei a xícara pra ele. Seus olhinhos estavam inchados e vermelhos, eu tava com o coração tão apertado por vê-lo daquele jeito. Porque tem que ser assim meu Deus? Ele terminou o chá, colocou a xícara no criado mudo e deitou de costas pra mim. Respeitei o momento dele. Levantei e fui tomar um banho. Em pouco tempo, Gabriel estava abrindo a porta do box e se juntando a mim.

- Posso tomar banho com você?- ele perguntou.

- Claro amor... Vem cá. - abracei ele. Ficamos um tempo abraçados debaixo do chuveiro. Eu sentia que ele soluçava em meu ombro e aquilo me cortava o coração. Me separei do abraço e peguei seu rosto em minhas mãos.

- Ei? Por favor amor, não faz assim, tá me matando te ver dese jeito. - eu disse já em lágrimas.

- Como ele pode? Eu pensei que a gente era amigo. Por mais que tenha acontecido aquilo na balada, me diz qual amigo ano briga? - ele disse soluçando.

- amor, tenta ficar calmo tá? Ele disse pro Neymar que ficou com medo de pensarem que foi vingança, dizendo ele que estava bêbado. Você tem jogos importantes pra sua carreira vindo aí, tenta focar em outras coisas, na Maria, na gente.

- E se não for verdade. - ele disse me encarando e eu não tinha nem o que dizer.

Saímos do box. Enquanto eu via Gabriel trocar de roupa, passou um filme pela minha cabeça. Comecei a pensar em tudo que tinha acontecido até hoje. As brigas com os amigos por causa de ciúmes, o acidente... Tudo isso só aconteceu porque por culpa minha. Se nós dois não estivéssemos juntos, nada disso teria acontecido, se eu tivesse evitado, hoje ele não estaria nesse estado. Me deitei na cama ainda pensativa. Gabriel se aconchegou em meus braços e eu fiz carinho nele até ele dormir. Eu nem preguei o olho.










Meu camisa 9Onde histórias criam vida. Descubra agora