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Voltei pra onde as meninas estavam.

- Ih que cara é essa?!- Marilia perguntou.

- Gabriel né. - eu disse emburrada.

- Af, bem que vimos ele ir atrás de você. Ele tentou disfarçar mas todo mundo percebeu. - Bruna disse.

- Ele é um babaca. Foi me cercar no banheiro pra mandar eu trocar de roupa, vê se pode? - falei.

- Gente, mas ele não já tá até em outra?- Gi disse. - deveria ter vergonha.

- Muita coisa.- eu disse.

Fiquei dançando com as meninas e começou a anoitecer. Percebi alguma olhadas de um desconhecido. Provavelmente amigo do Everton e que pra minha alegria não era jogador de futebol. Estávamos trocando olhares eu tava apenas movimentando meu corpo confirme a batida da música. Logo começou a tocar "gaiola é o troco" logo pensei, esse é meu momento. No refrão eu comecei a rebolar com as meninas que logo viram pra quem eu estava olhando.

- Hum, tá de olho no italiano né? - Bruna disse.

- Sabia que essa jogação de tava tinha um objetivo. - Camilla disse.

- Gente, só tô dançando. - falei. - ele é italiano?

- Primo do Everton, nasceu na Itália, mas veio pra cá tem uns anos. Fala carioquês direitinho. - Marília disse rindo. - O que importa mesmo é que tá solteiro.

- Vi vantagem. - Gi disse.

Eu ri. Muito palhaças. Parei um pouco pra descansar e virei de costas pra onde o italiano estava. Ele era bem bonito, olhos verdes, bem alto, pele morena parecia bronzeada. Um sonho.

- Seajeita. - Marilia disse muito rápido, tão rápido que eu nem consegui entender.

- Que?- antes que ela repetisse, o italiano brotou onde estávamos.

- Olá meninas, Marilia...- ele disse comprimentando cada uma.

- Oi...- dei um beijo em sua bochecha.

- Meu nome é Miguel, tudo bem?

- Tudo ótimo Miguel, me chamo Bárbara.

- Você é linda, solteira? - olhei rapidamente para Gabriel que olhava pra mim com os olhos semicerrados. Eu tava adorando aquilo.

- Sim, muito. - ele abri um sorriso. Maravilhoso por sinal.

Ele passou a mão no meu cabelo, colocando uma mecha pra trás da minha orelha. Foi se aproximando e...

- Oi amor! Vambora né? NOSSA filha está cansadinha já. - Gabriel surgiu do além dando ênfase na palavras nossa.

- Ih, que isso? Tá maluco? Que história é essa de amor?- Eu disse confusa. - Sei que hoje é teu dia de ficar com a Maria, mas amanhã eu levo ela pra você.

- Não, vou levar agora e você vai comigo, vamobora! - ele disse me puxando meu braço.

- Gabriel me solta. Pra que isso cara? A gente não tem mais nada. - eu disse tentando me soltar.

- Ei Gabigol, ela não quer, solta ela. - Miguel disse me segurando.

Ah pronto. Tudo que eu precisava era o Miguel me defender. Ele não podia ter ficado com a língua dentro da boca?

- Ah não! Virou segurança de mulher alheia foi? Solta ela italiano. - ele disse dando um empurrão em Miguel.

Arrascaeta e Everton vieram apartar a briga e eu me afastei.

- Gabriel já deu né? Tu nem tá com a garota cara! Qual a necessidade?- Everton diz.

- Esse teu primo gringo aí, eu tava na minha. - Gabriel disse.

- Tá com ciúme de que? Todo mundo já sabe que tu tá pegando outra.- Arrascaeta disse.

- Mano não se mete. Não tem nada haver. - Gabriel disse.

Marilia chegou perto de mim. - amiga é melhor você ir, ele tá nervoso, e Everton vai acabar dando na cara dele e o Arrascaeta nem se fala.

- Isso, vai, depois a gente resolve isso. Bofe maluco. - Tay disse.

- Ele tá com dor de corno. Te largou agora quer dar uma de macho. - Camila disse em um tom que todos ouviram.

- Pois é. Vou pegar a Clara e vou embora.- Eu disse. Me despedi das meninas e fui até o interior da casa pra buscar minha filha.

- Vamos Gabriel, chega de cena! - chamei ele que logo veio atrás.

Entramos no carro. Maria dormiu na cadeirinha.

- Agora me fala porque tava dando mole pro gringo na minha cara? - ele perguntou.

- Gabriel, para de me controlar, a gente não tá mais junto. Pelo amor de Deus.

- Idai? Você é a mãe da minha filha e ele deve respeito. - ele disse.

- Respeito? Falou o cara que saiu em todas as colunas de fofoca beijando uma ruiva na saída da balada. Beijando não, quase comendo ela. - eu falei gesticulando.

- Ué. Não foi na sua cara.

- Não Gabriel, só na cara de todo mundo da internet, meus seguidores, meu amigos, e por último eu. - ri ironicamente.

- É diferente!

- Diferente como? Quer dizer que você pode tudo e eu não posso nada? Isso que é a diferença?

- Barbara eu...- eu interrompi.

- Faz o seguinte, me deixa em casa logo, quer ficar com a Maria, ok. Mas amanhã eu passo lá pra buscar ela que ela tem pediatra cedo, depois você busca ela de novo e você passa o final de semana com ela. - eu disse me ajeitando pra sair.

Começou a cair um temporal daqueles. Que raiva. O lugar mais perto era o apartamento dele e eu não queria ir. Por mim eu ficava na chuva.

- Vamos ter que ir pra minha casa.- ele disse.

- tô fora. Vou pegar um Uber.

- Tá doida? Olha essa chuva? Nem da pra chegar na tua casa.

Engoli seco. E concordei. Ele estacionou na área coberta e pegou Maria do bebê conforto. Ela estava exausta, nem se mexeu quando Gabriel pegou ela. Seguimos até o elevador e a cara de cu que eu estava era nítida. Gabriel devia estar adorando. Chegando no andar, eu já sabia o caminho então fui na frente. Ele abriu a porta e entramos. Gabriel subiu pra colocar Maria no berço e eu sentei na bancada da cozinha. Voltar a entrar nesse lugar nos três novamente, me fez ter lembranças...









Meu camisa 9Onde histórias criam vida. Descubra agora