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-Barbara?!- Gabriel me chamou.

- Hãn? Que foi? - perguntei saindo do transe.

- Tu ficou olhando pro nada aí igual estátua.

- Ah... Tava pensando na vida. - menti.

- Tá tudo bem? - Gabriel perguntou.

- Aham...

Ele assentiu e pegou a panela.

- Macarronada kkkkk.

- Não tô com fome. - falei me levantando.

- Ué amor? Ficou doida? Você não comeu nada ainda.

- Depois eu belisco algo, pode comer, vou subir, tô cansada. - falei e fui para o quarto.

Acredito que ele não esteja me
traindo. Mas ao mesmo tempo as lembranças tomam conta da minha cabeça. Não posso deixar que mais uma coisa boba dessas acabe com meu noivado, acabamos de ficar noivos, estamos felizes, e pronto, começa os problemas de novo. Depois de um tempinho, Gabriel subiu para o quarto.

- Princesa, tá bem? - ele perguntou com uma mamadeira e uma fralda no ombro.

- Aham, Maria já acordou?

- Não, vou dar mamadeira a ela e volto aqui tá? - ele disse e piscou.

Já senti esse sentimento de angústia e é sinal de coisa ruim. Não aguento mais, toda vez é isso, a gente se resolve, fica tudo bem, aí do nada acontece algo pra acabar com nossa felicidade.

- Voltei. - Ele estava com Maria no colo. Tão fofinha segurando a mamadeira pra mamar.

- Oh minha coisinha. - falei pegando ela do colo do Gabi e colocando na cama comigo. Gabriel também deitou e colocou Maria em nosso meio.

- Amor, posso te fazer uma pergunta? Você tem que ser 100% sincero comigo.

- Ok, o que é?

- Você me ama?- perguntei

- Que pergunta besta mô, é lógico que eu te amo, te amo muito. - ele respondeu.

- Eu sei... Mas é que...- pausei

- Mas é que o que? Amor, tá acontecendo alguma coisa?

- Não, deixa.

Ele deixou pra lá, mas estava com uma cara de desconfiado. Eu não queria dizer nada, não quero que ele pense que eu tô desconfiada dele e também não sei como iniciar essa conversa sem que ele pense isso.

Ficamos tanto tempo deitados que pegamos no sono. Eu acordei primeiro com o celular do Gabriel tocando.

- Amor, acorda! Teu celular. - eu nem olhei pra tela pra saber quem era. Ele levantou ainda sonolento e atendeu.

- não respeita o sono alheio não?

- chegamos de viagem hoje, não sei se ela vai querer ir, mas vou tentar, valeu

- Amor, Arrasca vai fazer um churrasco lá na casa dele. Peguntou se podemos ir

- vamos ué...

- tem certeza? Você tá roda estranha amor...

- Tô bem, vamos...

Fomos nos arrumar a arrumar a Clarinha. Peguei a mochilinha dela, minha bolsa, Gabi pegou a haver do carro e carteira e saímos. No caminho o silêncio tomou conta do carro, eu não queria iniciar conversa alguma pra não acabar falando merda e Gabriel pelo visto também não.

Chegamos na casa do Arrasca, Clarinha saiu correndo pra brincar com o Guto. Comprimentei todos e fui até a cozinha onde estava Camila.

- Eai bonita. - ela disse me dando um beijo na bochecha. Comecei ri do jeito que ela disse. - Que foi?

- Nada amiga, só tava com saudade. Cadê o Arrasca?

- foi buscar os pais, eles estão no Brasil, vieram nos visitar.

- ah... Vou no banheiro Rapidão. - ela assentiu e eu fui.

Fui no banheiro, fiz o que tinha que fazer e sai. Assim que abri a porta, senti unhas gigantescas cravarem no meu braço.

- Que isso?!

- Oi fofa. - uma garota morena disse.

- Tem como?- apontei pra sua que ainda estava em meu braço.

- Não até você dizer por que veio no mesmo carro que meu homem. - ela disse eu dei uma gargalhada.

- Seu homem? Garota, tá louca, nem sei quem você é.

- Priscila. - ela disse e um filme me passou na cabeça. A mensagem que Gabriel tinha recebido mais cedo era dessa galinha. Soltei meu braço da mão dela com força.

- Me solta merda! - ela de assustou. Fui me aproximando com o dedo apontado bem na cara dela. - Escuta bem o sua piranha adaptada, fica longe do meu noivo, se não eu vou acabar com a sua raça, isso se você tiver raça, cachorra! Tirei o dedo da cara dela e me recompus. Ela se descolou da parede e riu pelo nariz.

- Noivo?- ela soltou uma gargalhada. - Como pode ser seu noivo se ele tava comigo?

- Ah, entendi. Ele deve ter ficado desesperado e arrumou qualquer marmita pra saciar a fome, si é que me entende... Mas tu tem cara mais pra lanche sabia? Deve ser ruim ser a outra... - disparei.

- Outra? A outra aqui é você, quando ele terminou contigo, ele ficou comigo.

- O garota, dá licença. Tenho mais o que fazer. - dei as costas pra vagabunda e fui até o Gabriel.

- Posso falar contigo? - sussurrei para que os meninos não escutassem. Ele se levantou e veio até mim.

- Fala princesa. - ele disse se encostando no sofá e agarrando minha cintura.

- Tem algo pra me contar? - Perguntei simples.

- Não que eu saiba. Ah! Tem... Eu tava ali com os meninos conversando, e fiquei pensando um pouco sobre porque você tava estranha. - ele pegou o celular do bolso e me mostrou a notificação, ele nem tinha visualizado ainda. - foi isso?

Foi. - suspirei. - ela tá aqui na festa Gabi, me encurralou no banheiro agora pouco. Por favor, me diz que ela é louca. - falei colocando a mão em seu peito.

- E ela é. - Gabriel desbloqueou o celular e abriu na conversa, lá ele terminava tudo com ela, dizia que tinha voltado comigo. Eu acredito nele. - eu fiquei com ela algumas vezes quando a gente se separou, mas não era nada sério, e ela sabia disso. Ela meio que não deve ter aceitado.

- Tudo bem amor, eu acredito em você. - falei dando um selinho nele.

- Eu te amo minha gata.

- Eu te amo mais.

- Gabi, até que enfim te achei. - Priscila disse. - Vem, amor. - ela disse coçando a mão no ombro dele, agora que o pau quebra nessa porra.

- Você chamou ele de que?

- De amor! Euem, aceita! - depois que ela disse isso, meu sangue já tava fervendo. Dei um empurrão nela e ela foi com tudo em cima da mesinha de centro.

- O que tá acontecendo aqui?- perguntou Camila.

- Essa puta tá dando em cima do MEU namorado na minha frente. - falei dando ênfase no "meu".

- Nem sei como tu entrou, mas tu vai sair e é agora!- Camila disse pegando ela pelo braço. - Vai dar uma de biscate em qualquer lugar, menos na minha casa e com o namorado da minha amiga!

- Bora vaza! Vagabunda! - Marilia disse.

Eu amo minhas amigas.

- Vambora galinha, não tenho todo o tempo do mundo. - falei pegando ela da mão da Camila e lavando pra porta. Arrascaeta fez o favor de Abrir a porta da frente.

- E não voltei. - ele disse enquanto ela ia pisando em ovos.

Eu amo uma família.

























Meu camisa 9Onde histórias criam vida. Descubra agora