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- Desfaz essa cara de cu. Tá com fome? - Gabriel disse descendo as escadas.

- Me deixa em paz. Só quero ir pra casa.

- Boa sorte, com esse temporal deve tá tudo alagado, a menos que tenha um bote.- ele debochou.

Revirei os olhos.

- Não tá com fome? Vou pedir pizza. - ele disse com o celular na mão.

- Não. - mentira eu tava com a barriga mas costas.

- Sei que tá dizendo isso porque tá com raiva, vou pedir a sua favorita, metade calabresa, metade frango.

- Tanto faz, vou tomar um banho.

- Tá, não tem roupa sua aí não. Veste uma blusa minha.

- Não vou dormir aqui Gabriel, tô esperando a chuva passar.

- Cê que sabe.

Eu sabia que aquela chuva não ia acabar tão cedo. Tomei um banho demorado pro tempo passar. Mas a chuva ainda caía intacta. Fui no quarto do Gabriel e peguei um blusa dele. Desci e a pizza já tinha chego.

- Ué, não disse que não ia dormir aqui?- ele disse.

- Cala a boca.

- Vou jogar uma água também, Rapidão.

- Não vou te esperar pra comer. - falei e ele riu.

Peguei um prato no armário e coloquei 3 fatias. Fui até o sofá e liguei a televisão. Enquanto isso Gabriel desceu em pouco tempo. O cheiro dele predominou na sala. Que homem cheiroso. Inclusive, é um perfume que eu mais gostava. FOCO BÁRBARA, ELE É PAS-SA-DO. Ignorei a existência dele e continue comendo. Ele comeu sentando na bancada mesmo enquanto mexia no celular. Terminei de comer e puxei a manta que estava dobrada. Eu estava pronta pra engatar em um cochilo já que aquela bendita chuva não passava nunca.

- Vai dormir aí mesmo? - ele perguntou limpando a mãos.

- Vou! Cala a boca e faz o mesmo, boa noite! Aproveita e dá mamadeira pra Maria.

- Oh estressada, só pra te avisar que esse sofá acaba com a coluna de qualquer um. Onde tá?

- Prefiro ficar alejada do que ter que dormir contigo. Se soubesse procurar saberia que está na bolsa dela né o esperto.

- Credo Bárbara, euem. Tá bom, tenha uma noite bem confortável. - ele debochou.

- Seria ótimo se você caísse da cama.

- Deus me livre, macumbeira.- ele disse se benzendo e subindo as escadas.

Fechei os olhos buscando o sono. Meu celular vibrou.

Babaca 😑

Para de palhaçada e vem dormir comigo.

Eu:

Nem morta
Eu e você = passado

Babaca 😑

Para de graça, é só dormir a não ser que queira fazer outra coisa, aí a gente não dorme

Bloqueado com sucesso.

Virei pro outro lado busquei o sono novamente e dormi.

Acordei no dia seguinte como se eu tivesse dormido no chão. Minha coluna gritava. Esquentei a mamadeira da Maria e subi. Passei pelo quarto do Gabriel e ele estava dormindo. Dei a mamadeira pra ela e fui dar um banho rápido.

- Bom dia. - Gabriel disse rouco enquanto eu saia do banheiro.

- Bom dia. - revirei os olhos.

- Cadê a princesa do papai?- ele disse brincando com Maria.

- Vou com ela ao médico, depois trago de volta. Domingo eu venho buscar.

- Não quer que eu leve vocês?

- Não, tá tranquilo. Vou em casa trocar de roupa e pegar meu carro.

- Ok.

Troquei a roupa da Maria e coloquei meu short com a saída de praia. Era a única roupa que eu tinha. Gabriel se despediu de Maria e saímos.

Mais tarde. Voltei com María pra casa do Gabriel.

- Tá entregue. - eu disse dando a bolsa da Maria na mão dele. - Até amanhã minha gostosa, mamãe amo você.- dei um cheiro nela e Gabriel a pegou no colo.

- Não quer almoçar? Fiz Strogonoff. - ele disse apontando pra dentro.

- Não valeu, vou almoçar com a Camila hoje. Até amanhã - eu disse e virei as costas.

No restaurante Camila só sabia falar de ontem.

- Amiga, do jeito que ele ficou, ele ainda gosta de tu. - ela disse juntando a comida no prato.

- Sinceramente? Não ligo. Minha relação com o Gabriel é tóxica.

- Dá pra concertar. Você ainda gosta dele?

- Que? não!- menti.

- Ah tá, e eu sou lésbica.

- Ué.

- Bárbara?!

- Tá, um pouco...

- Então? Da a última chance pra vocês... Vocês merecem uma confirmação, se for pra ser será, mas se não for, você só vai saber se tentar.


Meu camisa 9Onde histórias criam vida. Descubra agora