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Acordei com uma mensagem da Ju. Desde que ela se mudou não nos falamos muito ela ficou toda enrolada com a mudança e eu entendo. Gabriel estava bloqueado, então a única forma de se comunicar comigo era por ligação, mas nem isso ele fez. Agradeci aos céus. Antes de ir buscar Maria Clara passei no shopping pra comprar uma roupa pro Natal. Comprei um vestido lindo pra ela e um pra mim. Ela vai ficar uma gracinha nele. Comprei os presentes também, mesmo separados vou fazer um esforço pra no dia de natal eu abri os presente com o Gabriel e a Clara. Tenho que me acostumar com a presença dele, mas no momento só me incomoda. Estava saindo do shopping e recebi uma ligação: Babaca 😑

Ligação on

- fala?

- Bom dia pra você também.

- Bom dia, fala

- Enfim, você vai montar a árvore aqui em casa? A Maria tá louca pra ajudar.

- Não sei...

- Sabe que isso virou tradição né? Ano passado não estávamos juntos, mas montamos e foi especial. Foi o primeiro natal da Clara.

- Vou pensar.

- Hum... Então, que horas saímos de casa na quarta?

- Não vou pra Santos Gabriel.

- O que? Tá doida? A gente combinou de passar os Natais juntos por causa da Clara e dos meus pais tu lembra?

- lembro, mas não quero esse ano.

- E eu não vou poder ficar com a minha filha?

- Você pode ficar com ela no dia 25... Olha deixa eu dirigir, daqui a pouco passo pra buscar ela. - desliguei a chamada.

Dirigi até a casa do Gabriel e toquei a campainha. Logo ele abriu. Estava com Maria no colo.

- Olha filha é a ingrata da mamãe.- ele debochou.

- Gabriel não força tá? Vem filha- disse pegando Maria no colo.

- Você tem certeza que não vai passar o Natal junto?

- Absoluta, pensei que tinha ficado claro pra você na ligação.

- Bárbara deixa de palhaçada mano. Tu não quer ir porque tá com raiva.

- Isso mesmo, vou ligar pra sua mãe e dizer tudo. Ela vai entender. Eu vou passar o natal com minha filha e a Rafaela.

- Af. Natal é com a família Barbara.

- Eu até considero seus pais e a Dhio minha família, mas não você.

- Sério isso?

- Óbvio. A família não abandona a gente quando mais precisamos e não nos culpa pelas coisas que acontecem do nada.

- Barba...- eu interrompi. - Você é a família da Maria Clara e eu respeito isso. Mas só tô aturando você por causa dela. - peguei a bolsa da Clara e sai.

Fui grossa? Fui, mas foda-se. Fui pra casa com María preparei nosso almoço e ficamos de pernas pro ar o dia todo. Eu já tava me sentindo inútil, preciso arrumar um emprego urgentemente.

Dia seguinte.

Hoje para a minha alegria era mais um dia de ver o Gabriel. Infelizmente hoje tem umas sessão de fotos com os jogadores, filhos, esposas no CT. Obviamente eu não vou tirar foto com ele. Mas tenho que levar a Maria pra tirar. Arrumei ela com um body do Flamengo, short e tênis. Coloquei um laço preto na cabeça dela também. Me arrumei e fomos pro CT. Estacionei nas vagas especiais. E entrei.

- Nossa, olha que princesa. - Diego disse pegando Maria no colo. - A mãe é fedorenta.- eu ri

- Não cansa de encher meu saco né? - falei

- Tá fedendo mesmo. - disse Arrascaeta vindo trás e dando um cheiro no meu pescoço.

- Odeio vocês. - eu disse rindo.

- E a gente te ama. - eles disseram.

Continuei andando com eles até a área do banco. Logo depois as meninas chegaram e eu fiquei com elas. Entramos pra parte onde ia acontecer a sessão. Gabriel estava sentado mexendo no celular. Coloquei Maria no chão e e ela saiu correndo atrás dele. Era cada foto. Primeiro ele tirou sozinho.

Olha no momento eu nem sei se sinto raiva ou tesão nesse homem

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Olha no momento eu nem sei se sinto raiva ou tesão nesse homem. Homem não Deus grego. Isso só me fez ter pensamentos impuros. Tô com raiva dele mas tô no cega né?

- Quer um balde? - Marilia disse.

- Ih louca pra que?

- Tá babado pelo camisa nove ai- Bruna disse.

- Mentira!

Era verdade. Gabriel além de lindo era gostoso. Ai ai ai Barbara, pelo amor de Deus. Depois foi a vez dele tirar com Maria Clara. Logo as fotos acabaram e eu arrumei ela pra ir embora.

- A gente pode conversar?- Gabriel disse chegando até mim e colocando o boné pra trás.

- Se for de Santos, eu já decidi que não vou nem adian...- ele me interrompeu.

- Não, é sobre a gente...

- Pode falar...

- Aqui não, pode ser no vestuário?- ele disse. Seu olhar parecia meio perdido. - Diego, fica com a Clarinha Rapidão? A gente já volta. - Diego concordou e pegou Maria no colo. Seguimos até o vestuário.

- Fala logo Gabriel, não tô com paciência. - cruzei os braços.

Gabriel colocou as mãos na minha cintura levemente e me puxou de encontro com ele diminuindo o espaço entre nós. Ele encostou nossos lábios sem iniciar um beijo , apenas encostou. Senti sua respiração quente e seu coração acelerado. Seu hálito de menta era tão bom que dava vontade de beijar ele de uma vez.

- O que você tá fazendo?- sussurrei.

- Vendo uma coisa. - ele disse e selou nossos lábios. Foi um beijo lento, com carinho. Eu soltei os braços e levei até seu pescoço e ele levou sua mão até a minha nuca. Depois de uma pequena perda de consciência, voltei a si.

- Gabriel, não!- eu disse e me afastei.

- Porque não? Eu quero, você quer, vem cá.- ele disse me pegando pela cintura de novo.

- Não Gabriel, por favor. Deixa as coisas como estão, não complica. - eu disse já com os olhos marejados.

- Você que tá complicando Bárbara...- ele disse tirando o boné e passando a mão no cabelo. Eu apenas me afastei em silêncio indo até onde Maria estava.

Passei pro Arrascaeta que me olhou preocupado. Tentei enxugar as lágrimas o mais rápido que puder pra ninguém perceber que eu tava chorando.

- Ei, tá chorando? - Arrasca perguntou.

- Não, tô bem.- eu disse fungando. - Vamos filha? - disse pegando Maria do colo de Diego.

- Sei que não tá, aconteceu alguma coisa? - Arrasca perguntou.

- A gente pode falar disso depois?

- Tudo bem...

Me despedi de todos e fui pra casa.












Meu camisa 9Onde histórias criam vida. Descubra agora