Capítulo 41 🌷

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"Confiar em Deus é algo que precisa ser iniciado a cada dia, como se nada tivesse sido feito até então

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"Confiar em Deus é algo que precisa ser iniciado a cada dia, como se nada tivesse sido feito até então."
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Pedro Henrique :

Existe coincidência e também existe o plano de Deus. Fiquei muito triste em saber que a Maria Clara foi embora, mas o melhor de tudo isso é saber que a verei novamente. Minha mãe será transferida para a mesma cidade que ela, poderei conversar com ela. E Alison vem conosco. Meu pai pegou a guarda provisória dela até encontrar algum parente que possa ficar com ela, mas até lá ela será nossa convidada. O pai dela não faleceu e está estável no hospital e em breve terá alta, mas será preso e condenado por abuso e agressão. Eu não desejo a desgraça de ninguém, mas ele mereceu isso. Tudo que se planta aqui na terra se colherá, que o Senhor tenha misericórdia de sua alma e de sua vida.

— Filho, já está pronto? Precisamos ir.

— Já estou descendo. — Respondi, fechando minha mala.

— Não demore, senão vamos perder o voo. — Ele respondeu antes de eu ouvir os passos dele saindo da porta do meu quarto e indo em direção à escada.

Terminei de arrumar minhas coisas e desci com elas, estão um pouco pesadas. Mas preciso levar quase tudo, até porque não sabemos ao certo quando voltaremos. Avisto Alison sentada no sofá com sua mala e sua mochila. Todos nós já estamos prontos, só falta levar nossas coisas para o carro.

— Gente, se levantam e vão levar as coisas de vocês para o carro. — Meu pai falou, ordenando.

Peguei a mala da Alison e entreguei minha mochila para ela levar, não está tão pesada assim. Mas a minha mala e a dela estão, até parece que vamos nos mudar por completo. Antes de sair da casa, e ver quase tudo coberto com um lençol branco e fino. Dou um suspiro e solto o ar devagarinho, nasci aqui e cresci aqui e agora vou para uma nova cidade e talvez não seja tão diferente assim não.

— Está tudo bem, Pedro? — Ali perguntou, me vendo parado na porta.

— Está, só que é estranho sair dessa casa e ir morar em outra. — Respondi com um sorriso forçado.

— Sei bem como é esse sentimento, mas vai dar tudo certo. Foi você que disse. — Ela respondeu, pondo sua mão sobre meu ombro.

— Vai, sim, creio em nome de Jesus que vai. — Respondi por fim.

Entramos no carro e não demorou muito para meu pai dar a partida. Assim que o carro começou a se locomover, um filme passou sobre minha cabeça e sobre todos os ensinamentos e estudos que meus pais me deram e, do nada, parece que tudo desapareceu. Sinto falta da minha mãe e da sua bronca e carinho, sei que Deus está cuidando de tudo, eu só não quero perder-lá não agora. Mas minha vontade não é a vontade de Deus.

Senhor, se for da tua vontade, minha mãe partiu, prepare meu coração, minha alma e meu espírito para aceitar. E que eu não venho perder a fé e nem a confiança no Senhor, até porque tu sabes o que é melhor para cada um de nós e também auxiliei Alisson a seguir em frente e sempre se lembra de que só o Senhor, mas ninguém, pode condená-la. Somos todos falhos e pecadores, o Senhor é o único e digno de toda honra, glória e louvor.

— Gente, desçam rápido e peguem suas coisas, o nosso voo vai sair em breve. — Meu pai falou estacionando o carro.

Apenas encarei através do retrovisor e, depois, abrir a porta e sair com a Alison. Meu irmão me ajuda com as coisas dela e depois caminhamos em direção ao desembarque. Fizemos nosso check e depois embarcamos. Meu pai e meu irmão sentam juntos. Eu e Ali sentamos em outra poltrona. Então, é isso, nova cidade e nova vida, minha mãe precisa da gente.

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Depois de algumas horas, finalmente chegamos, não vejo a hora de esticar minhas pernas. Parece que fiquei dias no avião, talvez seja o costume que não tenho de viajar. Meu pai procurou o motorista que ele contratou e não demorou para achá-lo. Ele nos ajuda a levar as malas para o carro e, em seguida, entramos. Mas uns quilômetros para percorrer até chegar no nosso novo bairro, tudo pela nossa amada mãe.

Tudo aqui é diferente, muita gente na rua. Crianças correndo de um lado para o outro, eu nunca vi tanta criança assim. Meu pai ficou admirando, ele sorriu ao vê-los brincando, aqui será um novo lar. Meu pai pastorará uma igreja aqui perto, para onde ele vai. Deus tem um propósito para ele, ou melhor, para nós.

— Aqui é bem diferente de lá. — Ali falou quebrando o silêncio entre nós.

— E sim, parece ser, mas divertido. Proponho gostarmos daqui. — Respondi sorrindo.

Ela apenas assentiu e sorriu. Meu pai abriu a porta da nossa nova casa e fiquei impressionado com a beleza e com móveis antigos e bem conservados. Do jeito que nossa mãe gosta, imagina como serão nossos quartos. Meu pai nos disse que tem bastante quarto, o bom é que Alisson terá seu próprio quarto.

— Alisson, o seu o quarto e o do meio e vocês meninos, se resolvam. — Meu pai falou ao entrar na casa.

Eu e meu irmão olhamos e depois saímos correndo em direção às escadas, como sempre eu ganhei. Entrei no último quarto e fico feliz por ver que ele tem a janela de frente para a rua. Meu irmão entrou no dele e depois veio reclamar, me dizendo que o dele não tem janela que dê para a rua.

— Não posso fazer nada, irmãozinho. — Falei, me jogando na cama, rindo da careta dele.

— Não é justo, Pedro, eu que deveria ficar com esse quarto. . — Ele respondeu olhando para a janela.

— Lamento, irmãozinho, mas cheguei primeiro. Agora, deixe-me aproveitar o meu novo quarto. — Falei, me sentando, olhando fixo para ele.

Encarei a porta ao vê-lo sair de cabisbaixa, eu sempre fui o mais rápido e meu irmão, o inteligente, mas dessa vez ficarei com o melhor quarto. Sai e fui até a sala de estar buscar minha mala e minha mochila e organizar tudo no meu novo quarto. Terminei de organizar tudo e procurarei Alisson para a gente dar uma volta no bairro antes de irmos ver minha mãe. Ah, eu também preciso mandar mensagem para Clara e avisar que estou na cidade. Quero saber como está sua irmãzinha, eu me senti muito próxima dela, não sei explicar exatamente o que é esse sentimento. Mas e como se já nos conhecemos faz um bom tempão?

— No que tanto está pensando aí em? — Ali perguntou, me tirando do meu devaneio.

— Só na moça que conheci na praça, ela estava tão triste. E depois a vi no hospital, consegui seu número e conversamos um pouco. Ela está com sua irmãzinha internada no mesmo hospital que minha mãe, ela está com Glioblastoma multiforme. — Expliquei para ela.

— Nunca ouvi falar nessa doença, mas você sabe o que ela causa? — Ali perguntou novamente.

— Explico sim. Bem, o glioblastoma multiforme é um tipo de câncer cerebral do grupo dos gliomas por atingir um grupo específico de células chamadas de “células da glia”, que auxiliam na composição do cérebro e nas funções dos neurônios. É um tipo de câncer raro e, geralmente, é esporádico, sendo mais frequente em pessoas que estiveram em exposição prévia à radiação ionizante. — expliquei na mesma forma que a Clara me explicou.

Alisson, arregalou o olho e ficou assustada.

— Aí, até agora eu fiquei preocupada com essa menininha. Quero conhecê-la também, claro, se você deixar eu ir com você. — Ali respondeu, me olhando sério.

— E claro que vou te levar junto, mas agora proponho mudarmos de assunto. — Eu respondi.

Ela apenas assentiu e sorriu, mudamos de assunto assim como eu sugeri. Amo Alisson, ela e a irmã que eu não tive e com tudo que ela viveu e teve que suporta, ela merece o melhor desse mundo e o Senhor pode restaura ela de dentro para fora e sara suas feridas.

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Continua no próximo capítulo.

A História Que Você não Quis Ler (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora