Cap 65

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Diana F Clark

A caminho de casa, percebo um silêncio constrangedor dentro do carro. David parece seriamente pensativo.

- Como foi seu dia hoje, querido? - pergunto na tentativa de quebrar o silêncio.

- Correu tudo bem. - ele responde seco.

- Ah fico feliz! Aliás o vestido já está quase pronto. - Falo um tanto animada, mas David continua imóvel.

Logo ele estaciona e subimos pra cobertura. Entramos e ele continua calado e sério. Eu não insisto, se ele não quer falar eu não vou forçar a barra.

Tomo meu banho e desço pra jantar.

Estou sentada terminando o minha refeição quando ele aparece.

- Vou sair! Tenho uma reunião com um cliente importante. - ele fala enquanto pega as chaves do carro e sai, sem sequer esperar uma resposta minha.

Eu realmente não sei o que deu nele, normalmente ele me chamaria pra ir junto, mesmo sabendo que minha resposta seria não. Que bicho mordeu ele?

Subo e aproveito pra ligar pros meus avós, pra saber como anda a preparação do celeiro. Depois de uma ligação bem longa, me deito e pego meu livro que está bem atrasada a leitura e leio um pouco. Durmo sem nem perceber...

Acordo com o som do meu despertador. Levanto e percebo que David não está na cama.

- David? - o chamo enquanto desço as escadas.

- Bom dia minha doce criança. David não está. Cheguei algum tempo e não o vi aqui embaixo. - a Sra Wilson responde me entregando uma xícara de café.

- Tudo bem, vou ligar pra ele. - sorrio pegando meu café e subo de volta pro quarto.

Ligo várias vezes e o celular só cai na caixa postal. Realmente estou começando a ficar preocupada.

Tomo banho e me arrumo. Me despeço da Sra Wilson e vou pra garagem pegar meu carro, quando o carro de David entra.

Ele está visivelmente de ressaca, e isso me faz transbordar de raiva. Reunião com cliente importante é o caralho! Ele foi encher a cara e nem se preocupou em me avisar que ia dormir fora!

Ele vem em minha direção. Sua expressão mostra que ele quer dar uma explicação, mas não estou nem um pouco afim de uma discussão logo cedo. Entro rapidamente no meu carro e saio numa arrancada brusca, tirando qualquer chance dele se explicar.

Chego no Hospital, deixando todos os meus problemas pra trás. Aviso na recepção que hoje estarei muito ocupada, e que não receberei ninguém além dos parentes dos meus pacientes. A noite me resolvo com David.

Antes de começar meus atendimentos, peço pra Liza me encontrar no refeitório na hora do almoço, e pedir pra entregarem nosso almoço lá, pra gente conversar.

Meu celular começa a tocar sem parar, mensagens e ligações de David. Eu simplesmente desligo meu celular e o tranco no meu armário.

A manhã passa voando. E logo me encontro no refeitório com Liza.

- Como você está amiga? Sinto muito! - Liza fala me abraçando e colocando nosso almoço sobre a mesa.

- Quê? - pergunto confusa.

- Você não queria falar que terminou com David, né? - Liza questiona.

- Não! Porque eu faria isso? - estou ainda mais confusa.

- Você ainda não viu o vídeo, viu?! - Liza fala surpresa.

- Que vídeo? Do que você está falando amiga? - a ansiedade aumenta consideravelmente.

Meu coração gela quando ela me mostra aquele vídeo.

A legenda era: "Parece que Foster se cansou de brincar de casinha! Ele foi flagrado com a então Advogada Hilary Baker bem próximos."

Meus olhos marejam automaticamente. O vídeo mostra Hilary abraçando David, e logo depois indo em direção a saída da boate onde nos conhecemos apoiado nela.

Eu estou sem acreditar naquilo. Ele saiu da boate com ela, e passou a noite fora de casa! Como ele pôde fazer isso comigo! Como ele pôde!?

Meu coração começa apertar, eu sinto uma tristeza tão grande, que me dá enjôo. Saio correndo em direção ao banheiro. Meu corpo está trêmulo, me sinto tonta, a minha pressão baixa numa rapidez extrema e antes que eu possa alcançar o banheiro, sinto minha vista escurecer, e caio ali mesmo no corredor.

Acordo com Liza ao meu lado, ajustando o soro.

- Você acordou docinho! - Liza acaricia meu rosto.

- O que houve comigo, Li? - falo um tanto cansada.

- Você teve uma crise de ansiedade, depois de ver o vídeo. - Ela responde cabisbaixa.

- Como ele pôde fazer isso comigo amiga!? Eu confiei nele! - uma lágrima escorre de meus olhos.

- Não se preocupa com isso agora, você precisa fazer alguns exames ainda, tem algumas alterações. E depois iremos pra mansão. - Liza me dá um beijo na testa.

- Amiga não conta nada pro Paul. Não quero que David saiba de nada. Assim que eu me recuperar, vou na cobertura buscar minhas coisas. E aí posso voltar pro nosso AP. - dou um sorrisinho fraco.

- Você sempre pensa em tudo! Pode contar comigo docinho! Superação é o seu nome! Te amo! Agora vou encaminhar seus exames. - Liza me dá um beijo na testa, e sai.

Faço todos os exames, e no fim da tarde recebo alta. Os exames vão ficar prontos no dia seguinte. Vou em direção ao estacionamento pegar meu carro, Liza queria me levar, mas insisti que não, foi só um mal estar, já estou zerada.

Quando chego no estacionamento, vejo uma multidão de repórteres correndo em minha direção, muitos flashs piscando em meus olhos, eu mal consigo enxergar, eles falam alto pra chamar minha atenção, e fazem milhares de perguntas. Estou me sentindo sufocar quando ouço o ronco pesado de uma moto acelerando no meio do estacionamento. O motoqueiro abre caminho entre os repórteres. Ele simplesmente puxa pelo meu braço  me jogando em sua moto e sai arrancando bruscamente me tirando daquele inferno.

Andamos algumas quadras, até enfim eles nos perderem de vista. Logo ele pára a moto, e nós descemos.

- Sam! - falo surpresa quando ele tira o capacete, e revela seu rosto.

- Você está bem? - ele pergunta me revistando procurando algum ferimento.

- O que fazia no Hospital? - pergunto curiosa.

- Esqueceu que é caminho pro seu apartamento? Eu estava passando quando vi a multidão. Eu vi o vídeo mais cedo, então concluí que você poderia está com problemas. - ele fala enquanto se apoia na moto.

- Obrigada por me salvar... Mas tenho certeza que isso vai te trazer problemas com Foster! Amanhã estaremos em todos os sites de fofoca! E eu odeio isso, eu odeio muito, Sam! - falo com os olhos cheios de lágrimas.

- Não se preocupa, eu dou um jeito! Mas agora pra onde devo te levar? Podemos fugir pro México! - ele sorri tentando descontrair o clima.

- É uma ótima ideia! Mas preciso receber uns exames amanhã, então vai ficar pra outro dia. Hoje vamos pra sua casa! - sorrio de volta.

- Tu casa, és mi casa! - ele sorri, e logo subimos na moto e vamos em direção ao meu apartamento.

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