Hae-Chan

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Lee Dong-Hyuck

O garoto Dong-Hyuck, mais conhecido como Hae-Chan por seus amigos e família, caminhava de volta a sua residência. Ele havia acabado de sair da escola e como estava de tardezinha, as ruas não estavam tão movimentadas como de costume nos horários de pico.

Hae-Chan traçava uma rua que lhe dava acesso a um parquinho, onde pais acompanhavam seus filhos para brincarem nos brinquedos que haviam lá. O garoto gostava de sentar em um dos bancos presentes e observar as crianças antes de finalmente voltar para sua casa; ele aproveitava esse momento para relaxar e se distrair um pouco vendo aquela criançada barulhenta como ele.

Repousou seu corpo em um banco, sorrindo pequeno com a diversão das crianças e algumas até acenavam para ele, e ele educadamente acenava de volta.

– Posso me sentar ao seu lado?

Hae-Chan direciona seu olhar para a dona daquela voz doce e suave. Uma garota que aparentava ter a mesma idade que ele, estrangeira, estava parada ao lado do garoto enquanto o encarava sorrindo. Ele arrastou seu corpo para lado para dar-lhe mais espaço a permitindo se sentar ao lado dele. O rapaz olha em volta e vê vários bancos vazios, não entendo o porque dela querer sentar perto dele, mas ele não recusou o pedido da jovem. Apenas deu de ombros ao concluir que ela talvez quisesse conversar.

– Meu nome é (s/n), e o seu?

– Prazer em te conhecer, me chamo Dong-Hyuck, mas pode me chamar de Hae-Chan. - ele sorri a olhando, ela era muito bonita.

– O prazer é todo meu. - ela sorri radiante. – Então, vem sempre aqui?

Ela desvia seu olhar para as crianças e ele faz o mesmo, só que as crianças estavam estranhas. Elas pareciam em choque e um pouco distante do rapaz.

– Venho sim. - olhou para ela. – Pelo jeito você não é daqui, não?

– Não... - ela suspirou, triste. – Sou do Brasil.

– Brasil uau! E você veio para morar aqui ou só está de passagem?

– Vim para morar. - ela olha para algum canto que não seja para o garoto.

"Pai, ele está falando sozinho."

Hae-Chan ouviu uma criança pronunciando ao mais velho, ambos olhavam estranho em sua direção, ele não estava entendendo o comentário. Poxa... Ele não estava falando sozinho.

"Vamos manter distância, ok?"

Alguém disse, o garoto começara a ficar confuso, mas não deu bola para isso.

– Você estuda aonde? - perguntou a garota.

– Em uma escola em Busan.

– Uhm... Qualquer dia desse nós podemos sair, o que acha? - sugeriu sorrindo.

– É uma boa ideia, Hae-chan.

Então, o final da tarde de Hae-Chan foi basicamente conversar com essa garota. Ele a fazia rir com suas palhaçadas e com suas histórias de vida maluca. Digamos que eles haviam se tornado amigos.

– Céus! Está ficando tarde, preciso ir. - ele se levanta e ela permanece sentada. – Você vai ficar sozinha?

Ele olha para os lados e vê que as crianças estavam indo embora.

– Eu tenho que esperar minha mãe, pode ir. - ela sorri, diferente, parecia estar forçando. – Nos vemos outro dia.

– Tudo bem. Até! - ele sorri e acena para a mesma.

Hae-Chan retorna para a casa feliz, logo sua mãe vem lhe perguntar o motivo da felicidade do mesmo.

– Mãe, eu fiz amizade com uma brasileira, o nome dela é (s/n) e ela é muito linda. - ele conta imaginando a adorável jovem que conhecera a minutos atrás.

– Um dia você tem que me apresentá-la.

O garoto concorda e vai para o seu quarto, tomando um banho e iniciando seus deveres escolares.

– Filho, desce aqui! - escuta a voz de sua mãe.

O garoto desce as escadas apressadamente, encontrando a mais velha na sala apontando para a televisão que noticiava algo.

"Nessa tarde de quarta-feira, dia 18 de novembro, foi encontrado o corpo de uma jovem no parque municipal de Seoul. A jovem brasileira, (s/n) foi estuprada e sufocada até a morte. A polícia de Seoul está trabalhando no caso e ligando com os casos recentes. Totalizando 7 vítimas até agora..."

Não! Não pode ser a mesma pessoa... Ou pode?

Hae-Chan não estava acreditando.

– Mãe... - a chamou trêmulo. – É ela! Eu conversei com ela! - seus olhos se enchiam de lágrimas enquanto respirava ofegante.

– Filho, se acalme. - a mais velha abraça o garoto e passava sua mão pelas costas do mesmo na tentativa de acalmá-lo.

– É por isso que as crianças me olhavam estranho. - chorava. – Eu estava conversando com uma fantasma! Parecia tão real...

Sua mãe nada disse para não piorar a situação, apenas deixou o garoto chorar em seus braços.

"– Posso me sentar ao seu lado?"

Aquela frase se repetia em sua cabeça fazendo com que ele chorasse mais e se questionasse do por quê não ter recusado.

Passado o tempo, o garoto se acalmou e decidiu ir dormir. Mesmo triste por descobrir que sua amiga era uma fantasma, estava feliz por ter feito ela sorrir antes de partir por completo.

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