Ten

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Chittaphon Leechaiyapornkul


– Amor, por favor...

– Não, Ten. - a garota se levanta do sofá, andando até a cozinha, pegando um copo e o enchendo de água.

– É para a faculdade. - abraça ela por trás. – Você pode ficar de costas, mas por favor deixa eu te pintar.

– O que eu tenho a ver com o seu trabalho?

– O trabalho é sobre realismo, então eu pensei em te pintar. Vi isso como uma oportunidade, já que a senhorita não me deixa te pintar.

– E se eu deixar? O que eu ganho? - se desfaz do abraço.

– Qualquer coisa, farei o que você me pedir. - ele sorri.

– Tudo bem. - suspira derrotada. – Pode me pintar.

– Obrigado, minha deusa. - ele a abraça apertado e beija todo o seu rosto.

Chittaphon leva a garota para o quintal, onde havia uma pequena área verde, fazia pouco tempo que eles montaram aquele espaço. Era pequeno, mas não deixava de ser lindo. Eles não entendiam muito bem sobre jardinagem, então tiveram que pesquisar e buscar ajuda com jardineiros para orientá-los na ideia. E por sorte, deu tudo certo, nenhuma plantinha morreu até agora.

– Vou fazer uma trança no seu cabelo.

O rapaz se posicionou atrás da garota e segurou em seus cabelos delicadamente. Por ter uma irmã mais velha, aprendeu a fazer penteados e como Chittaphon amava tocar nos cabelos da garota, nunca perdia a chance de fazer algo no cabelo dela.

– Seu cabelo é tão lindo, eu poderia ficar mexendo nele o dia todo. - ele sorri. – Certo. Terminei.

Ele se afasta para observar melhor a sua amada em harmonia com o local. Sorriu mais ainda ao ver o realce da beleza da garota. Chittaphon esperou por tanto tempo por este momento, era notável sua empolgação.

– Vou começar, ok? - pergunta após preparar seu material.

– Ok. - ela concorda se ajeitando na pose sugerida por ele, algo simples para que ela se sentisse confortável.

Chittaphon pediu para que ela ficasse sentada em uma cadeira de frente para o pequeno jardim. Posicionada de lado, sem mostrar o rosto para o rapaz, mas era visível uma parte de se perfil. Sem demora, Chittaphon iniciou o desenho, fazendo um esboço que servirá como a estrutura da pintura. Com olhos atentos, observava cada pedacinho do corpo e do local para que a pintura ficasse bem realista, como se você estivesse presente no local. Terminado a estrutura, começou a pintar. Pintar era a parte mais fácil para o garoto, desde pequeno ele vem aperfeiçoando o uso das cores, aplicando técnicas de luz e sombra; e usou todo o seu conhecimento em colorimetria e visagismo para aplicar na obra.

Um silêncio avassalador era presente no local, mas nada incômodo. Em certo ponto, uma borboleta alaranjada apareceu, chamando a atenção da garota, observou o inseto com um pequeno sorriso nos lábios que não deixou despercebido pelo rapaz que a pintava. Tratou de captar o sorriso e a borboleta para compor mais expressão e detalhes na obra.

– Amor, eu já terminei o grosso da pintura, agora só falta alguns detalhes. - avisou. – Você já pode sair da pose.

– Você é rápido. - ela se levantou indo em direção ao rapaz. – Uau! Está lindo!

– Obrigado.

Chittaphon retratou certinho a garota, não deixou escapar um detalhe sequer. A garota se sentou ao lado dele, o observando terminar a obra. Obviamente ele não iria terminar em um dia, levaria pelo menos três dias para o resultado desejado por ele.

– Está tão sério. - ela diz ao reparar na feição séria que o rapaz continha. – Nem parece que tem um sorriso fofo. - ela ri.

– Sorriso fofo é? - sorri de lado.

– Calado, rapazinho. - belisca o braço dele. – Vou preparar alguma coisa para comer, você vai ficar aí ou vai entrar?

– Vou entrar, já terminei aqui. - diz guardando os pincéis sujos em um copo com água.

A garota deixa um selar na bochecha do rapaz e se levanta para entrar na casa. Mas antes que pudesse se levantar completamente, Chittaphon a agarra pela cintura, a colocando em seu colo.

– Ei, não vai me dar um beijo não?

– Eu já te dei, bem aqui. - aponta para a bochecha.

– Não, não, não. Eu quero um beijo decente. - puxa ela pela nuca para um beijo afoito. – Agora sim, pode entrar.

Ela revira os olhos e ri, logo se levantando para entrar em casa.

Chittaphon fica um tempo observando a obra não concluída, mas já era perfeita. Ele sorri, se sentia realizado por ter finalmente pintado a pessoa que ele tanto ama nessa vida.

– A próxima vez que eu pintá-la, vai ser com ela nua.

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