Sung-Chan

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Jung Sung-Chan

Colocada a última peça de roupa dentro da mala, a garota suspira ao fechar a bagagem.

– Você não está muito contente com a ideia, não é? - Sung-Chan coloca sua mão no ombro da garota.

– Precisamos mesmo te apresentar para a minha família? - ela pergunta triste.

– Sim... É uma fase importante no relacionamento, eu acho. Mas, por que? Não quer que eu os conheça?

(s/n) também acha importante essa fase, pois eles namoram a 3 anos, já moram juntos e até conversaram sobre casamento e filhos, eles realmente estão bem firmes no relacionamento. O problema não é a aprovação do relacionamento pelos familiares da garota, ela sabia muito bem que seus pais ficaram felizes em vê-la namorando; o problema real é como o restante da família vai se comportar ao conhecê-lo. (s/n) não se dá tão bem com seus avós, tios e primos, ao longo da vida ela foi severamente julgada por eles; a insatisfação de seus familiares diante ao seus atos e conquistas era cruel, sempre achavam algo para apontar o dedo e criticar, e até mesmo comparar. Então, ela sabia muito bem que se aparecesse com Sung-Chan no churrasco da família, eles provavelmente começariam com comentários xenofobicos, e ela não queria que o rapaz passasse por isso, embora ele não entenda português, ele saberia que isso a deixaria triste e questionaria por isso.

– Não sei se eu estou pronta para isso, meu amor. - ela lagrimeja ao imaginar os tipos de comentários que farão sobre ele. Tais como "tem certeza que ele não é gay?" ou "tinha que arranjar logo um japonês?" e o clássico "qual o tamanho do pau dele?". E isso são os comentários mais leves.

– Ei calma, vai ficar tudo bem. - ele a abraça. – Iremos apenas conhecê-los, não precisamos visitá-los com frequência. Só quero que a sua família saiba que eu te amo e estou disposto a ficar contigo pelo resto da vida. - ele sorri.

A garota não se contém e começa a chorar nos braços de Sung-Chan. Partia o coração do rapaz ver sua amada chorar, ele não sabia como ajudá-la já que a mesma não contou como é a sua família.

– Por que não me conta sobre eles?

– Não quero que você se machuque. - ela suspira.

– Me machucar com o que?

Ela levanta seu rosto para olhar o rapaz, ele leva sua mão de encontro com o rosto da mesma e seca suas lágrimas com o polegar. Fecha os olhos e respira fundo, vencida. Guia o garoto até a cama e inicia o passado conturbado que a sua família a vez passar, aproveitando para avisar o que ele teria que passar a respeito dos comentários. Sung-Chan ouvia tudo atentamente sem demonstrar tristeza ou algo do tipo para não deixar sua namorada preocupada, ele acariciava as mãos da mesma vez ou outra em forma de transmitir tranquilidade, sabia que ela estava se segurando para não desabar enquanto falava. Ao terminar, o rapaz a abraça, alegando que ficaria tudo bem.

– Tenho medo do que eles possam falar de ti. Você não merece ouvir essas coisas.

– Meu amor, eu nem vou entender. - ele ri. – Mas não se preocupe com isso, é só não dar ouvidos.

Sung-Chan sorri de forma doce e consequentemente a garota começou a sorrir. Ela se sentia melhor depois de se abrir ao namorado, um peso havia saído de seu corpo. Tinha sorte de encontrá-lo e tinha mais sorte ainda de tê-lo para ti.

– Bem, as malas já estão prontas. Então vamos sair para comer alguma coisa e depois dormir, precisaremos de muita energia.

O rapaz se levanta da cama e estende sua mão, (s/n) a segura e eles saem de casa.

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