Capítulo 97

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CAPÍTULO 97

Stella estava sentindo tanta falta de ser cupido (vide Gareth e Simonetta), que decidira abraçar o plano maluco de Nathalia. Sim, fora Stella quem dera o endereço exato do orfanato onde estava Maysa quando Silvana e Nathalia se aproximaram da região em que ela estava (vantagens de ser feiticeira). Sim, Stella ajudaria João Muniz a adotar a garota, mas não se aproximaria dele como pai. Como os sentimentos que Gareth tinha em relação a Simão Garuzzo, Stella também tinha os mesmos em relação ao seu pai biológico: achava o empresário uma ótima pessoa, passível de erros como todos, porém não conseguia vê-lo como pai. Os pensamentos de Stella foram interrompidos com um longo suspiro de Luís Cláudio, que estava agarrado a seu celular, portando sua feição usual de raiva.

– "Dona dele". – Repetia Luís com os olhos fixos na tela. Samantha havia insinuado ser dona do namorado. – Olha só o que aquele cachorro fez com a minha filha! Me desculpe a grosseria, mas eu não vou deixar que a nossa Ágatha tenha o mesmo destino ingrato das irmãs.

– Se você fosse um pai menos rigoroso não precisaria sair correndo para a casa de seu outro genro, culpando-o por sua filha do meio, de 17 anos, está transando com o melhor amigo dele. – Relembrou Stella.

– Ei, Johana, você não pretende ensinar feitiçaria para a nossa filha quando crescer, né? – Disfarçou o leonino. – Capaz dela fazer experimentos com os órgãos íntimos masculinos. Isto se puxar a loucura da sua mãe.

– Não, não vou ensinar. Ela vai aprender sozinha ou com a Olívia e a Joaquina, certamente. Elas têm a bruxaria nas veias. – Comentou a ariana. – Meu único medo em relação a ela é puxar a capacidade de confusão da sua família. Isso é algo realmente preocupante.

– Olha quem fala! – Exclamou o professor universitário. – Foi você quem trouxe minha tia, sua sobrinha e uma garotinha para a casa sem pedir meu consentimento!

– Você quer ser praguejado por uma bruxa, uma ex-freira e uma garota sem juízo? Toma cuidado, Luís Cláudio... – Alertou.

– Não preciso tomar cuidado nenhum... – Citava o historiador quando ouviu a campainha tocando. – Só preciso atender a campainha... Ruthy? A Samantha não está aqui...

– Eu não quero falar com a Samantha e muito menos com você, Luís Cláudio. – Respondeu a libriana. – Ah, só uma dica: pare de gritar descabidamente. Obrigada. Vim ver a Stella.

– O que queres de mim? Algo aconteceu com a Simonetta? – Questionou a mãe de Ágatha.

– Não, te mandaram um recado do Centro Espírita. – Contou. – Um espírito chamado Maria de Nazaré quer falar com você e com a Maria Marta.

****

Maria Marta estava radiante por ter sido acusada de algo que não ela não fez. Sim. Vocês não entenderam errado. Abel e Caim, em um lampejo de inteligência astuta como a da mãe, jogaram cola superpotente na cadeira do escritório de Mikhael. E não fora a primeira vez: a beata poderia citar o que acontecera com o terno do leonino, que aparecera de "bunda manchada" em um evento, ou o açúcar trocado por sal nas prateleiras do ganancioso, Assim, mesmo tendo que estar ligada civilmente ao cafajeste, Maria Marta era relativamente feliz. Unia-se à esperteza e criatividade dos "anjos gêmeos", a aprovação de Eden na Universidade Federal da Bahia, no curso de Física. O mais gratificante era que as crises de Eden haviam diminuído significativamente. Isto, em partes, graças aos ajustes negociados por Ginevra com a universidade e às dicas dadas por Samantha, caloura do curso de Engenharia Civil.

Maria Marta fora retirada destes pensamentos pelo soar da campainha. Ela rezara, silenciosamente, para que não fosse Maytê, a mãe do demônio, inventando de visitar os netos uma semana antes do aniversário de 17 anos de Eden. O mais intrigante é que sua ex-madrasta raramente aparecia em terras soteropolitanas e parecia ter cortado drasticamente o contato com o filho caçula.

Sol em VirgemOnde histórias criam vida. Descubra agora