Sol em Virgem

Capítulo 29

CAPÍTULO 29

Simonetta estava aguardando uma bomba atômica para o seu aniversário, principalmente depois que Nathalia tinha aparecido em sua casa confessando saber a verdade sobre o seu caso com Gareth. Ela esperava uma bomba atômica, não a própria bomba de Hiroshima lhe pedindo em namoro. Mikhael, o pedófilo apoiado por seu pai, tinha obsessão por Simonetta desde que ela era criança. Talvez a ambição de se tornar dono da S.V. Comunicações sempre estivesse presente no leonino.

– Você está maluco, não está? – Respondeu Simonetta. – Não, você não está maluco. Está de brincadeira, só pode. E até você papai? Caiu na encenação desse homem sem escrúpulos. – Gritou Simonetta, virando-se agora para Luís Cláudio.

– Filha, eu acho que eu tenho que deixar de ser tão ciumento e permitir que você curta a sua vida de adolescente. – Defendeu-se Cláudio. – E o Mikhael gosta tanto de você... Achei que as brigas eram indicativos de algo a mais.

– O Mikhael gosta das verdinhas, não de lolitas! – Respondeu a jovem agressivamente. – E as brigas só provam que eu não gosto deste projeto de pedófilo. – Disse Simonetta, batendo os pés no chão e saindo da mansão de seu avô para o jardim.

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O primeiro impulso de Gareth fora bater na cara de Mikhael e passar um dia na cadeia de gente adulta. Se bem que Gareth prometera que nunca mais seria preso ou entraria em confusão... Porém, o jovem de 18 anos já estava metido em confusão ao se apaixonar pela neta de seu patrão. Essas reflexões fizeram Gareth controlar-se do segundo impulso, que foi a vontade de correr e abraçar Simonetta enquanto ela saía da sala. Quando o rapaz decidiu sair de fininho, para fazer companhia a amada, uma mão quente e misteriosa tocou-lhe o ombro. Não, não era Leônidas, pois este estava puxando o saco de Simão Garuzzo.

– Venha, você precisa me situar do que está acontecendo. – Disse-lhe a voz feminina em seus ouvidos.

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Os amigos encontraram-se, naquele momento, no jardim à procura de Simonetta. Stella não tinha intenção de assustar ninguém, apenas de proteger. Stella tinha radar para farejar acontecimentos ruins, principalmente quando eles eram em relação à sua melhor amiga. Mas, infelizmente, a ariana conseguira assustar seus amigos antes mesmo de protegê-los.

– Stella, o que você está fazendo aqui? – Perguntou Gareth, feliz por ter passado pelo teste cardíaco.

– Eu senti que algo estaria para ocorrer com a Simonetta. – Afirmou Stella.

Sim, Stella sabia que aquela aparição na mansão dos Garuzzi era perigosa, mas ela precisava fazer aquilo.

– Stella? Você está maluca? Eles podem te reconhecer. – Sussurrou Simona, saindo de trás da árvore. – Amor, ignore o Mikhael, por favor. – Continuou Simonetta, referindo-se agora a Gareth.

– Quem pode reconhecer a Stella e por quê? – Indagou Gareth.

– Deixa eu te explicar algo muito delicado, Gare: a Maytê é irmã da Virgo. – Revelou Simonetta.

– E falando da Virgo: eu senti a presença dela por esses arredores. – Contou Stella. – Cuidado Mona, muito cuidado!

– Será que ela quer sequestrar a Simona de novo? – Perguntou Gareth, sendo interrompido por um barulho vindo da mansão dos Garuzzi.

– Amor, se esconda, depressa! – Pediu Simonetta a Gareth, que entrou de jardim a dentro. 

Stella ficou relutante com o barulho vindo da mansão. E se fosse Mikhael, o que ela faria? Felizmente, o moreno que ela avistou de longe não era nem um pouco parecido com seu primo. Pouco depois, para alegria e palpitação do coração de Stella, apareceu o orgulhoso e todo cheio de si pai de Simonetta. Pelo menos era isso que ela dizia sobre o pai. Sim, ela escondera o fato que o pai era bem mais bonito do que ela tinha contado.

– Filha, fiquei preocupado. – Confessou Luís Cláudio. Em seguida, o historiador desviou o olhar para o lado e notou a presença de Stella. – Quem é essa moça bonita? Você nunca me falou dela. – Questionou o pai da aniversariante.

– Ágatha. – Respondeu Simonetta. – Professora de Filosofia colaboradora para pré-vestibulandos.

Simonetta ainda não sabia, mas ela havia mudado completamente o destino de Stella ao apresentá-la para seu pai como Ágatha, a professora de Filosofia.

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Mikhael não gostou de ser humilhado em público, principalmente pela mulher que haveria de ser sua esposa, nem que Mikhael tivesse que abrir as portas do inferno para que isso acontecesse.

– Você devia entender, Mikho, que a Simonetta simplesmente pode estar destinada para a Seita. – Opinou a mulher vestida de preto e cabelos brancos platinados, usando um véu igualmente negro.

– A senhora devia prever na sua bola de cristal que eu estou destinado a ser dono da S.V. Comunicações. – Respondeu Mikhael.

– Engana-se, meu querido sobrinho, se acha que posso ver tudo. – Confessou a mulher.

– De qualquer forma eu quero uma pequena vingança contra a Simona. Uma vingança dupla, que tal? Topa me ajudar, Virgo?

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Asia tentou de várias maneiras saber como Gareth estava, através de rituais ou de meditação na sua bola esotérica de cristal. Infelizmente, o sucesso tinha sido parcial e ela só conseguia saber que o coração do seu filho estava bem menos pesado do que na época em que partira de Vitória.

Talvez fossem os pensamentos excessivos em Gareth ou a resposta que ela tanto pedira à Deusa. Naquela madrugada do dia 30 de agosto, Asia visualizou uma grande floresta sendo tomada pelo fogo. Na liderança da comitiva mística estava Hécate e logo atrás dela uma adolescente, que aparentava ter entre 14 e 16 anos. As feiticeiras uniram sua voz em coro pedindo para que viesse chuva sobre aquela floresta. Quando finalmente conseguiram o almejado, a adolescente correu em direção a um jovem, que Asia identificou como sendo seu filho. Pedindo um abraço e tendo ele renegado, Gareth decidira entrar naquela floresta obscura. Perto da trilha escolhida por seu filho havia um rio de sangue. "Eu preciso seguir mãe, esse é o meu caminho", falou o com uma voz que se assimilhava a um trovão.

Asia despertou do sono desejando que seu filho nunca tivesse sido gerado em uma certa noite sangrenta.