Capítulo 45

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CAPÍTULO 45

Simonetta se arrependeria para sempre de ter insultado aquele motorista. Graças ao conhecimento prévio do motorista, o pai de seu filho, agora meio tio e sempre amor, tivera a parada cardiorrespiratória na porta do hospital. O mais estranho não era beijar Gareth naquele estado para ele parar de perder o fôlego e sim convencer a sua família que ela e Gareth formavam o casal do ano, 100% sem defeitos e livre para todos os públicos. O bom é que Gareth não sairia da sua vida tão fácil. O ruim era todo o resto.

– Minha Nossa Senhora Aparecida, Virgem Santa, bota essa na minha lista de pecados mortais e amores imortais, que eu mereço. – Rezou Simonetta, no instante em que Gareth foi levado para UTI pelos médicos de plantão.

– O que ele é teu? – Perguntou um socorrista.

Simonetta não pensou duas vezes antes de responder e ser chamada para dar detalhes do envenenamento.

– Ele é meu namorado. – Orgulhou-se Mona, apesar de tudo.

****

Nathalia planejava fazer uma revolução femista (e excluir os machos escrotos como seu pai da face da Terra). Sim, ela cansou de ser feminista e pregar igualdade entre os gêneros. Agora, para ela, o problema da humanidade se resolvia com a supremacia feminina. Homens não prestavam. Ela tinha provas e convicções disso.

– Você é vadia como a sua mãe. Não foi a primeira vez que ela me traiu. – Justificou-se Jonathan. – Você precisa ser adestrada, você tem consciência disso agora, não é?

– Ela está saindo com aquele amigo marginal do seu tio. – Confessou o covarde. – Mas você não é obrigada a ser uma puta rasteira como ela. Vou te ensinar a ser uma puta profissional. Vamos para a lição de hoje?

– Sim, papai. – Consentiu Nathalia, tirando a roupa conscientemente, pois era melhor fingir concórdia do que ser brutalmente estuprada.

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As previsões e sentimentos de Asia eram sempre certeiros, mas deviam ser precisos em relação ao seu filho, Gareth. O garoto havia acabado de descobrir que era filho de Simão Virgínio Garuzzo, o único amor de sua vida, e era óbvio que Gareth não iria abraçar o pai e reivindicar o um quarto que lhe cabe na herança. Apesar de o rapaz ter passado os últimos sete anos distante da mãe, ela se gabava de conhecer o filho parcialmente. Parcialmente porque ela nunca imaginou que a reação de Gareth fosse a tentativa de suicídio. "Ele tentou se matar", disse Leônidas ao telefone. "Os detalhes mais obscuros deixaremos para outra hora. Procure por Simonetta." O que poderia ser mais obscuro que os verdadeiros motivos que fizeram os pais de Gareth se separarem? E o nome Simonetta lhe era muito familiar e não é preciso explicar o por quê.

– Que bom que a senhora veio. – Disse uma moça baixinha, de cabelos castanhos curtos e vestido e sapatilha azul-marinho. – Te reconheci pelo vestido florido e pela flor no cabelo. Gareth te descreveu para mim. – Contou. – Eu queria te conhecer em outra ocasião, não nessa.

– Você é a Simonetta, certo? – Perguntou a bruxa. – Por que Gareth te falou sobre mim? De onde vocês se conhecem?

– Sim, eu sou a Simonetta. Sou namorada do seu filho e neta do Simão.

****

Helionora conseguira sair do papel de coadjuvante para a glória do papel de eventual mocinha para acabar como vilã imoral da história. Ela esperava que sua família não planejasse exilá-la, depois da sua contribuição fundamental para o romance de Gareth e Simonetta.

– Mãe, eu sou psicóloga! – Gritou Helionora. – Atração Sexual Genética acontece bem mais do que a senhora imagina.

– Claro que eu sei que acontece, mas os berros do seu irmão vão ser bem mais frequentes do que você imagina. – Defendeu-se Gina. – Digo, do seu irmão mais velho, agora que você tem um irmãozinho mais novo preferido.

Sol em VirgemOnde histórias criam vida. Descubra agora