Capítulo 1 - Pesadelo

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Está uma noite sombria de lua cheia, percebo que estou em uma rua vazia com as luzes dos postes piscando...
De repente estou sentado à mesa de uma casa velha, muito semelhante à casa dos meus pais quando eu era criança, como se um fenômeno paranormal tivesse me colocado aqui...
Olho ao redor, a cozinha está vazia em silêncio completo...
Do nada minha mãe entra sem olhar para os lados, noto que tem algo estranho em seu comportamento...
Ela mexe nas facas em cima da pia, parece querer cortar alguma coisa, quando me levanto para me aproximar ela me olha sorri, e faz uma expressão de dor, ela se curva para frente abraçando a barriga, e começa a cuspir o que parece ser sangue, quando volta seu olhar pra mim o sangue escorre pelo seu rosto, saindo dos seus olhos e pingando no chão...
Ela tenta dizer algo e aponta para um canto do cômodo, trêmulo viro mas eu não vejo nada...
Com medo, a única reação que tenho é sair correndo dali, sentindo as pernas bambas...
Quando me vejo já estou no meio da rua “Aquela rua sinistra" olhando pra todos os lados, estou sozinho...
De repente gritos, gritos e mais gritos vem de todos os lados me cercando...
Ajoelhei-me, tampei os ouvidos e transtornado gritei mandando pararem!!!

                       
                            Massimo:

- JÁ CHEGAAAAA...

Mais uma vez acordo assustado, com o coração querendo sair pela boca, e com o corpo todo tremendo, não aguento mais isso.
Já tem várias noites que não durmo direito, toda noite um pesadelo diferente, e todos terminam do mesmo jeito.
Levanto com a pele arrepiada, por conta do vento frio que entra através da janela, visto um roupão e desço até a cozinha sem nem olhar as horas, preciso acalmar meu coração que já está na garganta.
Abro a geladeira e pego uma garrafa com água de coco natural bem gelada, bebo direto no gargalo na pressa de conter minhas emoções...

- Massimo? Você está bem??? - Ouço a voz do meu irmão...

- O que faz acordado Domênico?

- Ouvi sua agitação! Eu sabia que provavelmente não conseguiria voltar a dormir, e desceria.

- Vou tomar algo forte, e aí quero ver se terei mais algum pesadelo. - Disse fitando meus pés...

- PORRE MASSIMO? - Ele eleva a voz. - São 02:30 da madrugada.

- Edai? Estou enlouquecendo irmão. - Eu falei mais alto. - Não aguento mais acordar de madrugada em um pulo assustado!

- Massimo. - Ele se aproxima com cautela, e toca meu ombro. - Suba, tome um banho bem quente, e tente relaxar.

- Não consigo, já tentei isso diversas noites, não fazem efeito, não quero ter que tomar calmantes e nenhum tipo de remédio, nem vem com esse assunto... - Digo virando a cara, e fechando a geladeira com um pouco de raiva. - Irmão por favor, me deixe sozinho bebendo, e amanhã vai me ver desmaiado e roncando na cama. - Olho pra ele derrotado e com cara de piedade…

Depois de um longo suspiro, ele me olha sabendo que não poderá fazer nada.

- Está bem massimo, só não cometa nenhuma loucura ok? Vou alertar os seguranças para que fiquem de olho e mandar que prestem total atenção em qualquer mínimo barulho dentro de casa. - Seu tom é de repreensão.

- Obrigado - O agradeço olhando nos seus olhos - Boa Noite irmão.

- Boa Noite Massimo. - Ele vira as costas, e sai em direção a escada.

Fiz o que prometi a Doménico, fui pro bar que tenho num canto da sala, peguei uma garrafa de tequila e outra de whisky, revezando entre as duas. Normalmente eu não bebo desse jeito, mas era mesmo uma emergência.
Vi o dia amanhecendo, poderia me jogar ali no sofá, mas não seria apropriado para o chefe da máfia, caso alguém visse meu estado. 

Subi os degraus  cambaleando, mal conseguia parar em pé, por um milagre consegui abrir a porta do quarto, joguei os chinelos de qualquer jeito em um canto e caí na cama de barriga para baixo, apagando geral!

Fui acordado com batidas firmes na porta, meu irmão, me chamava para o almoço, já eram 14:00 horas da tarde, e eu estava faminto.
Tomei um banho rápido, vesti uma bermuda leve e uma regata, encarei meu reflexo na frente do espelho me achando razoável, desci para a sala de jantar mas acabei almoçando sozinho, pois Doménico já havia terminado a refeição e foi para a praia, eu preferi ficar e tentar descansar um pouco mais, já que não tinha nada programado para aquela tarde.
Me joguei no sofá e assisti a um jogo de futebol, e quando acabou fui beliscar algo na cozinha.

Meu irmão chegou com os cabelos molhados assim que o sol se pôs, me chamou para jantar, mas preferi subir sentindo o corpo pesado, me joguei na cama procurando relaxar para dormir e logo o sono veio!

Are you lost Baby Girl? (Parte 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora