Are you lost Baby Girl? (Parte 1)

Capítulo 98 - Colando os cacos

Laura:

Empurrei as lembranças ruins para um canto da minha mente, e saltei do carro quando paramos...
De longe já escutei os latidos de Prada, que logo veio correndo na minha direção e peguei a bolinha de pelos no colo, que lambeu meu rosto inteiro...
Olga surgiu eufórica e chorosa na porta, e fez o mesmo que meu cachorro correndo para mim...
Seus braços me envolveram e da sua boca saia varias perguntas, mas eu não queria ter que responder nenhuma delas, pelo menos por agora, estava bem no abraço duplo que ela e Ayla me davam...
Ao olhar em volta, notei que os homens haviam se afastado, nos deixado sozinhas...
Subi para o quarto, Olga preparou um delicioso banho de banheira repleto de sais para que eu pudesse relaxar até a chegada do médico, que queria conversar e analisar meus hematomas...
Estava com saudades das minhas roupas, mas confesso que as camisolas perderam seu brilho para mim, então vesti as peças íntimas e um roupão, corri para debaixo das cobertas e pude soltar meu peso corporal no colchão macio...
Não consegui falar nada com ninguém até agora, o trauma foi tão grande que ficou preso aqui dentro, e queria muito evitar a dor desse assunto...
Meu corpo parecia pesar uma tonelada após o banho, e deixei ser tomada pelo sono...
Mal abro os olhos na manhã seguinte e alguém bate na porta, me ajeito rapidamente tendo a certeza de que meu corpo está coberto...

- Entre... - Digo e o doutor entra...

- Bom dia senhora Torricelli, como se sente? - O homem de cabelos grisalhos questiona com cuidado...

- Estou bem... - Respondo sem olhar para ele...

- Não fique acoada eu não vou te machucar, se está sentindo qualquer coisa eu preciso saber... - Ele se aproximou e se sentou na beirada da cama. - Estique os braços para mim, por favor... - Assim fiz, ele analisou cada marca... - Deixe-me ver seu rosto... - Contra minha vontade, levantei a cabeça, ele moveu de leve meu queixo pra direita e para esquerda... - Tem se alimentado?

- Pouco. - Digo baixo, ele retira o estetoscópio do pescoço, e pede licença para ouvir meus batimentos cardíacos...

- Sentiu ou vem sentindo alguma coisa que não fazia parte do seu dia a dia?

- Algumas vezes senti tontura, especificamente quando não comia nada, um pouco de dores de cabeça e bastante náusea...

- Ãn... - Na hora que ele ia explicar, a porta se abriu e Massimo entrou e se encostou na parede, de braços cruzados...

- Então? - Perguntou...

- É preocupante senhor, ela está abaixo do peso, com arritmia cardíaca e mais alguns sintomas, não tenho como dar um diagnóstico agora, apenas com exames mais específicos... - Massimo olha para mim preocupado... - É melhor que seja o mais rápido possível...

Eu poderia pedir a ele que Olga me acompanhasse, mas sei que Massimo não abrirá mão de conferir minha saúde pessoalmente...

- Nós iremos... - Ele responde...

- Ok, vou na frente para preparar tudo pra sua chegada senhora Torricelli... - O senhor acenou com a cabeça, e saiu...

- Preciso me trocar... - Falei...

- Quer que eu chame alguém? - Pergunta calmo...

- Não precisa, eu já desço... - Massimo me olhou novamente antes de sair...

Troquei-me rapidamente, e me sentei no banco de trás do carro com meu marido ao meu lado...
O caminho foi silêncioso e estranho, eramos dois desconhecidos dividindo o mesmo veículo...
Já estava insuportável, então resolvi cortar o silêncio...