Talvez Desconhecidos

Capítulo 2

                                 Capítulo 2

                                       Chuck

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      Nariz empinado.
Gretta versão 2.0.
Quem caralhos é aquela garota? E por que deixei que ela saísse por cima, com aquela merda de sorrisinho no rosto? Nate ao meu lado ainda ri, mesmo já tendo se passado bons 10 minutos, desde que esbarrei na droga da garota sem querer. E pela primeira vez foi mesmo sem querer e não um pretexto para iniciar uma conversa com alguma garota. Estava distraído conversando com Nate sobre o próximo jogo da liga e não a percebi andando quase que colada à porra da parede. Quem caralhos anda grudada na parede? Aposto que ela está aprontando uma. No entanto, pouco me interessa, apesar de ter achado ela gostosa, ela não é do meu tipo. Sou mais as que escutam e não retrucam. Entramos na fraternidade e escuto um barulho vindo da sala. Faz tempo que esse cômodo não é mais usado. Me dirijo até lá e encontro com Gibson jogando. Me jogo no sofá ao seu lado e Nate faz o mesmo, ainda rindo. Infeliz. Levo alguns instantes para perceber que a chata da Gretta não está aqui, graças aos céus. Desde que ela e Gibson começaram a namorar, o cara não vive mais sem estar grudado nela. Não demora muito para que o quarterback olhe para Nate ainda rindo feito um doente e una de leve as sobrancelhas expressando dúvida, antes da sua atenção se transferir para mim.

— Por que ele tá rindo assim? — sua pergunta soa séria por algum motivo.

— Sei lá, porra — minto e pego o outro controle sobre a mesinha de centro, nem preciso perguntar se ele quer jogar em dupla, já que Gibson no mesmo segundo configura o jogo para que eu entre também.

— Mentiroso! — Nate alega e o envio um olhar matadouro, mas o filho da mãe ignora meu aviso silencioso e transfere sua atenção para Gibson rindo — Ele foi tirar onda com a cara de uma garota no prédio de humanas e ela pisou nele igual chiclete — Nate se pronuncia devagar como sempre no tempo dele e Gibson adota um sorrisinho sarcástico voltando a atenção para mim.

— Hum, mesmo? — sua pergunta soa claramente tirando onda da minha cara.

— Vão se foder porra! Eu deixei ela sair por cima — me defendo e agora tenho dois "amigos" rindo da minha cara.

— Hum, mesmo? — Gregory repete sua pergunta tentando parar de rir e eu respiro fundo, passando minha atenção para tv.

— Vamos jogar ou não essa porra de jogo, porra? — começo a escolher meu avatar e ao meu lado os dois idiotas continuam a rir.

Chupadores de rola, quando Gregory obedecia tudo que aquela chata da garota dele mandava, ninguém ria da porra da cara dele. Então por que caralhos estão rindo da minha? Só porque não quis ferir o sentimento de uma qualquer? Vão se foder. Por alguma merda de motivo, Gibson pede para Nate lhe contar com detalhes o que exatamente aconteceu e quando o único loiro entre nós começa a abrir a merda da boca; sinto vontade de socar seu rosto até ele desaprender a falar. Os detalhes só servem para que Gibson tenha mais motivo para rir e o por que? Não faço ideia. Thomas logo aparece na sala com uma expressão confusa ao encontrar com dois terços de nós rindo.

— O que é tão engraçado? — Thomas questiona revezando olhar entre nós três e Nate repete tudo o que aconteceu, como a merda de um gravador emperrado para o último integrante da casa, que acabará de chegar, enquanto Gibson continua rindo. Ótimo, por que não publicam essa merda no jornal também?

— Querem foto dela também porra? — pergunto deixando claro não estar gostando dessa merda toda e todos os três me encaram.

— Se tiver, será mais fácil imaginar a cena — Thomas comenta sorrindo e tenho que respirar fundo — Ah cara, Chuck sendo calado? Sem ser a garota do Gibson? Isso tinha que ser filmado — assim que o mais velho entre nós termina de falar suas merdas; Gibson solta o controle em suas pernas rindo brevemente.

— Pega leve consigo mesmo, Chuck — Gregory passa seu braço no meu ombro — Uma hora a garota certa iria bater na sua portinha também — as palavras dele me fazem fazer uma careta e afasto seu braço de mim.

— Nem fudendo, porra — rosno e todos caem na risada de novo.

Mas que droga! Tem a merda de uma piroca desenhada na minha testa e não estou sabendo? Por que caralhos eles estão rindo a cada "A" que pronuncio? Então lembro que esses bastardos não estão rindo de mim, não diretamente, estão rindo porque uma garota que nunca ninguém viu antes, saiu por cima de um bate boca comigo. Bastardos de merda. Me levanto e jogo o controle no sofá.

— Desisto de vocês, porra — resmungo sem saco para aturar três à me encher o saco, só porque não tive vontade de contradizer aquela que anda praticamente colada à parede.

— Já vai? Eu e Thomas íamos te dar dicas de onde levar ela para um primeiro encontro — Gibson ironiza e o acerto um soco no estômago, o que o faz se encolher de leve, me xingar e rir tudo ao mesmo tempo.

— Já deu dessa merda, vocês sabem que vou morrer solteiro ou não me chamo Chuck — pronuncio o mais sério que consigo e encaro a cara de cada bastardo.

Porra faz tempo que não nos juntamos todos nessa sala. Principalmente depois que dois de nós começaram a namorar e ao invés de aproveitarmos esse precioso acontecimento; eles ficam falando essas merdas...

— Concordo com Chuck... — Thomas me surpreende ao me apoiar — Ela seria boa demais para ele — claro que seu complemento faz Nate e Gregory começarem a rir novamente e eu começo a pensar se acerto um soco em seu rosto ou no seu pau.

Antes que eu conseguisse uma resposta; desisto da ideia, porque Gregory aceita brincadeiras envolvendo golpes, Thomas já nem tanto e o cara é a droga da "mãe" da casa, ter ele com o cu virado para mim não será nada bom, então apenas respiro fundo e deixo a sala ao coral dos três dizendo; "Fica mais um pouco". Os ignoro e subo para meu quarto. Porra de onde tiraram que só porque não disse nada para aquela garota, que vamos namorar? Só de pensar nessa porra de palavra já fico enjoado. Com certeza eles estão sob efeito de alguma bala, os três. Até porque é mais fácil um meteoro acabar com a terra novamente, do que eu me comprometer com alguém que não seja o velho do treinador. Pensar na palavra "velho" me faz respirar fundo, subitamente me lembrando da garota com cabelos pretos um pouco acima dos ombros, dizendo aquelas coisas que geralmente nenhuma garota do campus diz por ser "princesinha" demais. Acabo me deixando rir ao lembrar das suas últimas palavras; "Eu espero de coração que não". Pois saiba Princesa da boca suja, que eu espero de coração que a gente se encontre novamente. Não gosto de não saber o nome que pertence aquele rostinho cheio de respostas na ponta da língua.

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