Talvez Desconhecidos

Capítulo 81

Capítulo 81

      Brooke

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

   Posso jurar que ainda tem tinta no meu cabelo — talvez até nos meus dentes e em lugares que são melhores não serem citados —  mas isso é definitivamente algo que não é a minha preocupação agora, porquê todo e qualquer pensamento que consigo chegar é que deveria ter ido dormir mais cedo. Ainda mais se contar que hoje é o meu primeiro dia como babá... Entretanto não podia dizer; "não" a noite que tivemos. Quando o mimado perguntou, depois daquilo que fizemos no chão do seu quarto; se eu queria comer fora, não pensei duas vezes antes de aceitar e eu sequer sabia para onde estava aceitando ser levada. Poderíamos estar indo em algum restaurante que servia carne humana e eu não notaria a diferença. Estava morta de fome. No fim, Chuck estacionou seu carro na frente de uma pizzaria e mergulhamos em um rodízio de massas. A noite de ontem, com toda certeza terá um lugar especial no meu mais novo álbum de memórias, denominado carinhosamente por mim mesma de; "Noites Aproveitadas", afinal, ontem foi nossa primeira noite sem que parte de mim achasse que era errado estar com Chuck. Que era errado estar perdendo uma noite de sono. Um sorriso pervertido e que — quero deixar claro — nunca tive antes, surge em meus lábios, ao me lembrar do sexo no banheiro da pizzaria que fizemos. Não foi algo majestoso, mas foi pura adrenalina, já que a qualquer momento alguém poderia entrar e pegar Chuck metendo em mim, feito um animal. Assim que chegamos na fraternidade, subimos para o quarto e no mesmo segundo em que tirei meu sutiã; Chuck jogou para longe sua cueca. Foi uma ótima noite. No entanto, agora não é lá a melhor manhã possível. Minha careta para o despertador barulhento, é a prova disso. Fomos dormir por volta das 4 e os números que se exibem na pequena tela do despertador, dizem que não dormir nem mesmo 2 horas. Estico o braço e desligo o aparelho escandaloso. Me viro e forço meu corpo a me obedecer. Consigo me sentar, encostando as costas na cabeceira da cama e meus olhos são atraídos para Chuck, apagado ao meu lado, totalmente nu, assim como eu. Penso em acompanha-lo, fingir que não escutei o despertador tocar e voltar a mergulhar na terra dos sonhos, mas meu lado consciente fala mais alto.

        Arrasto meu corpo para fora da cama e por mais cansada que eu esteja, é impossível não sorrir no segundo em que me deparo com as manchas de tinta no chão do quarto de Chuck. Esse carpete definitivamente nunca mais vai ser o mesmo, assim como eu também não.

       Até tento me lembrar em quais das gavetas ficavam as toalhas, mas desisto de forçar meu cérebro cansado e começo a abrir algumas gavetas, até encontrar a com as toalhas. Retiro uma e me viro, fechando a gaveta com a bunda. Abraçando a toalha macia, perambulo como um zumbi, até o guarda roupa e procuro por qualquer peça de roupa, que cubra minha bunda e meus peitos. Depois de pegar um conjunto íntimo; deixo o quarto. Mentalmente peço para que ninguém esteja acordado nesse horário. Consigo chegar ao banheiro sem desmaiar de sono no caminho e fecho a porta do cômodo. Então, percebo encarando meu reflexo no espelho, que ainda estou nua. Que gafe, Brooke. Sorte que não havia ninguém acordado. Deixo minhas coisas sobre a pia e entro no box, ligando o jato de água quentinha, que me lembro da festa a fantasia. As gotas massageiam meu corpo e acabo deixando que meus olhos se fechem, só para descansarem por alguns segundos. Acordo com meu corpo sendo projetado para o vácuo à minha frente. Se não houvesse o box para que eu me segurasse, provavelmente agora estaria com a boca ou a testa cortada, por ter encontrado com o vaso sanitário. Respiro fundo e esfrego meus olhos repetidas vezes para afastar de vez o sono. Molho meu rosto e início meu banho.

                                          *

         Termino de me arrumar e já me sinto mais desperta. Em frente ao espelho acima da pia, passo as mãos em meus cabelos, que já cresceram um pouco desde a última vez que os cortei. Assim que os fios molhados ficam apresentáveis, faço o truque que vi Chuck fazendo naquele dia para abrir a porta emperrada desse banheiro e quando consigo, comemoro internamente. Abandono o cômodo e no corredor, vejo Gretta deixando um dos quartos, usando um suéter muito maior que ela. A garota me percebe e sorri. Seus cabelos bagunçados, apontam que eu e Chuck não fomos os únicos que nos divertimos ontem à noite.