Capítulo 36

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Capítulo 36

Brooke

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      Dizer que Chuck Riston fez seu carro voar, após deixar o estacionamento do supermercado é fichinha. O carro estava numa velocidade tão alta, que tenho quase certeza que o mimado ultrapassou dois sinais vermelhos. E algo me diz que o motivo para sua rajada na estrada, tem haver com o que eu disse no estacionamento para provocar o segurança. Afinal quem o cara pensava que era, para insinuar que estávamos transando no estacionamento de um supermercado? Olhando para Chuck concentrado na estrada ao mesmo tempo que me faz sentir vontade de rir, sinto uma vontade imensa de gritar. Sim, gritar porquê esse cara vem me perturbando a quase duas semanas e mesmo assim, sempre me pergunto se irei encontrar com todo o seu "eu" no fim do turno na lanchonete, todas as noites. O que é em particular, fodido pra caramba, já que não posso, simplesmente não devo ter distrações do meu objetivo que é; me formar, receber o meu diploma e ponto final. Não há novos parágrafos com Chuck, bebidas, festas e sexo casuais envolvidos. Não tenho tempo para isso. Pensar nisso, acaba me fazendo perceber que o mimado não está seguindo o caminho que leva até o meu apartamento, o que me faz unir as sobrancelhas e olhá-lo novamente.

— Você já passou da minha entrada, Mimado — o informo levemente séria e Chuck não desvia atenção da estrada à sua frente.

— Não vamos para o seu apartamento, Princesa — sua informação soa como se fizéssemos sempre esse desvio e isso me leva de volta ao que disse no estacionamento, droga... Chuck realmente acha que vamos transar no seu colchão.

Respiro fundo e me mexo no banco, a fim de olhá-lo nos olhos, mesmo que eles estejam mirados para estrada.

— É, olha, aquilo que eu disse para o segurança, sobre nós irmos pra cama não é... — sou interrompida no meio da frase.

— ... Verdade, é eu sei Princesa, é a porra de uma injustiça, mas eu sei — Chuck bufa sua "frustração" e da de ombros logo em seguida.

— Injustiça sério? Vamos começar com essa droga de novo? — não unir as sobrancelhas não está ao meu alcance.
— Não nesse sentido aí... Quer dizer, também porra, mas estou me referindo a você me provocar... — por algum motivo, sua justificativa me faz adotar um sorriso bobo no rosto; então eu consegui provocá-lo — Falando nisso, melhor parar, não sou de deixar só as pessoas brincarem, não fico parado assistindo Princesa, se há alguém brincando eu vou brincar também — seus olhos se desgrudam por um segundo da estrada, a fim de encontrarem os meus e no instante em que nos fitamos, sinto meu pulmão perder o ar, com a forma como Chuck está me encarando nesse segundo — E algo me diz que você não vai querer entrar em uma brincadeira de provocações comigo — seu aviso me faz respirar fundo fortemente, buscando recuperar o controle.

— Por que não? Acha que tenho medo de você, Riston? Faça um favor a si mesmo e abaixe a sua bola — espremo meus olhos para o mimado ao meu lado e Chuck solta uma breve risada rouca, que faz meu coração bater em um ritmo mais rápido.

— Ah Princesa... Eu não acho, eu tenho certeza, porquê se não tivesse já teria entrado na brincadeira comigo há muito tempo — Chuck transfere sua atenção para mim novamente e acabo me perdendo dentro dos seus olhos.

*

As palavras de Chuck ainda rodeiam minha mente dopada por puro tesão e minha única opção é juntar bem minhas coxas uma na outra, a fim de controlar a reação do meu corpo à droga das suas palavras. Começo a brincar com os fiapos soltos da luva velha na minha mão, para tentar fingir estar tão indiferente, quanto o mimado ao meu lado se demonstra. Devo ser uma puta louca em querer agarrar Chuck Riston, mesmo tudo nele gritando bem alto a palavra; "PROBLEMA". Agradeço uma, duas, quatrocentas vezes por meu lado racional ser mil vezes mais pé no chão, que o meu emocional, já que se fosse pelo segundo, esse filho da mãe já teria me feito montar em Chuck para concretizar o que o segurança havia dito. Me sinto cansada, no entanto a curiosidade me impede de mandar Riston parar o carro. Subo olhar novamente para a estrada, tentando reconhecer onde estamos, mas... A quem quero enganar? Nunca turristei por New Heaven. Desde que cheguei aqui, para a bolsa de estudos em Uepplen, meu dia a dia sempre é; lanchonete, apartamento, campus e lanchonete. Não há tempo para vaguear por aí buscando parques ou visitando a praia.

— Aonde estamos indo? — decido cortar o silêncio, que se instalou há um bom tempo atrás, pelo simples fato de que eu estava prestes à avançar em Chuck.

— Em um lugar — sua resposta soa despreocupada, mesmo ele estando me levando sem autorização à seja lá onde estamos indo.

— Jura, Sherlock? — espremo os olhos e sarcasmo é nítido na minha voz.
— Me deixa fazer a porra da surpresa? Obrigado — Chuck bufa e sua justificativa me faz rir sem humor.

— Você é tão cavalheiro — tento imitar a voz de uma daminha apaixonada pelo duque em algum filme qualquer e levo uma mão até meu peito, para enfatizar a provocação.

— É eu sei, um em um milhão — Chuck sorri seu sorrisinho de lado e não aguento, acabo caindo na risada.

  Claro, um em um milhão. Dentro de 15 minutos comigo o enchendo o saco, como uma criança enche o saco da mãe para que ela compre qualquer doce; finalmente o cara estaciona o carro. Minhas sobrancelhas se unem de leve e corro olhar no arredor. Chuck abre a porta do carro e diz um; "Vamos".

— É, não, obrigada — o respondo rindo com o nariz, sem sentir uma pitada de graça.

— Como assim, porra? — seu "porra" confuso se faz presente, assim como seu semblante.

— N-ã-o o-b-r-i-g-a-d-o... — o provoco pronunciando letra por letra, do que havia dito antes e desvio minha atenção de onde estávamos, para seu rosto — Não vou deixar o carro para ir com você sozinha em uma floresta e se você estiver com um facão no bolso e me esquartejar? Não obrigado, se for fazer isso, faça logo aqui mesmo, pelo menos morrerei confortável e de brinde sujarei seu carro todinho de sangue — consigo pronunciar tudo que tinha para lhe dizer sem que o mimado me interrompa e quando finalizo; meus ombros sobem e descem.

Os olhos amendoados de Chuck passeiam meu rosto e lentamente seu sorrisinho diabólico de lado, que mexe com a droga do meu emocional; surge em seus lábios. O mimado coloca as mãos nos bolsos da sua calça e os puxa para fora, revelando os mesmos vazios.

— Estou limpo, Princesa, agora vamos — Chuck não me dá a chance de lhe dizer algo.

O filho da mãe simplesmente fecha a porta do carro e começa a se afastar do automóvel. O observo se distanciar, ainda sentada confortavelmente no bando do seu carro. Olho ao redor do local simplesmente vazio e respiro fundo. Penso em como eu poderia já estar dormindo, se estivesse no meu sofá e bufo saindo do carro. Com uma certa pressa, começo a adentrar o meio das árvores sinistras, seguindo o caminho que Chuck havia feito. Que saco, espero que Riston não tente mesmo me esquartejar no meio do nada, porquê se o mimado fizer isso, juro que irei voltar do mundo dos mortos, só para puxar seu pé... Não, na verdade, voltarei só para puxar suas bolas, até que elas se assemelhem à bolas murchas e caídas de velhos.

Talvez DesconhecidosOnde histórias criam vida. Descubra agora