Capítulo 10
Chuck
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Passo uma blusa qualquer sobre a cabeça e me viro para encarar Brooke de braços cruzados, ainda dentro daquele uniforme ridículo, me encarando. Gretta resolveu parar de agir feito uma histérica há alguns minutos atrás e o silêncio sem sua merda de voz é satisfatório.
— O que foi, porra? — pergunto por Brooke estar apenas me encarando e não falando nada.
— Você sabe se comunicar sem envolver algum palavrão no mei... — Brooke se impede de terminar a sua pergunta e nega com a cabeça — Não, não quero saber, o que eu realmente quero saber; é por que caralhos você me puxou para dentro desse quarto de novo? — sua da vez pergunta soa cansada e começo a me questionar se fiz merda em trazê-la pra cá.
— Para você descansar — a respondo reprimindo o "porra" que minha língua quase deixa escapar no fim da frase.
— No seu quarto? Melhor não — Brooke olha ao redor, mas logo seus olhos negros estão nos meus novamente — Olha Chuck, não tenho nada contra você... — Brooke espreme de leve seus olhos — A não ser o fato de sempre que você abre sua boca; sinto uma imensa vontade de te acertar um soco — seus ombros sobem e descem descontraídos e acabo sorrindo de lado — E também não tenho nada a favor, eu só não sou de ter amizades, sou a típica "loba solitária" da matilha — Brooke faz as aspas com seus dedos no ar — E não ligo de sempre estar sozinha, até gosto porque aí não tenho distrações do que preciso fazer — suspiramos juntos — Então, vamos fingir que nunca nos falamos antes beleza? — sua pergunta soa claramente contrária e minhas sobrancelhas se unem de leve — O que? Precisa que eu repita tudo com um "porra" no fim para entender? — a morena finge estar preocupada e leva uma mão até seu peito, para enfatizar seu sarcasmo nítido.
— Vá se foder, Princesa — sorriu de lado e Brooke ri com o nariz, pela primeira vez de verdade.
— Ufa, pensei que seu pau tinha entrado na sua bunda e você não estava mais conseguindo falar — apesar de tentar ficar sério, acabo rindo com essa sua merda de piada suja.
Dentre todas as milhares de garotas com quem já fiquei na vida, nunca, nunca mesmo, encontrei uma que pensasse e exclusivamente falasse as merdas sujas que Brooke fala, sem ter medo do que eu possa achar. E acho que é essa sua personalidade que está me deixando intrigado, porque é exatamente a mesma personalidade que eu tenho.
— O que? Acha que te quero aqui? Não... — minto e tento não transparecer isso, porque por alguma razão, pela primeira vez realmente não quero que uma garota saia do meu quarto, depois de acordar na manhã seguinte — Só está claro que não vale a pena você voltar para seu apartamento e assim que chegar lá retornar para cá, não tendo tempo nem para descansar — tento amenizar minha fixação repentina em Brooke e a morena respira fundo.
— Faz sentido — seu sussurro soa claramente involuntário e aquilo me faz sorrir.
Me aproximo dela, pegando a camisa na beirada do colchão e estendo o braço até o tecido prensar em seu seio direito.
— Fique a vontade, Princesa — utilizo minha voz lenta, que geralmente todas as garotas gostam quando faço e os olhos de Brooke presos nos meus, indicam que está funcionando.
Sorriu de lado e meu polegar começa a ir de um lado para o outro contornando seu seio sobre o tecido da blusa que estou lhe emprestando. Brooke desce seus olhos para minha carícia e ri com o nariz baixinho, tão baixinho que não consigo identificar se foi uma risada forçada, ou não. No entanto, o que a morena faz deixa bem claro; Brooke em um movimento rápido segura meu pulso que estava à centímetros do seu peito e como a porra de uma espiã de filme; se vira ficando atrás de mim, levando meu pulso junto. Meu braço torcido reclama e tento me soltar do seu golpe, ou seja lá o que seja isso, mas não consigo.
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Talvez Desconhecidos
Romance🏆 VENCEDOR DO THE WATTYS 2021, NA CATEGORIA NEW ADULT🏆 Brooke Westton sempre teve a vida corrida e cronometrada como um mero robô. As manhãs ela trabalha, as tardes assiste as aulas de sua faculdade e de noite retorna à lanchonete onde trabalha de...