Talvez Desconhecidos

Capítulo 19

                                 Capítulo 19

                                     Brooke 

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      Chuck bem me avisou. Sinto a energia de todas as bebidas em que viramos jogando beer pong explodirem, enquanto correm por cada veia bonitinha em que tenho debaixo da minha pele e juro que posso me jogar do segundo andar e não irei quebrar um osso sequer. Chuck acerta a bolinha no último copo da nossa equipe adversária e comemoramos com um high five sorrindo, como se tivéssemos ganhado um carro. Se bem que acho que Chuck não sorriria tanto assim por ganhar — mais um — carro, já que ele já tem um, então; sorrimos como se eu tivesse conseguido um carro e ele uma rapidinha com a Kim Kardashian. O seu amigo — que descobri se chamar Gregório? Greg? Ou algo semelhante, ao decorrer das partidas — pergunta se enfrentaríamos outra rodada. Acabamos de encerrar a terceira. Confesso que me surpreendi um pouco ao ver a loira junto com Gregório. Sei bem que galinhas mimados dividem garotas, mas sei lá, ela pareceu "ligar" muito para ele para estar com outro.

— Já chega porra — Chuck o responde rindo e joga o cabelo suado para trás, o bagunçando.

Fico hipnotizada com como sexy esse mimado pode ser com o cabelo bagunçado e quando seus olhos encontram com os meus; o envio um sorrisinho chapadona. Nem penso a respeito, meu coração apenas manda e eu obedeço. Chuck ri aquela risada rouca e acabo rindo também sem sequer saber do que se trata nossa alegria repentina. Aqui está abafado, muita gente, pouco espaço. Levo minha mão até a testa e limpo as partículas de suor ali presentes. Esse calor está me fazendo desidratar pelos poros.

— Ia perguntar se você quer algo para beber, mas aposto que sede é a última coisa que está sentindo nesse momento — Chuck se aproxima e sorri de lado, ao sugerir seu cavalheirismo fajuto.

— Na verdade queria um banho — comento rindo sem ter um porquê plausível e começo a me abanar — Aqui está calor dema... — tento pronunciar minha justificativa, mas sou empurrada.

  Não um simples empurrão, foi o empurrão. Me seguro no peitoril de Chuck, a fim de não beijar o chão e minhas sobrancelhas se unem. Suas mãos grandes param nos meus ante-braços e Chuck pergunta se estou bem. Não o respondo e me viro para encarar o cara que havia me empurrado, o mesmo que tem muito mais do que 1,62 — que é a minha altura — e tenho certeza que seus músculos embaixo daquela fantasia ridícula de espantalho, são maiores que a minha cabeça, no entanto não abaixo a cabeça.

— Não me viu imbecil? — rosno em cima da música e ele, que estava tentando passar para o outro lado da sala; se vira e me encara unindo as sobrancelhas.

— Foi mal gostosa, está falando comigo? — o imbecil pergunta e me faz rir sem humor.

— Não, estou falando com o seu pau! Que é tão pequeno quanto sua percepção de espaço, pelo jeito! — algumas pessoas começam a transferir suas devidas atenções para nós e o cara une mais ainda as sobrancelhas.

— Melhor tomar cuidado com o que fala, gostosa — ele ameaça? Sugere? E tem a ousadia de correr seu olhar no meu corpo.

    Péssima escolha de resposta, querido. Ignoro Chuck chamando por meu nome e vou até ele, ficando frente a frente do cara. Seus olhos me acompanham e um sorrisinho feio pra caramba brota em seus lábios. Forço um sorriso amargo e seguro na gola da sua camisa de flanela, o fazendo abaixar um pouco. Quando meus lábios estão perto o suficiente da sua orelha, sussurro na voz mais doce que consigo; "Melhor você tomar cuidado com o que faz". No segundo em que termino de pronunciar o aviso, subo meu joelho com toda a força que conseguia, o acertando diretamente e perfeitamente; no saco. O cara se encolhe gemendo de dor e as pessoas ao redor começam a gargalhar, como se aquilo tivesse mesmo graça.