Capítulo 54

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                                 Capítulo 54

                                       Chuck

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        Procuro por Brooke na saída do prédio de artes, desejando desesperadamente que ela me ajude a tranquilizar. Mesmo que isso signifique ter que escutar as porras das suas provocações, mas não a encontro dentre a maré de cabeças. E isso só faz com que eu fique com mais raiva ainda. Sério!? Eu a dou um dos melhores orgasmos da vida controlada e regrada dela, para ela se esconder? Porra. A procuro uma última vez e quando não a encontro, bufo retornando à fraternidade, empurrando diversas pessoas que não abriam a porra do caminho.

                                         *

     Recebo a bola e corro em direção à linha de marcação. Dois jogadores aparecem me bloqueando e começo a olhar ao redor do gramado, procurando por um par de mãos livre. Encontro e arremesso com força a bola para um dos nossos Offensive Tackle*. O calouro pega a bola e começa a cruzar o campo, a tempo de driblar dois outros jogadores. Respiro fundo e observo só uns instantes o jogo rolar, antes de voltar a atuar no gramado. Treinamos duas longas partidas e talvez, só talvez mesmo, eu tenha conseguido desestressar. Logo o velho treinador apita seu apito, encerrando a última partida. O mesmo nos manda treinar em duplas antes de nos dispensar e antes que eu consiga tirar meu capacete; Gibson segura minha blusa, me puxando para uma certa parte do gramado.

— Ei, porra! — rosno, não gostando da delicadeza. Se esse bastardo alargar minha blusa, vou ficar muito puto.

— Qual o seu problema? — Gibson pergunta, assim que para de me puxar e tira seu capacete, me encarando com raiva.

      Retiro meu capacete também e uno as sobrancelhas, o encarando. Tento me lembrar se irritei sua preciosa namorada, mas não me vem nada à mente. Faz tempo que eu e a garota do Gibson não batemos boca e com esse pensamento, fico sem entender porra nenhuma.

— De que porra você está falando? — o respondo com outra pergunta e bagunço meu cabelo molhado de suor.

— Você pegando a Eva cara! Você sabia que ela era do Thomas! — Gibson me responde como se fosse óbvio e automaticamente faço uma careta.

— Porra, que eu saiba nenhuma garota tem etiqueta dizendo que é de tal pessoa, mas foda-se, eu não transei com aquela garota, por que caralhos vocês achariam mesmo que fiz isso? — aperto a grade do meu capacete, tentando manter a calma. Ficar puto com dois dos caras que dividem a mesma fraternidade que eu não é algo muito sábio.

— Não sei, droga Chuck, ainda me lembro de você convidando Gretta para um ménage! Mesmo sabendo que eu... — Gibson tenta argumentar, mas o impeço.

— Que você estava de quatro por ela? É eu sei, o único problema é que era uma brincadeira, porra! Não faria isso com vocês, não sou tão baixo — rosno já perdendo o pouco de paciência que me resta.

— Então você não ficou com a ex do Thomas? — uma de suas sobrancelhas se ergue e seu tom de voz soa mais "normal" que antes.

— Porra, óbvio que eu não fiquei, está louco? Esqueceu que não é só você que não gosta dela? — questiono também tentando voltar ao tom normal de voz.

— Eu nunca disse que não gost... Tá, às vezes eu dizia — Gibson tenta argumentar contra, mas no segundo em que solto uma risada com o nariz; o bastardo volta atrás.

— Sempre — o relembro e ele suspira sabendo que estou com a razão.

— Merda, então por que você confirmou quando Nate te perguntou? — Gibson me ignora e questiona, voltando a ficar sério, o que me faz fazer uma careta, tentando entender o que ele quis dizer.

Talvez DesconhecidosOnde histórias criam vida. Descubra agora